terça-feira, 13 de agosto de 2019

Duas frentes: democrática e antineoliberal

Por Marcus Ianoni, no site Brasil Debate:

Temos observado sinais de divisão e debandada no interior das forças sociais e políticas que alavancaram a vitória de Bolsonaro nas eleições de 2018. Eles reforçam a discussão sobre a estratégia dos atores.

Devido à crise das instituições representativas, dos partidos políticos, do Congresso e do Poder Executivo, aberta em 2015 e agravada com o golpe de 2016, a extrema-direita vendeu as eleições do ano passado, surfando na luta politizada contra a corrupção, beneficiada pelo lawfare comandado pela Lava jato, com o apoio da grande mídia, e usando métodos fraudulentos, sobretudo as Fake News propagadas pelo Whatsapp e demais mídias sociais e abastecidas por financiamento ilegal.

A derrota de Macri e a oposição a Bolsonaro

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Numa vantagem que superou a maioria das previsões, a vitória da chapa Alberto Fernandez-Cristina sobre Macri mostra as dificuldades imensas para um governo identificado com um projeto de Estado Mínimo manter a maioria nas sociedades desiguais da América do Sul. ,A vitória da oposição argentina nas eleições primárias é um sinal clamaroso das dificuldades de um governo identificado com uma plataforma de Estado Mínimo para manter a maioria de uma sociedade com as típicas contradições da América do Sul. 

Itamaraty mente sobre mutretas de Itaipu

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A edição dominical [11/8] do jornal paraguaio ABC traz como manchete de capa a denúncia de que o “Itamaraty mente e enche de armadilhas Ata sobre Itaipu” [aqui].

Em 4 páginas de reportagem, o jornal analisa o acordo secreto que o governo Bolsonaro tentou impor ao Paraguai para viabilizar um esquema milionário de corrupção para favorecer a Léros, empresa que tinha seus interesses representados pelo político do PSL Alexandre Giordano, suplente do líder do Bolsonaro no Senado, Major Olímpio.

Uma prova material dos crimes de Moro

Por Dilma Rousseff, em seu site:

Um dos fatos mais graves que mostram o viés político e a parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça de Bolsonaro, foi revelado em nova reportagem do Intercept, em parceria com o site BuzzFeed. Fica evidente que Moro orientou o chefe da força-tarefa, Deltan Dallagnol, a não pedir a apreensão dos telefones celulares de Eduardo Cunha, diferentemente do que ocorreu em relação a outros réus.

Dallagnol recebeu, em 18 de outubro de 2016, instruções do ex-juiz Moro, em conversa pessoal. No mesmo dia, informou aos seus colegas procuradores o resultado dessa conversa com Moro: “Conversamos aqui e entendemos que não é caso de pedir os celulares, pelos riscos, com base em suas ponderações”, afirmou num aplicativo à sua equipe. Quais riscos? Riscos para quem? Que ponderações?

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Paraguai, Argentina e a cobertura da mídia

Moro, Deltan e o celular do Cunha

Por Fernando Brito, em seu blog:

Novos diálogos revelados pelo “Vaza Jato” do The Intercept, agora com o site Buzzfeed, mostram que Sérgio Moro agiu para que no pedido de prisão preventiva de Eduardo Cunha não fosse solicitada a apreensão de seus aparelhos de telefone celular.

O motivo, provavelmente, era evitar que da perícia pudesse resultar o encontro de mensagens que envolvessem o ex-presidente da Câmara e artífice do impeachment com autoridades do governo Temer que levassem o caso para o STF, por foro privilegiado dos envolvidos.

No dia 17 de outubro de 2016, Moro assinou o mandado de prisão de Eduardo Cunha, que já havia sido cassado e perdido o foro especial, mas não incluiu a ordem de apreensão dos seus celulares.

Lava-Jato e perspectiva do projeto de nação

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

O profissionalismo na administração pública somente ganhou dimensão nacional a partir da década de 1930, com a implantação do Estado moderno no Brasil. Com o Departamento Administrativo do Setor Público (Dasp), em 1938, o funcionamento da máquina pública foi progressivamente qualificado tecnicamente, elevando sua eficiência e produtividade, cujas funções ampliaram-se desde a elaboração da proposta orçamentária, a realização de concursos para o ingresso no disputadíssimo funcionalismo, o estabelecimento das carreiras de Estado, entre outras.

Bolsonaro e o holocausto brasileiro

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“O Brasil está sob uma tirania com aparência de democracia” (Jurista Pedro Serrano, em entrevista à TV 247).

Sim, ainda não temos campos de concentração, nem câmeras de gás.

Mas as pessoas vão morrendo aos poucos nas filas de hospitais sem remédios; a floresta amazônica, derrubada pelo exército de moto-serras, arde em chamas para dar lugar a pastos; os empregos e os direitos trabalhistas são dizimados; a educação pública agoniza junto com a aposentadoria dos idosos.

Como já nos faltam palavras, só mesmo recorrendo ao “pai dos burros”.

Macri sofre derrota acachapante

Por Martín Fernández Lorenzo, no blog Socialista Morena:

Por la memoria/ Verdad y Justicia,/ Macri chau, chau, chau,/ Por los ajustes y los despidos/ Macri chau, chau, chau.

A versão da clássica canção antifascista Bella Ciao que se tornou viral na Argentina em março do ano passado começa a se transformar em realidade, para desespero de macristas e bolsonaristas: neste final de semana, a chapa Alberto Fernández-Cristina Fernández de Kirchner ganhou de lavada do partido do atual presidente, Mauricio Macri, nas eleições primárias. Com quase 90% dos votos contados, a diferença foi de 47,36% para a chapa Fernández & Fernández contra 32,24% de Macri. Uma surra.

Flagrante da insanidade brasileira

Por Manuel Domingos Neto

Minha cidade é antiga e bonita. Fica no delta do rio Parnaíba, outrora porta de entrada e saída para grande parte do que hoje se chama Nordeste. O seu centro comercial foi tombado como patrimônio histórico brasileiro.

A rua mais importante era chamada “Rua Grande”. Depois do golpe de 1954, tornou-se Avenida Getúlio Vargas. Desconheço melhor mostruário nacional de estilos arquitetônicos. Tem do colonial ao moderno, entremeado pelo neoclássico, o eclético e muito “art décor”. Começa no velho porto a beira-rio e termina num colégio fundado em 1926, que ganhou o nome de Miranda Osório, um herói da Independência do Brasil. Há quem não saiba, mas o Piauí sangrou muito para libertar o país. E o Vale do Parnaíba era estratégico para Lisboa: abastecia de proteína animal grande parte de sua principal Colônia.

As conversas intestinais na era Bolsonaro

Argentina sob o terrorismo econômico

Moro está comendo na mão de Bolsonaro

A vitória das esquerdas na Argentina

domingo, 11 de agosto de 2019

O significado da Marcha das Margaridas

Loucura e política no Brasil

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

O personagem do escritor israelense David Grossman, no romance “O inferno dos outros” (Cia. das Letras, 2016) é um cômico chamado Dovale, que apresenta um show no “limite do politicamente correto e do bom gosto”, na pequena cidade israelense de Netanya. Sua triste piada tem a ver com o espetáculo degradante que estamos assistindo no Brasil, quando uma pessoa mentalmente perturbada dirige o país, como se ele estivesse conduzindo um bando de idiotas a uma festa de imbecis, com a naturalização reverente dos principais meios de comunicação do país, que se ajustaram à demência e apostam na insanidade em favor das “reformas”.

Globo atira seus canastrões ao mar

Miriam Leitão, Moro e o filho dela, Vladimir Netto,
no lançamento do livro sobre a Lava Jato
Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:

Míriam Leitão resolveu rifar Sergio Moro.

Em sua coluna no Globo deste domingo, dia 11, ela denuncia “o erro político” da Lava Jato.

É a primeira vez, desde que a revelação dos diálogos pelo Intercept veio à tona há 45 dias, que Míriam fala do chegado Moro, que ela ajudou a transformar nesse heroi de fancaria.

Eles estiveram juntos em 2016, no lançamento do livro de seu filho Vladimir Netto sobre as façanhas da turma da República de Curitiba.

Para agradar Trump, Bolsonaro gela a Europa

Por Celso Amorim, na revista CartaCapital:

Há cerca de um mês, a mídia brasileira e grande parte do empresariado local receberam com satisfação (em alguns casos quase euforia) a notícia de que se havia concluído a negociação do Acordo de Associação entre o Mercosul e a União Europeia.

Não espanta: a elite econômica sempre defendeu uma maior abertura comercial, seja por crer em benefícios específicos (como o agronegócio), seja por ver nos chamados “acordos de livre-comércio” – que na verdade vão muito além de questões puramente mercantis, entrando amplamente pelo terreno regulatório – uma oportunidade para adotar políticas ortodoxas e blindá-las contra eventuais revisões no futuro.

O presidente invisível

Por Urariano Mota, no site Vermelho:

No romance “O homem invisível”, H. G. Wells conta a história de um cientista que se tornou invisível a ponto de roubar e ninguém saber, de ferir, de matar e ninguém descobrir o criminoso, pois que era invisível. Assim começa o livro de H. G. Wells em livre tradução: “O desconhecido chegou em um dia de tempestade, debaixo de um vento cortante, no último vendaval do ano”.
E para respeitar a sensibilidade do leitor, é preciso esclarecer logo como se ligam o personagem de Wells e o presidente que se tornou invisível no Brasil. Do lado de fora do livro, o indivíduo no Palácio não aparece para todos brasileiros há pelo menos seis longos meses. Primeiro, porque o vácuo atenta contra a federação brasileira em declarações, ordens e falas: repetidas vezes, o vazio se manifesta contra os nordestinos em geral e contra os seus governadores em particular. Portanto, para os paraíbas do alto do Brasil e de todas as regiões, não existe qualquer ente humano na presidência. Em segundo lugar, a nulidade, além de atentar contra o Brasil ao privatizar o rio da unidade nacional, o São Francisco, não é presidente para a maioria do povo, pois só existe para um terço dos brasileiros. O que vale dizer, ele é um terço, de reza, para exorcizar a aparição.

Palocci e o canil da Lava-Jato

Por Leandro Fortes

Não se passaram nem 24 horas, desde a decisão do STF de impedir a transferência de Lula para São Paulo, e o porão da Lava Jato já colocou Antonio Palocci, de novo, no pau-de-arara.

Virou um expediente tão previsível quanto ridículo: toda vez que a Lava Jato, Sergio Moro e a República de Curitiba se metem numa enrascada, alguma delação "bombástica" de Palocci é vazada para jornalistas amigos.

Na nova investida, publicada no Estadão, a Cervejaria Ambev é acusada de pagar propinas a Lula e Dilma Rousseff, mas os repórteres, simplesmente, admitem não haver menção a data ou a valores "supostamente" desembolsados pela empresa.