Da Rede Brasil Atual:
A filósofa Marcia Tiburi estava na manhã de hoje (6) no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, em solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, segundo ela mesma, em defesa da democracia.
De acordo com ela, o pedido de prisão do juiz Sérgio Moro se relaciona com "um roteiro espetacularizado" de todo o processo que envolve o tríplex do Guarujá, e faz parte do elemento midiático desse cenário. "A mídia, na verdade, se transformou entre nós no maior de todos os poderes. O Legislativo, Executivo e o Judiciário não são nada mais perto do poder da mídia. É ela que manda", disse, em entrevista a Marilu Cabañas, Glauco Faria e Emerson Ramos, na Rádio Brasil Atual.
Tiburi falou a respeito da carta aberta que escreveu para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, pedindo que acatasse o pedido de uma liminar em uma ação declaratória de constitucionalidade sobre a prisão em segunda instância. "Ele ainda é uma pessoa lúcida, fez uma explanação do seu voto com rigor jurídico e constitucional que não se vê nos demais que tentaram usar um discurso patético para engabelar a população."
Para a filósofa, defender o ex-presidente, no momento atual, é estar ao lado da democracia. "Todo mundo que tem um senso de dignidade própria deveria defender hoje Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo que não goste dele pessoalmente. O que está em jogo são todas as pessoas que vão continuar sendo aviltadas por esse tipo de injustiça, o que é uma contradição em si, já que o Judiciário brasileiro hoje não faz nada a favor das pessoas", disse. "Nós precisamos mudar isso, e para isso precisamos mudar nosso patamar simbólico. Lula hoje simboliza a nossa democracia."
"A gente está convivendo hoje com gente que tem um patamar cognitivo e analítico muito baixo. Esses agentes do Judiciário hoje muitas vezes nos deixam em dúvida se estão raciocinando mesmo ou se venderam sua capacidade de pensar e analisar para os meios de comunicação e para essa vontade de fama."
Ela também comentou sobre a cultura de ódio vigente no país e o fato de pessoas terem celebrado o pedido de prisão de Lula. "O processo de fascistização da nossa cultura, tanto em nível institucional como em nível cotidiano, não começou hoje. Os meios de comunicação de massa têm um papel muito importante neste processo porque eles também, ao apresentarem à população uma tendência dominante, conseguem fazer um convite para que a população se engaje a essa tendência. E ligar-se a ela é, em princípio, uma tendência fascista, porque a tendência dominante é a do poder e da violência. E as pessoas se sentem seguras quando fazem parte dela", explicou.
Ouça a entrevista na íntegra [aqui].
De acordo com ela, o pedido de prisão do juiz Sérgio Moro se relaciona com "um roteiro espetacularizado" de todo o processo que envolve o tríplex do Guarujá, e faz parte do elemento midiático desse cenário. "A mídia, na verdade, se transformou entre nós no maior de todos os poderes. O Legislativo, Executivo e o Judiciário não são nada mais perto do poder da mídia. É ela que manda", disse, em entrevista a Marilu Cabañas, Glauco Faria e Emerson Ramos, na Rádio Brasil Atual.
Tiburi falou a respeito da carta aberta que escreveu para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, pedindo que acatasse o pedido de uma liminar em uma ação declaratória de constitucionalidade sobre a prisão em segunda instância. "Ele ainda é uma pessoa lúcida, fez uma explanação do seu voto com rigor jurídico e constitucional que não se vê nos demais que tentaram usar um discurso patético para engabelar a população."
Para a filósofa, defender o ex-presidente, no momento atual, é estar ao lado da democracia. "Todo mundo que tem um senso de dignidade própria deveria defender hoje Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo que não goste dele pessoalmente. O que está em jogo são todas as pessoas que vão continuar sendo aviltadas por esse tipo de injustiça, o que é uma contradição em si, já que o Judiciário brasileiro hoje não faz nada a favor das pessoas", disse. "Nós precisamos mudar isso, e para isso precisamos mudar nosso patamar simbólico. Lula hoje simboliza a nossa democracia."
"A gente está convivendo hoje com gente que tem um patamar cognitivo e analítico muito baixo. Esses agentes do Judiciário hoje muitas vezes nos deixam em dúvida se estão raciocinando mesmo ou se venderam sua capacidade de pensar e analisar para os meios de comunicação e para essa vontade de fama."
Ela também comentou sobre a cultura de ódio vigente no país e o fato de pessoas terem celebrado o pedido de prisão de Lula. "O processo de fascistização da nossa cultura, tanto em nível institucional como em nível cotidiano, não começou hoje. Os meios de comunicação de massa têm um papel muito importante neste processo porque eles também, ao apresentarem à população uma tendência dominante, conseguem fazer um convite para que a população se engaje a essa tendência. E ligar-se a ela é, em princípio, uma tendência fascista, porque a tendência dominante é a do poder e da violência. E as pessoas se sentem seguras quando fazem parte dela", explicou.
Ouça a entrevista na íntegra [aqui].
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