quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Chuva não salva volume morto do Alckmin

Por Altamiro Borges

Apesar de injustamente acusado de ser o único culpado pela falta da água em São Paulo, o ‘santo’ São Pedro resolveu dar uma mãozinha para o tucano Geraldo Alckmin – ex-devoto da seita religiosa Opus Dei. Nos últimos dias, as chuvas superaram a média histórica de fevereiro na região do Sistema Cantareira. Com isso, os reservatórios – que abastecem 6,2 milhões de pessoas na região metropolitana – atingiram a marca de 8,3% da sua capacidade nesta terça-feira (17) e retomaram o patamar do início de dezembro passado. Do Palácio dos Bandeirantes, de onde monitora as tempestades salvadoras, o governador pode respirar um pouco mais tranquilo. Mas a situação do seu volume morto ainda é preocupante.

Segundo matéria da própria Folha tucana, “mesmo com as recentes chuvas, o sistema segue em situação crítica. À beira de um colapso completo, ele opera atualmente com a segunda cota do chamado volume morto – a reserva de água no fundo das represas. A primeira cota se esgotou em meados de novembro – uma terceira, de acordo com o governo paulista, poderá ser usada a partir de junho, em meio ao período seco”. Todo o esforço é para evitar o início de um drástico e desgastante rodízio, que pode deixar a população servida pelo Sistema Cantareira cinco dias sem água e dois com – conforme o plano de contingenciamento já elaborado pela Companhia Estadual de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp).

Mesmo no cenário mais otimista, com o aumento das chuvas e a redução do consumo, os estragos causados pelo péssimo planejamento e baixo investimento no setor durante os 20 anos de governos do PSDB já cobram o seu preço. “O impacto da seca sobre a economia, por exemplo, já é inevitável... Outros efeitos menos visíveis incluem desemprego – pequenos comércios que usam muita água, como lavanderias e cabeleireiros, já passam por dificuldades – e até um provável aumento de doenças como dengue e chikungunya, já que a estocagem de água em condições subótimas favorece a proliferação do mosquito transmissor dessas moléstias”, observa o colunista Hélio Schwartsman, também da Folha.

Todos estes efeitos negativos tendem a ser debitados na conta de Geraldo Alckmin, apesar do governador contar com a forte blindagem da mídia tucana. Pesquisa realizada pelo instituto Expertise, publicada na revista Época, mostra que “92% da população da Grande SP culpa o governo pela crise da água”. Como ironiza o jornalista Bruno Calixto, “um dos resultados da pesquisa indica que, por mais que as autoridades peçam oração a São Pedro, a tese de que a culpa é da natureza não vingou”. O instituto ouviu 2.136 pessoas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Mas a bronca maior sobrou para Geraldo Alckmin. “69,7% dos entrevistados disseram ter ficado sem água” na região metropolitana no mês de janeiro.

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2 comentários:

Welbi Maia Brito disse...

O governador Geraldo Alckmin, desde o início, tem se mostrado atento e atuante, realizando obras e ações governamentais, que somadas às chuvas, tem conseguido evitar racionamento nas regiões abastecidas pelos sistemas Guarapiranga e Alto Tietê.

Unknown disse...

Gostaria que fossem listadas as obras nesse sentido do governador incompetente atento. Nenhuma obra foi realizada, a menos que chame reza de obra.