Do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo:
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) vê-se sob intenso ataque público, desde a última segunda-feira (9/4), realizado por importantes empresas de comunicação – como o jornal O Estado de S. Paulo, a rádio Jovem Pan, a TV Bandeirantes e o site de Veja – e alguns de seus porta-vozes. Seu grande objetivo é afastar os jornalistas do Sindicato, para, dessa forma, enfraquecer a ação coletiva da categoria em defesa de seus salários e condições de trabalho, seriamente ameaçados pelas empresas, que se apoiam para isso na reforma trabalhista de Temer.
Como base para seu ataque usam falsidades e ofensas, deflagradas a partir da nota Repúdio às agressões contra a imprensa em São Bernardo do Campo, divulgada pelo SJSP no último 7 de abril. Como defensor reconhecido da pluralidade de ideias e da liberdade de expressão, o Sindicato entende que a sua nota está submetida ao debate democrático. Neste cenário, reafirma sua condenação cabal de qualquer ato de violência contra os jornalistas, bem como as posições políticas e a visão sobre a atuação dos grandes grupos de comunicação expressos no texto.
São falsas todas as afirmações de que o SJSP não agiu para combater as ameaças ou agressões contra os jornalistas na cobertura da manifestação em defesa do ex-presidente Lula, ocorrida em São Bernardo do Campo, de 5 a 7 de abril. Como está detalhadamente explicado no texto Prestação de contas da diretoria do Sindicato aos jornalistas, a entidade montou um plantão contra a violência aos jornalistas desde a manhã de sexta-feira, além de estar presente e atuar no “corpo-a-corpo” – chegando a confrontar agressores –, até a noite do sábado.
O SJSP reafirma seu repúdio e considera injustificável qualquer violência contra jornalistas, venha de quem vier. Não se trata apenas de uma posição retórica, mas de uma ação concreta e permanente da entidade, como demonstrado em São Bernardo do Campo. Buscando proteger o exercício profissional, o SJSP reivindica das empresas de comunicação cláusulas de segurança para integrar nas Convenções Coletivas de Trabalho, bem como se dirige aos poderes públicos para exigir que a polícia (maior fonte de violência contra os profissionais de imprensa) respeite o trabalho dos jornalistas. Em casos anteriores, a entidade estabeleceu uma colaboração com a Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público paulista, bem como se reuniu com o governador Geraldo Alckmin.
O SJSP é uma entidade que defende os jornalistas em toda e qualquer situação. Enfrenta o ataque promovido neste momento pelas empresas de rádio e TV, que provocam o fim da vigência da Convenção Coletiva, retiram direitos e tentam impor aos jornalistas condições de trabalho ainda piores que as preconizadas na reforma trabalhista. Contra esse fato – citado na nota –, os tais articulistas que nos difamam tem o quê a dizer?
O SJSP é uma entidade que defende a liberdade de expressão dos jornalistas em todas as circunstâncias, inclusive quando as empresas querem cassar o direito de seus jornalistas emitirem opiniões públicas, um pressuposto básico do exercício da cidadania. A entidade denunciou a demissão de um jornalista pela Folha de S.Paulo por ter publicado opiniões pessoais na internet, em outubro de 2017. Quem mais enfrentou a empresa para defender a liberdade de expressão?
O SJSP é uma entidade que se bate incondicionalmente pelo pleno respeito às prerrogativas profissionais dos jornalistas, como ocorreu quando a Justiça – e notadamente a Operação Lava-Jato – violou a garantia constitucional e democrática do sigilo de fonte de diversos jornalistas nos últimos anos.
As empresas, que tentam proibir os jornalistas de expressarem suas opiniões, buscam também impedir que o próprio Sindicato dos Jornalistas se expresse. A entidade reafirma que, além da defesa da categoria nas relações de trabalho, também tem a função de expressar suas opiniões sobre a situação do país: considera que houve um golpe de estado em 2016, tendo como um objetivo central reduzir direitos sociais e trabalhistas (atingindo diretamente os jornalistas), e que a condenação sem provas do ex-presidente Lula tem a função de impedir que os brasileiros tenham a opção de votar nele em 2018. Por isso, afirma que a libertação do ex-presidente é uma medida importante para restaurar plenamente a democracia no país e propiciar o ambiente para a revogação das medidas de Temer. As grandes empresas de comunicação, coerentemente, têm posição oposta: apoiaram o golpe e apoiam a aplicação plena da reforma trabalhista.
As posições do SJSP não têm qualquer conotação partidária. A entidade agrupa e representa jornalistas das mais diferentes opiniões políticas e ideológicas. O Sindicato adota o que considera necessário para lutar de forma eficaz e coerente para preservar os direitos dos jornalistas.
Quem nos ataca propondo a “desfiliação” à entidade e que ela seja “enterrada em cova rasa” não esconde sua posição totalitária, que, frente ao dissenso, foge do debate real e defende o extermínio do antagonista. Quem afirma que não somos jornalistas, não só mente, mas nem sequer pratica algo parecido com jornalismo, cujos fundamentos exigem apurar informações, ouvir o outro lado, abster-se do excesso de adjetivos.
O que buscam é quebrar a resistência da entidade e sua luta para defender os direitos, abrindo caminho para que as empresas possam impor perdas salariais severas, desregulamentação total da jornada, redução do gozo de férias, terceirizações e precarização ainda maior. Impedi-los é o desafio coletivo da categoria.
Os jornalistas conhecem o Sindicato, sua presença e sua atuação constante nas redações, bem como sua firme posição democrática, que vem de décadas. Ganham também consciência de que a unidade da categoria em torno da entidade é o caminho para juntar forças e vencer os ataques que ameaçam a profissão. Ataques vindos das empresas de comunicação não vão afetar o trabalho cotidiano do Sindicato em defesa dos jornalistas e do jornalismo.
São Paulo, 12 de abril de 2018.
Direção - Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) vê-se sob intenso ataque público, desde a última segunda-feira (9/4), realizado por importantes empresas de comunicação – como o jornal O Estado de S. Paulo, a rádio Jovem Pan, a TV Bandeirantes e o site de Veja – e alguns de seus porta-vozes. Seu grande objetivo é afastar os jornalistas do Sindicato, para, dessa forma, enfraquecer a ação coletiva da categoria em defesa de seus salários e condições de trabalho, seriamente ameaçados pelas empresas, que se apoiam para isso na reforma trabalhista de Temer.
Como base para seu ataque usam falsidades e ofensas, deflagradas a partir da nota Repúdio às agressões contra a imprensa em São Bernardo do Campo, divulgada pelo SJSP no último 7 de abril. Como defensor reconhecido da pluralidade de ideias e da liberdade de expressão, o Sindicato entende que a sua nota está submetida ao debate democrático. Neste cenário, reafirma sua condenação cabal de qualquer ato de violência contra os jornalistas, bem como as posições políticas e a visão sobre a atuação dos grandes grupos de comunicação expressos no texto.
São falsas todas as afirmações de que o SJSP não agiu para combater as ameaças ou agressões contra os jornalistas na cobertura da manifestação em defesa do ex-presidente Lula, ocorrida em São Bernardo do Campo, de 5 a 7 de abril. Como está detalhadamente explicado no texto Prestação de contas da diretoria do Sindicato aos jornalistas, a entidade montou um plantão contra a violência aos jornalistas desde a manhã de sexta-feira, além de estar presente e atuar no “corpo-a-corpo” – chegando a confrontar agressores –, até a noite do sábado.
O SJSP reafirma seu repúdio e considera injustificável qualquer violência contra jornalistas, venha de quem vier. Não se trata apenas de uma posição retórica, mas de uma ação concreta e permanente da entidade, como demonstrado em São Bernardo do Campo. Buscando proteger o exercício profissional, o SJSP reivindica das empresas de comunicação cláusulas de segurança para integrar nas Convenções Coletivas de Trabalho, bem como se dirige aos poderes públicos para exigir que a polícia (maior fonte de violência contra os profissionais de imprensa) respeite o trabalho dos jornalistas. Em casos anteriores, a entidade estabeleceu uma colaboração com a Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público paulista, bem como se reuniu com o governador Geraldo Alckmin.
O SJSP é uma entidade que defende os jornalistas em toda e qualquer situação. Enfrenta o ataque promovido neste momento pelas empresas de rádio e TV, que provocam o fim da vigência da Convenção Coletiva, retiram direitos e tentam impor aos jornalistas condições de trabalho ainda piores que as preconizadas na reforma trabalhista. Contra esse fato – citado na nota –, os tais articulistas que nos difamam tem o quê a dizer?
O SJSP é uma entidade que defende a liberdade de expressão dos jornalistas em todas as circunstâncias, inclusive quando as empresas querem cassar o direito de seus jornalistas emitirem opiniões públicas, um pressuposto básico do exercício da cidadania. A entidade denunciou a demissão de um jornalista pela Folha de S.Paulo por ter publicado opiniões pessoais na internet, em outubro de 2017. Quem mais enfrentou a empresa para defender a liberdade de expressão?
O SJSP é uma entidade que se bate incondicionalmente pelo pleno respeito às prerrogativas profissionais dos jornalistas, como ocorreu quando a Justiça – e notadamente a Operação Lava-Jato – violou a garantia constitucional e democrática do sigilo de fonte de diversos jornalistas nos últimos anos.
As empresas, que tentam proibir os jornalistas de expressarem suas opiniões, buscam também impedir que o próprio Sindicato dos Jornalistas se expresse. A entidade reafirma que, além da defesa da categoria nas relações de trabalho, também tem a função de expressar suas opiniões sobre a situação do país: considera que houve um golpe de estado em 2016, tendo como um objetivo central reduzir direitos sociais e trabalhistas (atingindo diretamente os jornalistas), e que a condenação sem provas do ex-presidente Lula tem a função de impedir que os brasileiros tenham a opção de votar nele em 2018. Por isso, afirma que a libertação do ex-presidente é uma medida importante para restaurar plenamente a democracia no país e propiciar o ambiente para a revogação das medidas de Temer. As grandes empresas de comunicação, coerentemente, têm posição oposta: apoiaram o golpe e apoiam a aplicação plena da reforma trabalhista.
As posições do SJSP não têm qualquer conotação partidária. A entidade agrupa e representa jornalistas das mais diferentes opiniões políticas e ideológicas. O Sindicato adota o que considera necessário para lutar de forma eficaz e coerente para preservar os direitos dos jornalistas.
Quem nos ataca propondo a “desfiliação” à entidade e que ela seja “enterrada em cova rasa” não esconde sua posição totalitária, que, frente ao dissenso, foge do debate real e defende o extermínio do antagonista. Quem afirma que não somos jornalistas, não só mente, mas nem sequer pratica algo parecido com jornalismo, cujos fundamentos exigem apurar informações, ouvir o outro lado, abster-se do excesso de adjetivos.
O que buscam é quebrar a resistência da entidade e sua luta para defender os direitos, abrindo caminho para que as empresas possam impor perdas salariais severas, desregulamentação total da jornada, redução do gozo de férias, terceirizações e precarização ainda maior. Impedi-los é o desafio coletivo da categoria.
Os jornalistas conhecem o Sindicato, sua presença e sua atuação constante nas redações, bem como sua firme posição democrática, que vem de décadas. Ganham também consciência de que a unidade da categoria em torno da entidade é o caminho para juntar forças e vencer os ataques que ameaçam a profissão. Ataques vindos das empresas de comunicação não vão afetar o trabalho cotidiano do Sindicato em defesa dos jornalistas e do jornalismo.
São Paulo, 12 de abril de 2018.
Direção - Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
1 comentários:
50 anos depois, temos o AI-5 versão 2018, vejo o futuro repetir o passado. Tempos estranhos e sombrios.
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