terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Um estudo sólido para um país em desmanche

Por Felipe Maruf Quintas, no site Brasil Debate:

Nos últimos anos, os brasileiros presenciaram uma movimentação política de magnitude ainda não mensurada, tanto menos porque seus desdobramentos ainda estão em processo e são absolutamente imprevisíveis. A velocidade e a intensidade das transformações assumem feições revolucionárias, em mais uma etapa da revolução burguesa brasileira na qual a estrutura do capitalismo nacional é alterada pelos impulsos cêntricos do capitalismo mundial, aqui irradiados pelos grupos dominantes, “modernizando” e aprofundando o subdesenvolvimento e a dependência, chagas de origem do Brasil. Tempos interessantes para a ciência política, assim como angustiantes para o cientista e demais observadores. Em meio à tempestade, não basta saber onde se está, mas como se chegou até aí e para onde vai. Deixemos essa segunda tarefa para outras ocasiões, uma preocupação de cada vez.

O 'Mito' acabou, seu governo ainda não

Por Marcelo Zero

As últimas notícias sobre a corrupção na família Bolsonaro, evidenciada em provas materiais, mostraram à opinião pública o que qualquer pessoa bem informada sobre política já sabia há muito tempo: o "Mito" nada mais é que um político do mais baixo clero, incompetente, mentalmente fronteiriço, sem ideias e projetos racionais para o país e que entrou na política para enriquecer e defender interesses paroquiais.

O rei está nu e o "Mito" acabou.

As ligações de Bolsonaro com as milícias

Por Cecília Olliveira, no site The Intercept-Brasil:

"Hoje é no amor!". A cena do miliciano Major Rocha felizão em um churrasco, em que ele comemora com tiros para o alto os quatro anos do centro comunitário em “Rio das Rochas”, no filme Tropa de Elite 2, é um bom retrato da realidade das milícias no Rio de Janeiro. “É tudo nosso!”, ele grita. Mas um dia a casa cai. E foi o que aconteceu hoje, quando o Ministério Público e a Polícia Civil anunciaram a prisão de cinco milicianos acusados de grilagem de terras na zona oeste do Rio de Janeiro. Não era a intenção – mas, por tabela, a operação, batizada de Intocáveis, também esbarrou em dois suspeitos da execução de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Ministério do Trabalho e a pauta Bolsonaro

Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:

A extinção do Ministério do Trabalho e a distribuição de suas competências e atribuições para outros quatro ministérios (Economia, Justiça e Segurança, Cidadania, e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) são simbólicas da visão social do governo Bolsonaro. Com esse gesto, o governo sinaliza o desmonte dos direitos trabalhistas, sindicais e previdenciários, entregando a gestão desses temas a instituições e a agentes políticos com mais capacidade de colocar em prática a visão governamental.

A hipótese do “pitbull encoleirado”

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Entusiasmado - com justíssimas razões… - pela rápida erosão do governo Bolsonaro, o jornalista Luís Nassif formulou, domingo (20/1), uma hipótese audaz. “A certeza, no quadro político atual é que o governo Bolsonaro acabou”, escreveu ele. A dúvida seria sobre o que virá depois. Os escândalos envolvendo o filho Flávio respingariam inevitavelmente sobre o Palácio do Planalto, a ponto de inviabilizar a continuidade do governo. O comentário pareceu ecoar a agora célebre capa de Veja, em que Bolsonaro aparece, em montagem, com os pés trocados, à la Jânio Quadros – o presidente que renunciou menos de sete meses após tomar posse, em 1961.

A imprensa e o pavor dos Bolsonaro

Por Jeferson Miola, em seu blog:               

A estratégia do clã Bolsonaro no escândalo Queiroz é de um primitivismo rudimentar e até pueril. Eles se iludem que, fugindo e se escondendo da justiça, o escândalo pode desaparecer, cair no esquecimento ou deixar de existir. Pensamento mágico.

Considerando os detalhes escabrosos descobertos até aqui, é compreensível a dificuldade da família conseguir apresentar uma versão coerente e consistente, que consiga ficar em pé. Por isso eles precisam fugir.

O caso Queiroz é como a metáfora citada pelo falecido juiz do STF Teori Zavascki: “a gente puxa uma pena e vem uma galinha”. Ou seja, o “rolo” do Queiroz é apenas uma pequena ponta de um iceberg muito mais profundo, abrangente e antigo.

Armas de fogo, mulheres e barbárie

Por Patrícia Valim, no jornal Brasil de Fato:

Quinze de janeiro de 2019 é uma data que certamente entrará para a história do Brasil como uma grande derrota da civilização para a barbárie. O presidente Jair Messias Bolsonaro assinou o Decreto, sem o aval do Congresso, que libera a posse de até quatro armas por cidadão sem precisar explicar as razões pelas quais uma arma de fogo é necessária. Reduz de 25 para 21 anos a idade mínima para compra de armas, estende o porte de armas para autoridades políticas e pessoas que respondam a processo criminal e/ou que sejam condenadas por crime culposo.

De verde e amarelo, 'coxinhas' voltam às ruas

Por Altamiro Borges

Os “coxinhas” não se emendam. Trajando as camisetas da “ética” CBF e carregando os patinhos amarelos da Fiesp, eles foram às ruas para golpear a democracia e derrubar Dilma Rousseff. Na prática, serviram de massa de manobra da elite – ou melhor, da cloaca burguesa – e ajudaram a alçar ao poder a quadrilha de Michel Temer. Aos poucos, com a contrarreforma trabalhista e outros golpes, muitos se arrependeram da besteira que fizeram. Mesmo assim, não se emendaram. Nas eleições de 2018, manipulados pelo discurso da negação da política, a egoísta classe “mérdia” ajudou a eleger o “mito”, um deputado com 28 anos de mandato que se dizia novo na política e vestal da ética. Não durou muito e já surgem várias denúncias de corrupção contra a famiglia Bolsonaro. E o que fazem os desnorteados “coxinhas”, que não tomam vergonha na cara?

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Segunda baixa no bordel: o “maluco” do Enem

Por Altamiro Borges

Em menos de um mês já ocorre a segunda baixa no bordel de Jair Bolsonaro, que reúne o que existe de pior na política nativa: milicos rancorosos, corruptos velhacos, abutres financeiros, fanáticos religiosos e malucos fascistas. Na semana retrasada, em 9 de janeiro, o anódino Alecxandro Pinho Carreiro foi defenestrado do cargo de presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Amigo íntimo de Eduardo Bolsonaro, ele até tentou peitar Ernesto Araújo, o lunático chefe do Itamaraty, mas foi chutado pelo presidente-capetão. Agora, em 17 de janeiro, ocorre a segunda baixa no bordel com a suspensão da indicação de Murilo Resende Ferreira para coordenador do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

'Bolsomoros' atacam Lula na cara da PF

Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:

A função da verdade é aparecer, e o caso Flávio Bolsonaro-Fabrício Queiroz escancara ainda mais a parcialidade e o ativismo político da Justiça brasileira, com STF e tudo.

Em 6 de dezembro de 2018, o repórter Fábio Serapião revelou no Estadão:

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome de um ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) - filho mais velho do presidente eleito Jair Bolsonaro -, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.


Paulo Guedes tentou ajudar a Globo

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Jair Bolsonaro está em guerra com a Globo desde a eleição. Privilegia concorrentes em entrevistas, prega novas práticas no mercado publicitário para empobrecer os cofres globais, concorda com seus apoiadores que taxam a emissora de degenerada por desrespeitar os “valores da família”. O que dirá o presidente se souber que Paulo Guedes, seu ministro da Economia, tentou salvar a Globo com um negócio suspeito feito com dinheiro de fundos de pensão?

A queda moral dos bolsonaristas

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

O escândalo que envolve Flávio Bolsonaro e a própria família do presidente da República vem se revelando bem mais grave do que parecia no início: suspeita de lavagem de dinheiro, de corrupção e até de envolvimento com as milícias. Este escândalo tem um grande alcance na disputa política em geral e na disputa pelo poder. Ele representa a queda moral dos bolsonaristas, pois eles eram os detentores quase exclusivos do discurso moral, condição que lhes dava grande vantagem estratégica já que os mantinha na ofensiva retórica e embretava seus adversários, principalmente o PT, numa já prolongada defensiva.

Isto é um governo ou um reality show?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Desisti de levar a sério, pelo menos no domingo, o que está acontecendo no Brasil porque isso tudo foge à minha compreensão. Faz mal à saúde.

Se não consigo entender, como vou explicar aos leitores estas três primeiras semanas do governo Jair Bolsonaro, com seus generais e justiceiros, profetas do apocalipse e caçadores de fantasmas?

Isto mais parece um reality show alucinado, com big brothers muito loucos, dando trombadas uns nos outros o tempo todo, mais perdidos do que jabuticaba em boca de banguela.

Eleitores de Bolsonaro são piores que ele

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Muito tem sido dito sobre o desastre que o Brasil colocou na Presidência da República, mas a razão pela qual ele chegou lá tem sido pouco abordada. Agora, as denúncias sobre os eleitores pedófilos e nazistas de Bolsonaro propiciam uma reflexão sobre a escória que ajudou a convencer milhões de brasileiros burros a votarem no fascismo, no ódio e na violência.

A grande maioria do eleitorado de Jair Bolsonaro é composta por pessoas humildes, iletradas e assustadas com o tamanho da crise que o golpe de 2016 gerou ao Brasil. Apesar de as loucuras que saíram da boca desse ser abominável não deverem ser surpresa para ninguém devido ao fato de que foram amplamente difundidas antes das eleições, esse eleitorado foi conduzido pelo medo.

Só egoísmo explica reforma da Previdência

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Não é complicado compreender o empenho do empresariado para aprovar a reforma da Previdência com a qual Paulo Guedes e Jair Bolsonaro pretendem fazer bonito junto aos patrões do capitalismo mundial que se reúnem em Davos nesta semana.

Ninguém está preocupado com as contas do sistema público de aposentadoria, muito menos com o empobrecimento da população e o agravamento da miséria. Cálculos demográficos sobre o envelhecimento, que ignoram um programa deliberado de cortes dos gastos públicos, baixo crescimento e informalização forçada da mão de obra, são pura diversão para iludir a platéia.

Boris Casoy é mestre na arte de puxar saco

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Com uma ou outra exceção, as perguntas e respostas das entrevistas de Flávio Bolsonaro à Record e à RedeTV na noite de domingo foram as mesmas.

Boris Casoy, em particular, brilhou com um talento irrepreensível de sicofanta na emissora de Marcelo de Carvalho.

Carvalho é o sujeito que gravou uma live em dezembro com Luciano Hang, da Havan, declarando apoio ao Jair.

“Eu tenho muito orgulho de estar engajado”, disse. “Desde 2010 ele frequenta os programas da RedeTV!. Eu o considero um amigo”.

A covardia ativa e Fux

Por Urariano Mota, no site Vermelho:

O Dicionário Aulete registra para cobardia (o mesmo que covardia):

“s. f. || fraqueza de ânimo, pusilanimidade, medo, timidez, acanhamento”.
O Dicionário Houaiss, mais extenso, define:
 
“comportamento que denota ausência de coragem; atitude, gesto que se caracteriza pelo temor, pelo acanhamento, pela falta de ousadia
2 violência contra o mais fraco
sinônimos: cobardia, cobardice, covardice; ver tb. sinonímia de timidez e antonímia de coragem”


O ministro Luiz Fux do STF, ao suspender a investigação das irregularidades de Flávio Bolsonaro, ampliou e muito o sentido que os dicionários dão à palavra covardia. 

Querem calar a voz das rádios comunitárias

Por Léa Maria Aarão Reis, no site Carta Maior:

Das quatro mil e 756 rádios comunitárias da rede brasileira, espalhadas pelo território nacional, 130 foram cassadas por decreto, sem discussão com a sociedade nem com justificativas, no último dia de 2018. O Conselheiro Político da Associação Mundial de Rádios Comunitárias, AMARC/Brasil, o jornalista e pesquisador do assunto, Pedro Martins Coelho, rompe o silêncio da mídia e do governo atual sobre o grave assunto e mostra o significado das comunitárias para milhões de cidadãos.

Queiroz, Flávio e as milícias no RJ

Da Rede Brasil Atual:

O líder do PT na Câmara, deputado federal Paulo Pimenta (RS), defende a quebra do sigilo bancário do senador eleito Flávio Bolsonaro (PLS-RJ), do seu ex-motorista e assessor Fabrício Queiroz e dos seus familiares. Ele diz que as transações financeiras atípicas apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) podem ir além das suspeitas de apropriação de parte dos salários dos assessores e revelar relações da família Bolsonaro com negócios de milicianos no Rio de Janeiro.

"Não estamos aqui falando sobre o depósito de dinheiro de servidores na conta de colega. Não estamos falando de venda de carros. Estamos falando de algo muito maior, que pode ter conexões com o crime organizado", diz Pimenta em vídeo postado nas redes sociais neste domingo (20).

Clã Bolsonaro processa revista Fórum

Da revista Fórum:

Na sexta-feira (18), a Fórum recebeu na sua sede um mandado de citação postal de um processo movido pelo atual presidente da República, Jair Bolsonaro, e por seu filho, o deputado federal, Eduardo Bolsonaro. A revista está sendo processada junto com o fotógrafo Luiz Araújo Marques, o Lula Marques. O motivo é a publicação feita por ele e publicada pela Fórum de uma conversa de Bolsonaro com Eduardo, em que num dado momento o pai diz que não vai visitar o filho na Papuda.