Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Fez muito bem a presidente Dilma Rousseff em dar um chega pra lá no sociólogo aposentado Fernando Henrique Cardoso para recolocar o ex-presidente tucano e "os fatos em seus devidos lugares".
Em breve e contundente nota oficial, divulgada no fim da tarde de segunda-feira, Dilma respondeu aos ataques que FHC fez ao governo do ex-presidente Lula no artigo Herança Pesada publicado domingo nos jornais O Globo e O Estado de S.Paulo.
Saindo de seus cuidados, o professor tucano criticou da política energética ao atraso em obras do PAC, áreas pelas quais Dilma era responsável no governo Lula, e chegou ao mensalão, falando em crise moral: "Houve mesmo busca de hegemonia a peso de ouro alheio".
Bem ao estilo Dilma, a presidente amadureceu sozinha ainda no domingo a ideia de responder a FHC, antes que Lula o fizesse. Muito contrariada com o que leu, pediu a um interlocutor para avisar o ex-presidente que não se preocupasse porque ela tomaria as devidas providências.
Durante toda a segunda-feira, várias versões foram escritas e rejeitadas pela presidente, até que no final da tarde a própria Dilma redigiu o texto divulgado à imprensa.
Trechos da nota em que a presidente contesta duramente o artigo de FHC:
"Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita. Não recebi um País sob intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão.
Recebi uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes.
Recebi um País mais justo e menos desigual, com 40 milhões de pessoas ascendendo à classe média, pleno emprego e oportunidade de acesso à universidade a centenas de milhares de estudantes.
Recebi um País mais respeitado lá fora graças às posições firmes do ex-presidente Lula no cenário internacional, um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse. O ex-presidente Lula é um exemplo de estadista".Na mesma hora em que era divulgada, Dilma leu a nota para Lula por telefone. Foi o único momento em que os dois se falaram, ao contrário de informações publicadas nos jornais desta segunda-feira.
Fracassava assim mais uma vã tentativa do articulista Fernando Henrique Cardoso de reescrever a história, como diz a nota, ao jogar Lula contra Dilma, como de resto tentam fazer os colunistas amestrados dos dois jornais e o resto da grande imprensa desde a cerimônia de transmissão do cargo de presidente.
"O passado deve nos servir de contraponto, de lição, de visão crítica, não de ressentimento", ensinou Dilma a FHC, que não se conforma com a sua irrelevância política fora do poder e tenta destruir a imagem de Lula, aprovado por mais de 80% da população ao deixar o governo.
A maior prova disso pode ser encontrada no comportamento de candidatos do PT e do PSDB nestas eleições, como vem acontecendo, aliás, desde que FHC passou a faixa presidencial para Lula em 2003.
Enquanto petistas de todo o País lutam para conseguir um espaço na agenda de Lula para levá-lo a seus palanques, tucanos ignoram solenemente FHC, querem distância dele. Por que será?
Se assistiu ao debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, segunda à noite, na RedeTV!, o ex-presidente deve ter percebido quantas vezes o petista Fernando Haddad citou os governos de Lula e Dilma, e quantas vezes o seu nome foi lembrado pelo tucano José Serra.
Se o caro leitor do Balaio fosse candidato, quem chamaria para o seu palanque: Lula ou FHC?
Fez muito bem a presidente Dilma Rousseff em dar um chega pra lá no sociólogo aposentado Fernando Henrique Cardoso para recolocar o ex-presidente tucano e "os fatos em seus devidos lugares".
Em breve e contundente nota oficial, divulgada no fim da tarde de segunda-feira, Dilma respondeu aos ataques que FHC fez ao governo do ex-presidente Lula no artigo Herança Pesada publicado domingo nos jornais O Globo e O Estado de S.Paulo.
Saindo de seus cuidados, o professor tucano criticou da política energética ao atraso em obras do PAC, áreas pelas quais Dilma era responsável no governo Lula, e chegou ao mensalão, falando em crise moral: "Houve mesmo busca de hegemonia a peso de ouro alheio".
Bem ao estilo Dilma, a presidente amadureceu sozinha ainda no domingo a ideia de responder a FHC, antes que Lula o fizesse. Muito contrariada com o que leu, pediu a um interlocutor para avisar o ex-presidente que não se preocupasse porque ela tomaria as devidas providências.
Durante toda a segunda-feira, várias versões foram escritas e rejeitadas pela presidente, até que no final da tarde a própria Dilma redigiu o texto divulgado à imprensa.
Trechos da nota em que a presidente contesta duramente o artigo de FHC:
"Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita. Não recebi um País sob intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão.
Recebi uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes.
Recebi um País mais justo e menos desigual, com 40 milhões de pessoas ascendendo à classe média, pleno emprego e oportunidade de acesso à universidade a centenas de milhares de estudantes.
Recebi um País mais respeitado lá fora graças às posições firmes do ex-presidente Lula no cenário internacional, um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse. O ex-presidente Lula é um exemplo de estadista".Na mesma hora em que era divulgada, Dilma leu a nota para Lula por telefone. Foi o único momento em que os dois se falaram, ao contrário de informações publicadas nos jornais desta segunda-feira.
Fracassava assim mais uma vã tentativa do articulista Fernando Henrique Cardoso de reescrever a história, como diz a nota, ao jogar Lula contra Dilma, como de resto tentam fazer os colunistas amestrados dos dois jornais e o resto da grande imprensa desde a cerimônia de transmissão do cargo de presidente.
"O passado deve nos servir de contraponto, de lição, de visão crítica, não de ressentimento", ensinou Dilma a FHC, que não se conforma com a sua irrelevância política fora do poder e tenta destruir a imagem de Lula, aprovado por mais de 80% da população ao deixar o governo.
A maior prova disso pode ser encontrada no comportamento de candidatos do PT e do PSDB nestas eleições, como vem acontecendo, aliás, desde que FHC passou a faixa presidencial para Lula em 2003.
Enquanto petistas de todo o País lutam para conseguir um espaço na agenda de Lula para levá-lo a seus palanques, tucanos ignoram solenemente FHC, querem distância dele. Por que será?
Se assistiu ao debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, segunda à noite, na RedeTV!, o ex-presidente deve ter percebido quantas vezes o petista Fernando Haddad citou os governos de Lula e Dilma, e quantas vezes o seu nome foi lembrado pelo tucano José Serra.
Se o caro leitor do Balaio fosse candidato, quem chamaria para o seu palanque: Lula ou FHC?
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