Agricultura familiar. Foto: João Pompeu/MST |
Quando os portugueses chegaram ao Brasil no século 16, fiéis à doutrina da Igreja Católica, diziam que os indígenas não tinham alma. Assim, justificavam a colonização, a exploração e o genocídio de um povo. Consideravam como seres inferiores, praticamente sub-humanos, que deveriam ser subjugados e civilizados.
Mais pra frente, durante o período da escravidão dos negros africanos, foi retomada a ideia de que não tinham alma. Nesse processo de desumanização, justificavam a exploração, a violência e a morte, embora a Igreja Católica já reconhecesse formalmente que todos os seres humanos tinham alma.
Os deputados brasileiros decidiram que os sem-terra não têm alma. Assim como os indígenas que resistiram à violência da invasão portuguesa e os negros africanos que não admitiram a condição de escravização, aqueles que lutam hoje contra a chaga da pobreza, do latifúndio e da ordem imposta pelo poder vigente não têm a mesma condição dos outros.