domingo, 12 de fevereiro de 2023

Banco Central é refém do sistema financeiro

BC independente é crime contra o povo

Charge: Geuvar
Por Jair de Souza


Em fevereiro de 2021, pouco antes de a Câmara dos Deputados aprovar a proposta do governo bolsonarista para efetivar legalmente a autonomia do Banco Central, eu publiquei aqui mesmo neste espaço um artigo que buscava alertar a todos acerca da gravidade do crime contra os interesses populares que estava prestes a ser consumado.

Agora, passado pouco mais de um mês da posse do governo democrático-popular que pôs fim ao regime do nazismo bolsonarista, estamos constatando a triste comprovação da correção das preocupantes observações levantadas naquele momento.

Um Banco Central independente, sob o comando de um representante do capital financeiro indicado pelo anterior governo nazista bolsonarista, parece estar determinado a infernizar a vida das novas autoridades eleitas, que tiveram a ousadia de pôr fim ao plano de perpetuação da aliança militar-financeira agrupada em torno do bolsonarismo.

A conversa fiada da 'independência' do BC

Charge: Jota Camelo
Por Bepe Damasco, em seu blog:


Que sentido faz, do ponto de vista republicano, que governos eleitos pelo voto popular abdiquem de interferir na política monetária em favor de bancos, fundos de investimento e corretoras de valores?

Este debate, por razões óbvias, é interditado pelos comentaristas econômicos e políticos da mídia corporativa. Aliás, o neoliberalismo é pródigo em impingir à sociedade verdades cristalizadas e absolutas com se fossem dogmas divinos.

Uma coisa é reconhecer que a composição conservadora atual do Congresso Nacional não permite sequer que se especule sobre o fim da autonomia do BC. Outra bem diferente é não denunciar essa anomalia institucional aprovada por deputados e senadores durante o governo Bolsonaro.

Até porque, se não há condição para essa situação seja revertida em curto e médio prazos, que, pelo menos, plante-se a semente para que, no futuro, seja respeitada na plenitude a premissa da soberania popular, pilar básico do estado democrático de direito.

Banco Central autônomo é dogma neoliberal

Charge: Aziz
Por Jeferson Miola, em seu blog:


A autonomia do Banco Central é um dogma do pensamento único neoliberal; um totem sagrado do capital financeiro.

O debate mundial sobre a autonomia do Banco Central foi encorpado nos anos 1990, no auge da expansão da hegemonia neoliberal e do fim da União Soviética e regimes satélites do leste europeu.

Foi quando o economista estadunidense Francis Fukuyama “decretou” o fim da história e a chegada da humanidade ao nirvana neoliberal: privatizações, desregulamentação dos mercados, flexibilização do mercado de trabalho e abertura indiscriminada das economias nacionais para a livre penetração dos capitais.

A era da ultra-financeirização do capitalismo triunfara de “forma definitiva” sobre a utopia socialista e anticapitalista.

É preciso superar o imobilismo 'progressista'

Foto: Ricardo Stuckert/ PR
Por Roberto Amaral, em seu blog:


"Se a aparência e a essência das coisas coincidissem, a ciência seria desnecessária" - Karl Marx, O capital

Em recente debate sobre defesa nacional e segurança pública (youtu.be/cWpnLzsdiJ8), ouvi de Luiz Eduardo Soares a expressão “funcionalismo mesclado de marxismo vulgar”, cacoete analítico segundo o qual a análise da realidade se reduz à contemplação de sua aparência: a realidade é o que é porque não poderia ser de outro jeito, e é deste jeito porque atende a um interesse – e, evidentemente, se se trata de um interesse dominante, só pode ser um interesse de classe poderoso.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Deputado da bala ameaça ministro da Justiça

Reprodução da internet
Por Altamiro Borges


Diante da decisão do governo Lula de promover o desarmamento da sociedade, a chamada bancada da bala promete dar muito trabalho na Câmara Federal e no Senado. Nesta quinta-feira (9), o deputado Sargento Fahur (PSD-PR) ameaçou explicitamente o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, durante uma audiência no Congresso. O valentão bolsonarista rosnou: “Eu que passei minha vida dando tiro e coronhada em bandido, vou andar desarmado? Flávio Dino, vem buscar minha arma aqui, seu merda!”.

Rádio golpista do Paraná terá outorga cassada?

Charge: Nando Motta
Por Altamiro Borges


No mundo inteiro e no Brasil, as emissoras de rádio e televisão são concessões públicas outorgadas pelo Estado. As empresas privadas que usufruem o direito de transmissão deveriam ser mais cuidadosas na sua exploração. Mas muitas se acham acima da Constituição, das leis e das normas reguladoras. É o caso da Rádio Cidade de Cascavel, do Paraná, que agora poderá até perder sua outorga por insuflar o golpismo e o terrorismo no país.

Agressor da repórter da Globo é cortado do GSI

Charge: Amorim
Por Altamiro Borges

O Diário Oficial da União informou nesta quarta-feira (8) que o coronel Gustavo Suarez foi dispensado do cargo de direção que exercia no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. O oficial do Exército ficou famoso ao agir com violência contra uma jornalista da TV Globo quando chefiava a segurança do “capetão” Jair Bolsonaro. Na época, ele dirigia o Departamento de Segurança Presidencial.

Daniel Silveira pode apodrecer na cadeia

O café da manhã com o presidente Lula

A comunicação no governo Lula

A extrema direita ainda está á vontade

Arte: Solda
Por Moisés Mendes, em seu blog:

Eduardo Bolsonaro, um bom aluno, diz ter aprendido na faculdade de Direito da UFRJ que os juízes são inertes e só agem quando acionados.

O que ele quis dizer mais uma vez é que Alexandre de Moraes, o grande inimigo da família e de seu entorno, age por conta própria.

Eduardo, Carluxo, Flávio, Michelle – a família toda continua agindo com desenvoltura, apesar do golpe que não deu certo e que a cada dia apresenta um fato novo explicador do desastre.

Como aconteceu com a história do grampo que Bolsonaro sugeriu, com Daniel Silveira, e que o senador Marcos do Val se negou a aplicar para pegar Alexandre de Moraes.

Lula e o ‘freio de arrumação’

Foto: Ricardo Stuckert
Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Volpi, Ministro de Mussolini em agosto de 1926, dizia: “o destino do governo está ligado ao destino da Lira”. Era nos tempos lentos, nos quais “cada manhã, no mercado de Londres, uma centena de homens enfatiotados em seus trajes cinzentos, herdados de pais defuntos, trocarão liras por libras esterlinas”. Os prejuízos, lucros, dividendos, especulativos ou não, que eram sintetizados em semanas e meses, hoje são desdobrados em minutos e segundos e sua inteligência atravessa o mundo, de ponta-a-ponta: cria glórias, suicídios, fortunas, apropriações indevidas do sangue alheio e Golpes de Estado. Assim como Hegel, em 14 de outubro de 1806, viu a “razão à cavalo” na figura de Napoleão atravessando a Ponte da pequena Jena saqueada, a razão – hoje – transita nos trilhões de sinais inteligentes que tornam o mundo “plano” e marcam a decadência das Luzes.

O barco não pode afundar

Por João Guilherme Vargas Netto


Às voltas com os escombros administrativos, o ministério do Trabalho suspendeu por 90 dias os procedimentos para registro sindical, sensibilizou-se frente à crise da Americanas e prepara sua participação, junto com outros ministérios, representantes das centrais sindicais e Dieese, na comissão encarregada de discutir a política de valorização do salário mínimo. O ministro tem sido enfático em sua preocupação com o tema.

Mas o que tem chamado a atenção de todos que acompanham estes primeiros dias efetivos do governo (depois do período de transição e dos desatinos golpistas) é o abandono em que se encontrava o ministério, suas estruturas e seus funcionários. A todas as dificuldades para o bom exercício do governo e composição das equipes somam-se as decorrentes desta situação calamitosa.