Por Altamiro Borges
A falsa democracia britânica
Em plena crise econômica, que desemprega, arrocha e
retira direitos de milhões de trabalhadores, a realeza britânica festeja
nesta semana os 60 anos de trono da rainha Elizabeth 2ª. A mídia colonizada dá
destaque ao glamour das comemorações – deixando de mostrar as filas dos desempregados
e os pedintes nas ruas de Londres. No ano passado, quando da explosão de
revolta na Inglaterra, a mídia chamou os manifestantes de “vândalos e bárbaros”.
Agora, ela bajula a nobreza! Questão de classe!
Elizabeth 2ª, a rainha, nunca foi eleita para nada, mas expressa
bem o poder das classes dominantes no país e no mundo. É chefe de Estado do
Reino Unido – que inclui Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte –
e também Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Ela ainda é "comandante-em-chefe" das
Forças Armadas, as mesmas que ocupam vários países e assassinam milhares de
pessoas.
Os britânicos, vítimas desta opressão, continuam apoiando seus opressores. Segundo pesquisas, 80% dos ingleses aprovam o suntuoso reinado de Elizabeth. Talvez a crise econômica, que se agrava agudamente na
Europa, ajude a superar este atraso – que representa altos custos para os
cofres públicos e não rende absolutamente nada para os súditos da Rainha.
Neste sentido, a jornalista Cris Rodrigues, do blog “Somos
Andando”, tem razão. “Ninguém me convence a chamar o Reino Unido de
democracia enquanto formalmente a sua chefe for uma pessoa não eleita pelo voto
popular (isso sem falar nas limitações de um sistema político baseado no
bipartidarismo e na eleição indireta do primeiro-ministro)”.
3 comentários:
Concordo que já é anacrônico essa coisa de rei e rainha, príncipes e etc. No caso da Inglaterra, acho que é o único País que esse tipo de tradição é fonte de renda pela visitação turística. Como o Vaticano, Taj qualquer coisa lá na Índia, nosso carnaval e por aí vai.
Prezado Miro, dizia um camarada nosso lá do ES ,já falecido, Clementino Dalmácio algo que se aplica inteiramente ao que você destaca com razão: "são coisas do regime capitalista..."
Os britânicos aprovam talvez por uma questão histórica e cultural. Mas é no mínimo contraditório os gastos com a realeza britânica enquanto a população sofre...
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