quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O espelho fascista de Merval Pereira

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Theófilo Rodrigues, no blog O Cafezinho:

Alguns dias atrás escrevi um artigo sobre as razões pelas quais as grandes empresas brasileiras de comunicação temem a reeleição da presidenta Dilma Rousseff. É sempre cansativo voltar a um mesmo assunto, mas a coluna de Merval Pereira no jornal O Globo de hoje obrigou-me a fazê-lo.

Na verdade, Merval Pereira comprovou da pior maneira possível em sua coluna de hoje que meu argumento estava correto. De acordo com o porta voz das Organizações Globo o Brasil caminhará para o fascismo caso Dilma se reeleja, pois será copiado o modelo argentino de Cristina Kirchner. Seguem as exatas palavras do colunista: “É uma típica ação fascista, que está sendo usada já há algum tempo na Argentina de Cristina Kirchner. É neste caminho que vamos, caso Dilma se reeleja”.

Merval conseguiu em sua coluna apresentar a sua visão estreita sobre o que é a democracia e ao mesmo tempo comprovar que o seu principal medo é o de que a reeleição de Dilma signifique a aprovação da “regulação econômica da mídia” nos moldes da “Lei de Meios” da Argentina.

A irritação do colunista partiu de um discurso de Lula onde o ex-presidente criticou veementemente Míriam Leitão e William Bonner. Para Merval, a imprensa deve viver dentro de um aquário acima de qualquer suspeita, de onde jamais poderá ser criticada. Os jornalistas podem fazer críticas ou mesmo acusações a qualquer pessoa, mesmo sem provas, baseados apenas em especulações. Já a sociedade civil não pode criticar nenhum jornalista, pois se o fizer será acusada de atacar a liberdade de imprensa. Para essa concepção de “democracia mervaliana” é legítimo que uns tenham mais liberdade de expressão do que outros.

Mas curioso mesmo foi Merval ter admitido com todas as letras de onde vem o seu maior temor: que a reeleição de Dilma represente a implementação do modelo argentino de Cristina Kirchner no Brasil. Qual modelo argentino? O modelo da regulação econômica da mídia que acaba com a propriedade cruzada das empresas de comunicação, ou seja, com o monopólio da informação. Dilma já disse reiteradamente durante a campanha que se for reeleita o fará. E Merval, em nome de sua empresa, não consegue aceitar isso…

Para onde olha, Merval grita: “Fascista, fascista, fascista!”. O colunista só não percebeu o óbvio: está trancado dentro de uma sala de espelhos.

* Theófilo Rodrigues é cientista político, coordenador do Barão de Itararé no Rio de Janeiro e colunista no blog O Cafezinho.

5 comentários:

Anônimo disse...

Na Alemanha foi feita a regulação da mídia. Por que ele não reprova as leis da imprensa dos alemães? Esse tal de Merval é um pau mandado de causar vergonha à sua genitora. Aliás, os veículos da globo chegaram a um nível de baixaria que fere a racionalidade humana: falta de respeito até para com eles, agregam-se seus parceiros do STF.

Nadja Maria Lima Barbosa disse...

Concordo Theófilo,êles sabem que Dilma sendo reeleita, a lei da mídia será colocada em pauta e eu serei uma das primeiras a cobrar da presidenta. Chega, basta desse massacre midiático.

Masanobu Aoki disse...

O mestre Leonardo Boff disse que o maior pecado do Pres.Lula foi não ter criado mecanismos para dinamitar o monopólio das informações do PIG. Temos que criar mecanismos para democratizar as informações, tbém criar mídia alternativa popular que alcance uma boa parcela da população. Fieis escudeiros do PIG como Merval, William Bonner, Miriam Leitão, Boris Casoy, Ricardo Boechat e outros não podem ditar as comunicações nesse nosso querido Brasil.

Anônimo disse...

Democracia não é governar para 10% da população de um país; é governar para todos e fazer políticas públicas para beneficiar os mais necessitados e incluí-los no processo de bem-estar social do país. Quando os benefícios de políticas públicas são para poucos, temos a ditadura da minoria - e quase sempre é ditadura das elites.

Democracia não é conceder privilégios a poucos grandes empresários de comunicações, mas privilegiar uma comunicação verdadeira, que informe os cidadãos e nunca crie fatos para privilegiar apenas uma minoria abastada. Quando as grandes empresas de comunicação passam a se comportar como partidos políticos, e defendem seus interesses e de seus grupos, em detrimento do todo, temos implantado a ditadura da mídia.

A ditadura da mídia no Brasil já foi longe demais, é preciso, urgente, combatê-la e tornar aplicável o texto constitucional concernente à regulação da mídia no nosso país - por uma mídia menos oligopolizada; por mais concorrência, por mais informação verdadeira e de qualidade que privilegie a todos os brasileiros.

Unknown disse...

MUITO ESTRANHO OS INSTITUTOS DE PESQUISA SE COMPROMETEREM A NÃO REALIZAR PESQUISA DE BOCA DE URNA NO DOMINGO DIA 26! ISTO NÃO TÁ CHEIRANDO BEM! E AINDA TEM O “ imparcial “ DEBATE NA REDE GLOBO DA 6@. CUIDADO COM A & CIA! DIVULGUEM! TEMOS QUE EXIGIR A PESQUISA DA BOCA DE URNA PELO IBOPE E DATA FOLHA NO DIA DA ELEIÇÃO, POIS COM A URNA ELETRÔNICA DO TSE & CIA TODO O CUIDADO É POUCO!