Por Altamiro Borges
De imediato, Haddad reagiu contra o golpe baixo do tucano. “Isto
releva certo descontrole. Eu já havia sido alertado pela presidente Dilma que a
campanha de Serra assumiria esse tom, como em 2010”. O PT também já ingressou
com pedido de direito de resposta na Justiça Eleitoral contra a propaganda
de rádio do PSDB. “O Serra ficou desesperado e já partiu pra baixaria. Não tem jeito,
ele é do mal”, atacou o líder da legenda na Câmara Federal, deputado Jilmar
Tatto (SP).
Uma dica de leitura
Na primeira semana da propaganda eleitoral de rádio e tevê,
o tucano José Serra já demonstrou que vai jogar sujo na campanha para a prefeitura
da capital paulista. Alguém ainda tinha alguma ilusão com suas promessas –
nunca cumpridas – de uma disputa de alto nível? Em seu programa de rádio, o
PSDB acusou o petista Fernando Haddad de propor o “bilhete mensaleiro”, forçando
a relação entre a sua proposta de criação do bilhete único mensal para o
transporte público com o escândalo do chamado “mensalão do PT”.
Qual a melhor resposta às baixarias?
A reação petista, porém, não vai intimidar o comando tucano.
As pesquisas recentes, que confirmam o declínio de Serra, o aumento da sua
rejeição e o crescimento das candidaturas adversárias, só reforçam o instinto
agressivo do eterno candidato. Como aponta Nelson de Sá, em sua coluna na Folha,
o programa de rádio sinaliza que “o tucano está disposto a jogar pesado”. “Entrar
tão cedo com ataque tão direto não é bom sinal para a campanha serrista. Avisa
que, a depender do eco em suas pesquisas, ele se dispõe a recorrer ao mensalão,
apesar de respingar em seus aliados, como o PR de Valdemar Costa Neto”.
A questão é como se comportará a campanha de Haddad. Nas
eleições presidenciais de 2010, Serra abandonou rapidamente o figurino do
candidato “paz e amor”, que daria continuidade à gestão de Lula, e partiu para
o ataque contra Dilma Rousseff – explorando temas como o direito ao aborto e a união
homossexual. A campanha de Dilma demorou a responder, o que levou a eleição
para o segundo turno e quase causou um desastre. Será que o comando petista
adotará a mesma tática de “não agressão”, “propositiva”?
Haddad já deve ter lido o livro “A privataria tucana”, do
premiado jornalista Amaury Ribeiro Jr.. Mais da metade das suas 343 páginas é
de documentos que comprovam a lavagem de dinheiro em paraísos fiscais no
processo de privatização das estatais no reinado de FHC. Serra, com os seus
familiares, é o principal personagem do livro. Talvez fosse o caso do candidato
petista reler esta obra indispensável para os próximos debates e programas na
tevê. A eleição em São Paulo, pelo que significa no cenário nacional, não será
civilizada.
1 comentários:
Muita gente tem a mania de dizer que não gosta quando os candidatos "falam mal" uns dos outros!!! Por isso, acho que o Hadad deveria usar a mesma tática dos TUCANALHAS, a de terceirizar os ataques!!! Ou seja, o Hadad continuaria a apresentar suas propostas, enquanto outras pessoas falariam sobre a Privataria Tucanalha e o Paulo Preto!!!
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