segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O apagão tucano na segurança pública

Do blog de José Dirceu:

Reportagem publicada hoje pela Folha de S. Paulo - com chamada de capa e na 1ª página do caderno Cotidiano, inclusive - mostra que o número de veículos roubados no Estado de São Paulo em novembro passado foi o maior nos últimos em 12 anos. Portanto, dentro do período de 20 anos que os tucanos detém o poder no Estado e coincidindo com as três vezes em que Geraldo Alckmin foi e é governador do Estado.

Com 9.023 roubos – quando há ameaça ou uso de violência contra o proprietário – este número de novembro/2013 só é superado pelo de março de 2001 (9.414). A Folha registra que o número de roubos quase empata com o de furtos: 9.905. Desde 2008, se comparados, o número de roubos aumentou 99,4% dos roubos o de furtos, que cresceu 25,9% contra. Em novembro último, só na capital paulista 4.550 veículos foram roubados – o número é também o maior para o mês em 12 anos. As estatísticas são oficiais, da própria Secretaria de Segurança Pública do Estado.

E o pior ainda estava por vir
Nada menos que 12 assassinatos foram registrados num intervalo de menos de três horas na madrugada de hoje na região do bairro Ouro Verde, um dos mais populosos da periferia, na zona oeste de Campinas (SP). Na esteira dessa violência, Três ônibus e um carro particular foram queimados e outros sete ônibus depredados no final da manhã de hoje na cidade, ataques desfechados após Campinas registrar com os 12 assassinatos sua noite mais violenta este ano.

Os homicídios tiveram características semelhantes: os atiradores passavam de carro e atingiam as vítimas com vários tiros de pistolas. Dos 12 mortos, seis tinham passagem pela polícia por crimes como homicídio e roubo de carros. Com nenhum deles, porém, foram encontradas armas ou drogas.

Segundo relato da empresa VB Transportes e Turismo, os veículos foram atacados no Terminal Vida Nova, administrado pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (EMDEC). Além dos veículos, foi queimada uma das cabines do terminal e queimada outra. Segundo a empresa, sete linhas foram suspensas e só tem previsão de voltar a circular hoje no fim da tarde, por motivos de segurança.

De acordo com a mídia campineira, durante os atos criminosos contra os ônibus, cerca de 300 manifestantes, muitos com os rostos cobertos, carregavam pedaços de pau, pedras e substâncias inflamáveis. A empresa informou que um veículo de passeio também foi queimado e a imprensa foi hostilizada. Não há informações sobre feridos. A tropa de Choque da PM, a Guarda Municipal e batalhões militares foram acionados e conseguiram conter os manifestantes. As ruas das imediações foram cercadas e pessoas revistadas. Dois homens foram detidos para averiguação pelo porte de garrafas com gasolina.

PM morto pode ser estopim para série de assassinatos e protestos
A Polícia Civil adiantou que vê indícios de relação entre as 12 mortes e o vandalismo contra ônibus e carros, mas disse que precisa investigar se há relação mesmo e, principalmente, se os atentados têm a ver com a morte de um Policial Militar na tarde do domingo. Os indícios são: os horários e os locais, muito próximos uns dos outros, a descrição dos carros e o tipo de arma usado nos crimes.

Outra hipótese da polícia é que os crimes sejam motivados por uma briga entre gangues de bairros vizinhos. Ao todo, 12 homens foram mortos a tiros entre as 21h30 de ontem e o final da madrugada de hoje. A policia procura por testemunhas e requisita câmeras de vigilância que possam auxiliar quanto a identificação dos autores dos disparos.

Na semana passada cinco ônibus foram vandalizados – depredados e incendiados em São Paulo, na cidade de Osasco (Região Metropolitana da Capital) e na periferia paulistana, na continuidade de uma série de crimes semelhantes que ocorreram ao longo de todo o ano passado na área. Até hoje o governo Alckmin não esclareceu as reais causas disso: se é protesto da população, se é guerra entre quadrilhas, se é atuação do crime organizado, ou reação da própria polícia ao assassinado de integrantes da corporação por parte de organizações criminosas que dominam os presídios do Estado.

Jeito tucano de governar, sem prestar esclarecimentos e sem dar satisfações à opinião pública, por mais que ela seja a maior vítima do apagão e do caos instaurado na área de segurança pública nestes 20 anos de tucanato no Estado…

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