Por Altamiro Borges
Atrasado para mais um compromisso, eu pego um táxi na região central da capital paulista. O motorista me pergunta sobre as razões dos protestos contra o “presidente Temer”. Conhecendo a média da opinião da categoria, bastante influenciável pelas emissoras de rádio – como a “Ku Klux Pan” ou a CBN, a “rádio que troca notícias” –, vacilo em responder para evitar atritos, mas não me contenho. Falo que o motivo principal é a tal reforma da Previdência. Aparentemente tranquilo, ele pede detalhes sobre a proposta. Pergunto sua idade e quanto tempo ele já contribuiu. Diante das respostas, faço um cálculo rápido e brinco: “Você só vai se aposentar no caixão”. Assustado, o taxista indaga por que o “governo está fazendo esta putaria com a gente”? Minha resposta também foi direta: “porque só tem bandido neste covil e no comando desta reforma”.
– O cara que elaborou esta maldade é um tal de Marcelo Caetano, secretário da Previdência Social do Ministério da Fazenda da quadrilha que assaltou o poder. Ele foi conselheiro da Brasilprev, uma das maiores empresas de previdência privada do país. Estas corporações, a maioria delas controladas pelos poderosos banqueiros, têm interesse em abocanhar sua grana. Em várias partes do mundo, ela embolsa este dinheiro de milhões de contribuintes desesperados com o risco de não se aposentar e depois dá calote. Declara falência e você fica pendurado na brocha – sem previdência pública e sem a privada. É uma forma de roubo, muito comum entre os banqueiros. O tal Marcelo Caetano serve aos interesses destes bandidos.
– Já o cara que é o relator da “putaria” na Câmara Federal, um tal de Arthur Maia, deputado do PPS, é sócio de uma empresa que está na lista de devedores do Instituto Nacional de Seguridade Social. O débito, de quase R$ 152 mil, refere-se a tributos previdenciários não pagos por uma distribuidora de combustíveis da qual ele é sócio na Bahia. A campanha eleitoral dele em 2014 foi bancada por várias empresas, inclusive pelo Bradesco Vida e Previdência, que doou R$ 300 mil. O tal deputado é tão cínico que recentemente defendeu a adoção de leis mais duras contra devedores do INSS. Parte dos empresários que apoiou o impeachment da Dilma adora fraudar a Previdência. Estudo divulgado em fevereiro mostra que cerca de 500 empresas devem R$ 426 bilhões – bilhões! – ao INSS. Isto é quase três vezes mais do que o total do falso déficit previdenciário em 2016, de R$ 149,7 bilhões. Ao invés de cobrar dos ricaços, Michel Temer resolveu jogar a conta no lombo dos trabalhadores.
Antes do prosseguir, o atento taxista, que já havia perdido a calma, exclamou: “Então é por isso que estes caras derrubaram a Dilma”. Aos poucos a ficha vai caindo e as pessoas vão percebendo que foram ludibriadas pelos golpistas e por sua mídia. Ao deixar o táxi, ele ainda anunciou: “Não vou ouvir mais estas rádios. Elas são mentirosas e me fizeram de otário”. Ganhei o dia!
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Leia também:
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- O homem forte da reforma da Previdência
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- Déficit da previdência? Que déficit?
- Está sobrando dinheiro na Previdência
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- As mentiras de Temer sobre a Previdência
Atrasado para mais um compromisso, eu pego um táxi na região central da capital paulista. O motorista me pergunta sobre as razões dos protestos contra o “presidente Temer”. Conhecendo a média da opinião da categoria, bastante influenciável pelas emissoras de rádio – como a “Ku Klux Pan” ou a CBN, a “rádio que troca notícias” –, vacilo em responder para evitar atritos, mas não me contenho. Falo que o motivo principal é a tal reforma da Previdência. Aparentemente tranquilo, ele pede detalhes sobre a proposta. Pergunto sua idade e quanto tempo ele já contribuiu. Diante das respostas, faço um cálculo rápido e brinco: “Você só vai se aposentar no caixão”. Assustado, o taxista indaga por que o “governo está fazendo esta putaria com a gente”? Minha resposta também foi direta: “porque só tem bandido neste covil e no comando desta reforma”.
– O cara que elaborou esta maldade é um tal de Marcelo Caetano, secretário da Previdência Social do Ministério da Fazenda da quadrilha que assaltou o poder. Ele foi conselheiro da Brasilprev, uma das maiores empresas de previdência privada do país. Estas corporações, a maioria delas controladas pelos poderosos banqueiros, têm interesse em abocanhar sua grana. Em várias partes do mundo, ela embolsa este dinheiro de milhões de contribuintes desesperados com o risco de não se aposentar e depois dá calote. Declara falência e você fica pendurado na brocha – sem previdência pública e sem a privada. É uma forma de roubo, muito comum entre os banqueiros. O tal Marcelo Caetano serve aos interesses destes bandidos.
– Já o cara que é o relator da “putaria” na Câmara Federal, um tal de Arthur Maia, deputado do PPS, é sócio de uma empresa que está na lista de devedores do Instituto Nacional de Seguridade Social. O débito, de quase R$ 152 mil, refere-se a tributos previdenciários não pagos por uma distribuidora de combustíveis da qual ele é sócio na Bahia. A campanha eleitoral dele em 2014 foi bancada por várias empresas, inclusive pelo Bradesco Vida e Previdência, que doou R$ 300 mil. O tal deputado é tão cínico que recentemente defendeu a adoção de leis mais duras contra devedores do INSS. Parte dos empresários que apoiou o impeachment da Dilma adora fraudar a Previdência. Estudo divulgado em fevereiro mostra que cerca de 500 empresas devem R$ 426 bilhões – bilhões! – ao INSS. Isto é quase três vezes mais do que o total do falso déficit previdenciário em 2016, de R$ 149,7 bilhões. Ao invés de cobrar dos ricaços, Michel Temer resolveu jogar a conta no lombo dos trabalhadores.
Antes do prosseguir, o atento taxista, que já havia perdido a calma, exclamou: “Então é por isso que estes caras derrubaram a Dilma”. Aos poucos a ficha vai caindo e as pessoas vão percebendo que foram ludibriadas pelos golpistas e por sua mídia. Ao deixar o táxi, ele ainda anunciou: “Não vou ouvir mais estas rádios. Elas são mentirosas e me fizeram de otário”. Ganhei o dia!
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