sábado, 25 de agosto de 2012

Haddad vai falar da privataria tucana?

Por Altamiro Borges

Na primeira semana da propaganda eleitoral de rádio e tevê, o tucano José Serra já demonstrou que vai jogar sujo na campanha para a prefeitura da capital paulista. Alguém ainda tinha alguma ilusão com suas promessas – nunca cumpridas – de uma disputa de alto nível? Em seu programa de rádio, o PSDB acusou o petista Fernando Haddad de propor o “bilhete mensaleiro”, forçando a relação entre a sua proposta de criação do bilhete único mensal para o transporte público com o escândalo do chamado “mensalão do PT”.

De imediato, Haddad reagiu contra o golpe baixo do tucano. “Isto releva certo descontrole. Eu já havia sido alertado pela presidente Dilma que a campanha de Serra assumiria esse tom, como em 2010”. O PT também já ingressou com pedido de direito de resposta na Justiça Eleitoral contra a propaganda de rádio do PSDB. “O Serra ficou desesperado e já partiu pra baixaria. Não tem jeito, ele é do mal”, atacou o líder da legenda na Câmara Federal, deputado Jilmar Tatto (SP).

Qual a melhor resposta às baixarias?

A reação petista, porém, não vai intimidar o comando tucano. As pesquisas recentes, que confirmam o declínio de Serra, o aumento da sua rejeição e o crescimento das candidaturas adversárias, só reforçam o instinto agressivo do eterno candidato. Como aponta Nelson de Sá, em sua coluna na Folha, o programa de rádio sinaliza que “o tucano está disposto a jogar pesado”. “Entrar tão cedo com ataque tão direto não é bom sinal para a campanha serrista. Avisa que, a depender do eco em suas pesquisas, ele se dispõe a recorrer ao mensalão, apesar de respingar em seus aliados, como o PR de Valdemar Costa Neto”.

A questão é como se comportará a campanha de Haddad. Nas eleições presidenciais de 2010, Serra abandonou rapidamente o figurino do candidato “paz e amor”, que daria continuidade à gestão de Lula, e partiu para o ataque contra Dilma Rousseff – explorando temas como o direito ao aborto e a união homossexual. A campanha de Dilma demorou a responder, o que levou a eleição para o segundo turno e quase causou um desastre. Será que o comando petista adotará a mesma tática de “não agressão”, “propositiva”?

Uma dica de leitura

Haddad já deve ter lido o livro “A privataria tucana”, do premiado jornalista Amaury Ribeiro Jr.. Mais da metade das suas 343 páginas é de documentos que comprovam a lavagem de dinheiro em paraísos fiscais no processo de privatização das estatais no reinado de FHC. Serra, com os seus familiares, é o principal personagem do livro. Talvez fosse o caso do candidato petista reler esta obra indispensável para os próximos debates e programas na tevê. A eleição em São Paulo, pelo que significa no cenário nacional, não será civilizada.

1 comentários:

VERA disse...

Muita gente tem a mania de dizer que não gosta quando os candidatos "falam mal" uns dos outros!!! Por isso, acho que o Hadad deveria usar a mesma tática dos TUCANALHAS, a de terceirizar os ataques!!! Ou seja, o Hadad continuaria a apresentar suas propostas, enquanto outras pessoas falariam sobre a Privataria Tucanalha e o Paulo Preto!!!