Por Roberto Carvalho, na revista Fórum:
O condomínio golpista tenta desestabilizar o principal estado com um governo que se opõe ao desmonte do Brasil e à punição do povo brasileiro, com extrema irresponsabilidade, covardia e o mesmo jogo sujo utilizado contra Lula, Dilma e Gleisi
A absolvição da senadora Gleisi Hoffmann, no último dia 19 de junho, lança luz sobre o que está ocorrendo em Minas Gerais. Gleisi, que se tornou uma das mais poderosas vozes contra o golpe e as injustiças cometidas contra a presidenta Dilma e Lula, passou a ser covardemente acossada pelo “partido do judiciário” e as alas dos operadores do aparato judicial-policial, cuja face mais visível é a lava jato. O julgamento da senadora e presidente do PT no STF expõe a falsidade das acusações. A perseguição à senadora não foi feita para fazer justiça. O objetivo de seus acusadores visava exclusivamente eliminar do tabuleiro político uma das principais figuras que combatem o ataque contra a democracia, o desmonte do país, que condena o povo brasileiro ao desespero do desemprego e à volta da miséria.
Aqui em Minas Gerais a mesma engrenagem, de utilizar a justiça para fins políticos, já estava em movimento, desde antes da posse do governador Fernando Pimentel, que venceu as eleições no primeiro turno. A perseguição ao governador ocorre desde então implacavelmente, não poupando nenhuma pessoa próxima a ele e nem mesmo a sua família – o que reproduz a caçada sofrida pelos familiares do presidente Lula.
Sem provas e carente de qualquer lógica nas acusações contra ele o governador é alvo de uma feroz caçada movida pela ala dos operadores da justiça aecistas, que são parte do partido do judiciário no Brasil. A estratégia contra o governo mineiro parte do mesmo princípio que levou o condomínio golpista a assaltar o poder: se eles não têm votos, tentam ganhar no tapetão.
O maquinismo contra Pimentel, dessa forma, tem a mesma estrutura daquele, que foi usado indevidamente contra a presidente do PT, Dilma e Lula.
Toda a ação jurídica contra o governador foi fundamentada em denúncias frágeis, de pessoas que sofreram condução coercitiva e prisões por tempo indefinido, uma prática considerada ilegal pelo STF, dias atrás.
Em um ato de extrema violência, os operadores da justiça chegaram a obrigar a esposa do governador a prestar depoimento em um leito de maternidade.
Evidentemente isso abalou emocionalmente o governador, como abalaria qualquer pessoa normal. A primeira entrevista coletiva de Fernando Pimentel não foi para falar sobre seus projetos e realizações no governo, mas para denunciar o constrangimento contra sua família, oportunidade em que ele se mostrou visivelmente comovido.
Enquanto essa ala dos operadores da justiça, claramente vinculada ao aecismo, atacava o governo mineiro, as engrenagens do golpe estavam a pleno vapor no Brasil. O ano de 2015 foi um constante combate contra o movimento, que procurava desestabilizar a presidenta Dilma Rousseff – hoje sabemos, com digitais estrangeiras. As fortes turbulências provocadas pela preparação do golpe prejudicaram todo o país, incluindo Minas Gerais.
Anastasia deixou a economia mineira em ruínas
Enquanto o Brasil inteiro era jogado em uma crise pelos golpistas, a caixa preta das finanças governamentais mineiras estava sendo aberta. Depois das dificuldades, para desvendar os segredos, que a contabilidade dos governos Aécio e Anastasia procurou esconder, a trágica situação das finanças de Minas Gerais foi descoberta. O quadro era de destruição total, parecia que uma bomba atômica havia explodido sobre as finanças do estado.
Além do rombo no caixa, os aecistas haviam demolido a economia mineira, devastando o parque industrial do estado laboriosamente construído desde Juscelino Kubitscheck, setores inteiros estavam em dificuldade e, consequentemente, a arrecadação sofrera uma queda impressionante. Por outro lado, todas as obras de infraestrutura foram abandonadas e a gestão das empresas estatais foi temerária e criminosa, o que piorava o quadro geral.
O déficit do estado chegava a impressionantes R$ 8 bilhões. Todos os números das contas do estado demonstraram que o propalado Choque de Gestão não passou de um artifício para maquiar a contabilidade de Minas Gerais.
Empresas como a Copasa, a Codemig e a Cemig foram sistematicamente saqueadas e nenhuma delas cumpriu as exigências dos contratos de concessão, que regem seus setores de prestação de serviços.
A Copasa estava prestes a enfrentar uma grave crise de abastecimento, obras em inúmeros municípios foram abandonadas e o caixa da empresa estava abalado. Diversos reservatórios, à época da posse de Pimentel haviam atingido o volume morto, sem que providências tivessem sido tomadas. Com isso, o abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte estava ameaçado. A companhia de águas e saneamento foi obrigada a realizar emergencialmente investimentos robustos, para impedir a explosão de uma bomba de alto poder explosivo, deixada pelos aecistas.
Na Cemig o cenário era ainda pior. Os aecistas não realizaram mais de cinco mil obras exigidas pelo contrato com a ANEEL, o que expunha a Companhia a uma multa milionária. As retiradas anuais de resultados dos acionistas, através de distribuição de dividendos, ultrapassaram os 100% do lucro. Ou seja, a companhia sob a direção dos aecistas estava entregando aos acionistas mais dinheiro do que gerava, deixando, dessa forma, de investir em obras essenciais para os consumidores e o desenvolvimento do estado. Essa prática é um absurdo em termos de gestão.
O caixa da empresa foi levado a um nível crítico. Somente com muito esforço, o governo Pimentel conseguiu reequilibrar a empresa e sanear as suas finanças, permitindo que a Cemig voltasse a investir nas obras atrasadas e na melhoria do sistema.
A Codemig foi utilizada indevidamente para viabilizar as obras marqueteiras dos governos aecistas, como a Cidade Administrativa, um equívoco de gestão pública.
Campo minado e traição
Para desvendar o terreno minado deixado pelos aecistas, comandados por Aécio e Anastasia, foram necessários meses. Nesse período o governo estadual não parou. Apesar das imensas dificuldades, diversas ações em benefício dos mineiros foram retomadas, inclusive corrigindo perversidades. Um exemplo foi o caso dos trabalhadores da educação, aos quais foi concedido um reajuste de 46%, além do compromisso com o piso nacional do magistério – um assunto que os aecistas não aceitavam nem mesmo discutir.
Enquanto o cenário trágico das finanças mineiras era desvendado, o cenário político nacional se agravava. O golpe aconteceu em 2016. Logo a seguir, o vice-governador traiu a confiança do governador e se aliou a Temer e aos aecistas, para aplicar o mesmo roteiro do golpe em Minas Gerais.
A perseguição jurídica, o terreno minado nas finanças, o golpe nacional e a traição vieram em sequência para acorrentar o governo Fernando Pimentel. O cerco foi imenso, assim como as chantagens e as sabotagens, provocando um acúmulo espantoso de dificuldades políticas, econômicas e, até, emocionais.
O propósito da aliança entre o grupo de Temer, os aecistas e o vice mineiro, sempre foi a de provocar o colapso do governo mineiro.
Um governo mais frágil e sem compromisso com a população mineira poderia ter se rendido. Nesse caso, a situação de Minas Gerais teria chegado ao caos, que hoje ocorre no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Paraná, entre outros exemplos, que são omitidos pela mídia.
São Paulo é um dos casos mais notórios de omissão da mídia. O governo paulista é o maior devedor do Brasil, com uma dívida próxima aos R$ 290 bilhões – uma enormidade. Todavia, em conluio com o governo Federal, há oito meses a dívida não é paga e nem cobrada.
Alckmin fecha escolas, elimina salas de aula, corta ou reduz a merenda e trata os professores como caso de polícia, com extrema violência. A saúde pública paulista entrou em colapso, fazendo com que muitos moradores do estado, que têm famílias no Sul de Minas, venham para o nosso estado procurar atendimento de melhor qualidade.
Há denúncias de que o sistema Cantareira está novamente no volume morto – mas a mídia não divulga, obedecendo a aliança dos donos dos grandes veículos com o governador tucano paulista.
O mais trágico, no entanto, é o acordo denunciado por vários analistas entre o PCC e o PSDB paulista, para manter a criminalidade em um nível “aceitável”.
Minas gerais enfrentou o cerco e avançou
Em Minas Gerais, apesar da crise e do cerco do governo golpista, os serviços públicos funcionam e conseguem atender com dignidade. Obras de infraestrutura urgentes são realizadas. Apesar do parcelamento, o funcionalismo teve reajustes e os salários são pagos dentro do mês.
O relacionamento entre os movimentos sociais e o governo mineiro é respeitoso, sendo que vários convênios importantes são estabelecidos com entidades como o MST e o MAB – Movimento de Assentados em Barragem, entre outros. O relacionamento entre governo federal e movimentos sociais foi extinto após o golpe e não existe nos estados administrados pelos golpistas.
A cultura registra avanços. O estado mantém importante presença no setor, o que compensa, em Minas Gerais, o afastamento do governo golpista do mecenato cultural.
A segurança vai em direção contrária à de todos os estados vizinhos, que assistem ao crescimento da criminalidade. Aqui em Minas, os índices de crimes violentos estão em declínio e isso é percebido pela população. Essa equação, que une o declínio dos índices de violência e a percepção de segurança por parte da população, faz desconfiar de interesses políticos por trás dos estranhos ataques comandados pelo PCC a ônibus e a prédios públicos.
Ocupações para o governo mineiro não são caso de polícia, como na maior parte do Brasil, principalmente onde há governos tucanos ou alinhados com os golpistas. Aqui as ocupações merecem atenção social e os diversos agentes do governo procuram resolver impasses, através de negociações e apoio. Essa política resulta em iniciativas bem-sucedidas, como a ocupação do Glória, em Uberlândia, que foi regularizada pelo governador. Além disso, o local será urbanizado com ações da Cemig, Copasa e outros agentes governamentais.
Sabotagens obrigam a escolhas difíceis
Há problemas? Claro que sim. Talvez o maior seja o de não ter sido feita a denúncia da incompetência, irresponsabilidade e, até mesmo, dos crimes, dos aecistas quando estiveram no comando do Estado, assim como das armadilhas deixadas por eles, para prejudicar o governo que os sucedeu.
Entretanto, embora críticas possam ser feitas, é importante entender as dificuldades de um governo que foi acossado, assediado e chantageado, duramente, desde o primeiro momento em que assumiu o estado; depois passou a ser sabotado pelo governo golpista e foi traído, como Dilma e Lula o foram, por aqueles que consideravam aliados.
Qualquer pessoa de bom senso e com isenção sabe que um dos principais objetivos do governador é pagar os salários dos servidores em dia. Ele é impedido de fazer isso por manobras dos aecistas e seus aliados no governo Temer. A aliança entre Temer e os aecistas bloqueia fundos financeiros, que o estado tem a receber da união, ao mesmo tempo em que sabota tentativas de contornar esses obstáculos. Dessa forma, amarram o governo do estado no limite imposto pela lei de responsabilidade fiscal.
De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, se o governador gastar um centavo, além do que é permitido, ele pode ser sumariamente afastado.
Mas muitos reclamam que ele paga a segurança e a saúde em dia.
Minhas amigas e meus amigos, o governador nunca vai falar em público o motivo real da sua decisão, devido às imposições de seu cargo e, também, em função do injusto assédio que ele sofre da ala aecista do partido do judiciário. Todavia, qualquer pessoa mais atenta pode compreender, que, mesmo em uma polícia muito superior em qualidade e eficiência às da maioria dos estados brasileiros, inclusive São Paulo, há núcleos aecistas e bolsonaristas fortemente incrustados na segurança pública. Mesmo minoritários, esses grupos podem aproveitar a questão salarial para jogar Minas Gerais no caos. Um exemplo disso ocorreu quando um pequeno, mas articulado e agressivo grupo de policiais civis e militares, invadiu o Palácio da Liberdade, há poucas semanas.
Uma crise caótica de segurança será um “prato feito” para Temer e os aecistas, que poderão assim invocar motivos para decretar uma intervenção militar no estado, que seria muito mais rigorosa que a do Rio de janeiro.
Temer e os aecistas atacam trincheira contra o golpe
A liminar pedida pelo deputado estadual aecista tucano, Gustavo Valadares, ao TCE é parte da sabotagem a Minas Gerais, que nunca parou um dia sequer, desde o primeiro em que Fernando Pimentel chegou ao Palácio da Liberdade.
Os aecistas pretendem retomar Minas Gerais, para que Minas Gerais volte a ser um território livre para as suas pilhagens.
Na outra ponta da aliança perversa estão os tucanos neoliberais e o grupo de Temer, que pretendem desarticular o governo do mais rico e populoso estado oposicionista ao golpe, que está destruindo o Brasil.
O episódio do TCE, envolvendo o aecista Gustavo Valadares, pelo menos teve o mérito de denunciar para a população mineira até que ponto pode chegar a irresponsabilidade dos golpistas. Os aecistas são insensíveis ao fato de que, ao tentarem atacar o governador, eles estão atingindo cruelmente mais de 20 milhões de mineiros.
Minas Gerais é uma das principais trincheiras contra o golpe, que abalou a democracia do Brasil, está destruindo a nossa economia e levando o povo brasileiro à desesperança do desemprego e trazendo de volta a miséria.
Dessa forma, minhas amigas e meus amigos, apoiar a reeleição de Fernando Pimentel é uma atitude importante contra o golpe. Além disso, para nós mineiros, eleger Fernando Pimentel significa impedir a volta daqueles que destruíram nosso estado. Com certeza, o retorno do aecismo comandado por Anastasia vai trazer dias muito piores para os mineiros.
A esperança de virar o jogo é reeleger Pimentel. Um novo governo, organizado sem as amarras das alianças que tanto prejudicaram o PT e tendo na bagagem o aprendizado das duras experiências que a vida nos ensina a todos, terá força e sabedoria para superar as dificuldades e avançar. É dessa forma que vamos conquistar uma Minas Gerais muito melhor e mais forte contra o golpe.
* Roberto Carvalho é administrador de empresas, funcionário de carreira do DER-MG, foi presidente do Sindicato dos Servidores do Estado de MG, vereador em BH, deputado estadual e vice-prefeito da capital mineira, nas gestões Fernando Pimentel e Márcio Lacerda.
O condomínio golpista tenta desestabilizar o principal estado com um governo que se opõe ao desmonte do Brasil e à punição do povo brasileiro, com extrema irresponsabilidade, covardia e o mesmo jogo sujo utilizado contra Lula, Dilma e Gleisi
A absolvição da senadora Gleisi Hoffmann, no último dia 19 de junho, lança luz sobre o que está ocorrendo em Minas Gerais. Gleisi, que se tornou uma das mais poderosas vozes contra o golpe e as injustiças cometidas contra a presidenta Dilma e Lula, passou a ser covardemente acossada pelo “partido do judiciário” e as alas dos operadores do aparato judicial-policial, cuja face mais visível é a lava jato. O julgamento da senadora e presidente do PT no STF expõe a falsidade das acusações. A perseguição à senadora não foi feita para fazer justiça. O objetivo de seus acusadores visava exclusivamente eliminar do tabuleiro político uma das principais figuras que combatem o ataque contra a democracia, o desmonte do país, que condena o povo brasileiro ao desespero do desemprego e à volta da miséria.
Aqui em Minas Gerais a mesma engrenagem, de utilizar a justiça para fins políticos, já estava em movimento, desde antes da posse do governador Fernando Pimentel, que venceu as eleições no primeiro turno. A perseguição ao governador ocorre desde então implacavelmente, não poupando nenhuma pessoa próxima a ele e nem mesmo a sua família – o que reproduz a caçada sofrida pelos familiares do presidente Lula.
Sem provas e carente de qualquer lógica nas acusações contra ele o governador é alvo de uma feroz caçada movida pela ala dos operadores da justiça aecistas, que são parte do partido do judiciário no Brasil. A estratégia contra o governo mineiro parte do mesmo princípio que levou o condomínio golpista a assaltar o poder: se eles não têm votos, tentam ganhar no tapetão.
O maquinismo contra Pimentel, dessa forma, tem a mesma estrutura daquele, que foi usado indevidamente contra a presidente do PT, Dilma e Lula.
Toda a ação jurídica contra o governador foi fundamentada em denúncias frágeis, de pessoas que sofreram condução coercitiva e prisões por tempo indefinido, uma prática considerada ilegal pelo STF, dias atrás.
Em um ato de extrema violência, os operadores da justiça chegaram a obrigar a esposa do governador a prestar depoimento em um leito de maternidade.
Evidentemente isso abalou emocionalmente o governador, como abalaria qualquer pessoa normal. A primeira entrevista coletiva de Fernando Pimentel não foi para falar sobre seus projetos e realizações no governo, mas para denunciar o constrangimento contra sua família, oportunidade em que ele se mostrou visivelmente comovido.
Enquanto essa ala dos operadores da justiça, claramente vinculada ao aecismo, atacava o governo mineiro, as engrenagens do golpe estavam a pleno vapor no Brasil. O ano de 2015 foi um constante combate contra o movimento, que procurava desestabilizar a presidenta Dilma Rousseff – hoje sabemos, com digitais estrangeiras. As fortes turbulências provocadas pela preparação do golpe prejudicaram todo o país, incluindo Minas Gerais.
Anastasia deixou a economia mineira em ruínas
Enquanto o Brasil inteiro era jogado em uma crise pelos golpistas, a caixa preta das finanças governamentais mineiras estava sendo aberta. Depois das dificuldades, para desvendar os segredos, que a contabilidade dos governos Aécio e Anastasia procurou esconder, a trágica situação das finanças de Minas Gerais foi descoberta. O quadro era de destruição total, parecia que uma bomba atômica havia explodido sobre as finanças do estado.
Além do rombo no caixa, os aecistas haviam demolido a economia mineira, devastando o parque industrial do estado laboriosamente construído desde Juscelino Kubitscheck, setores inteiros estavam em dificuldade e, consequentemente, a arrecadação sofrera uma queda impressionante. Por outro lado, todas as obras de infraestrutura foram abandonadas e a gestão das empresas estatais foi temerária e criminosa, o que piorava o quadro geral.
O déficit do estado chegava a impressionantes R$ 8 bilhões. Todos os números das contas do estado demonstraram que o propalado Choque de Gestão não passou de um artifício para maquiar a contabilidade de Minas Gerais.
Empresas como a Copasa, a Codemig e a Cemig foram sistematicamente saqueadas e nenhuma delas cumpriu as exigências dos contratos de concessão, que regem seus setores de prestação de serviços.
A Copasa estava prestes a enfrentar uma grave crise de abastecimento, obras em inúmeros municípios foram abandonadas e o caixa da empresa estava abalado. Diversos reservatórios, à época da posse de Pimentel haviam atingido o volume morto, sem que providências tivessem sido tomadas. Com isso, o abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte estava ameaçado. A companhia de águas e saneamento foi obrigada a realizar emergencialmente investimentos robustos, para impedir a explosão de uma bomba de alto poder explosivo, deixada pelos aecistas.
Na Cemig o cenário era ainda pior. Os aecistas não realizaram mais de cinco mil obras exigidas pelo contrato com a ANEEL, o que expunha a Companhia a uma multa milionária. As retiradas anuais de resultados dos acionistas, através de distribuição de dividendos, ultrapassaram os 100% do lucro. Ou seja, a companhia sob a direção dos aecistas estava entregando aos acionistas mais dinheiro do que gerava, deixando, dessa forma, de investir em obras essenciais para os consumidores e o desenvolvimento do estado. Essa prática é um absurdo em termos de gestão.
O caixa da empresa foi levado a um nível crítico. Somente com muito esforço, o governo Pimentel conseguiu reequilibrar a empresa e sanear as suas finanças, permitindo que a Cemig voltasse a investir nas obras atrasadas e na melhoria do sistema.
A Codemig foi utilizada indevidamente para viabilizar as obras marqueteiras dos governos aecistas, como a Cidade Administrativa, um equívoco de gestão pública.
Campo minado e traição
Para desvendar o terreno minado deixado pelos aecistas, comandados por Aécio e Anastasia, foram necessários meses. Nesse período o governo estadual não parou. Apesar das imensas dificuldades, diversas ações em benefício dos mineiros foram retomadas, inclusive corrigindo perversidades. Um exemplo foi o caso dos trabalhadores da educação, aos quais foi concedido um reajuste de 46%, além do compromisso com o piso nacional do magistério – um assunto que os aecistas não aceitavam nem mesmo discutir.
Enquanto o cenário trágico das finanças mineiras era desvendado, o cenário político nacional se agravava. O golpe aconteceu em 2016. Logo a seguir, o vice-governador traiu a confiança do governador e se aliou a Temer e aos aecistas, para aplicar o mesmo roteiro do golpe em Minas Gerais.
A perseguição jurídica, o terreno minado nas finanças, o golpe nacional e a traição vieram em sequência para acorrentar o governo Fernando Pimentel. O cerco foi imenso, assim como as chantagens e as sabotagens, provocando um acúmulo espantoso de dificuldades políticas, econômicas e, até, emocionais.
O propósito da aliança entre o grupo de Temer, os aecistas e o vice mineiro, sempre foi a de provocar o colapso do governo mineiro.
Um governo mais frágil e sem compromisso com a população mineira poderia ter se rendido. Nesse caso, a situação de Minas Gerais teria chegado ao caos, que hoje ocorre no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Paraná, entre outros exemplos, que são omitidos pela mídia.
São Paulo é um dos casos mais notórios de omissão da mídia. O governo paulista é o maior devedor do Brasil, com uma dívida próxima aos R$ 290 bilhões – uma enormidade. Todavia, em conluio com o governo Federal, há oito meses a dívida não é paga e nem cobrada.
Alckmin fecha escolas, elimina salas de aula, corta ou reduz a merenda e trata os professores como caso de polícia, com extrema violência. A saúde pública paulista entrou em colapso, fazendo com que muitos moradores do estado, que têm famílias no Sul de Minas, venham para o nosso estado procurar atendimento de melhor qualidade.
Há denúncias de que o sistema Cantareira está novamente no volume morto – mas a mídia não divulga, obedecendo a aliança dos donos dos grandes veículos com o governador tucano paulista.
O mais trágico, no entanto, é o acordo denunciado por vários analistas entre o PCC e o PSDB paulista, para manter a criminalidade em um nível “aceitável”.
Minas gerais enfrentou o cerco e avançou
Em Minas Gerais, apesar da crise e do cerco do governo golpista, os serviços públicos funcionam e conseguem atender com dignidade. Obras de infraestrutura urgentes são realizadas. Apesar do parcelamento, o funcionalismo teve reajustes e os salários são pagos dentro do mês.
O relacionamento entre os movimentos sociais e o governo mineiro é respeitoso, sendo que vários convênios importantes são estabelecidos com entidades como o MST e o MAB – Movimento de Assentados em Barragem, entre outros. O relacionamento entre governo federal e movimentos sociais foi extinto após o golpe e não existe nos estados administrados pelos golpistas.
A cultura registra avanços. O estado mantém importante presença no setor, o que compensa, em Minas Gerais, o afastamento do governo golpista do mecenato cultural.
A segurança vai em direção contrária à de todos os estados vizinhos, que assistem ao crescimento da criminalidade. Aqui em Minas, os índices de crimes violentos estão em declínio e isso é percebido pela população. Essa equação, que une o declínio dos índices de violência e a percepção de segurança por parte da população, faz desconfiar de interesses políticos por trás dos estranhos ataques comandados pelo PCC a ônibus e a prédios públicos.
Ocupações para o governo mineiro não são caso de polícia, como na maior parte do Brasil, principalmente onde há governos tucanos ou alinhados com os golpistas. Aqui as ocupações merecem atenção social e os diversos agentes do governo procuram resolver impasses, através de negociações e apoio. Essa política resulta em iniciativas bem-sucedidas, como a ocupação do Glória, em Uberlândia, que foi regularizada pelo governador. Além disso, o local será urbanizado com ações da Cemig, Copasa e outros agentes governamentais.
Sabotagens obrigam a escolhas difíceis
Há problemas? Claro que sim. Talvez o maior seja o de não ter sido feita a denúncia da incompetência, irresponsabilidade e, até mesmo, dos crimes, dos aecistas quando estiveram no comando do Estado, assim como das armadilhas deixadas por eles, para prejudicar o governo que os sucedeu.
Entretanto, embora críticas possam ser feitas, é importante entender as dificuldades de um governo que foi acossado, assediado e chantageado, duramente, desde o primeiro momento em que assumiu o estado; depois passou a ser sabotado pelo governo golpista e foi traído, como Dilma e Lula o foram, por aqueles que consideravam aliados.
Qualquer pessoa de bom senso e com isenção sabe que um dos principais objetivos do governador é pagar os salários dos servidores em dia. Ele é impedido de fazer isso por manobras dos aecistas e seus aliados no governo Temer. A aliança entre Temer e os aecistas bloqueia fundos financeiros, que o estado tem a receber da união, ao mesmo tempo em que sabota tentativas de contornar esses obstáculos. Dessa forma, amarram o governo do estado no limite imposto pela lei de responsabilidade fiscal.
De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, se o governador gastar um centavo, além do que é permitido, ele pode ser sumariamente afastado.
Mas muitos reclamam que ele paga a segurança e a saúde em dia.
Minhas amigas e meus amigos, o governador nunca vai falar em público o motivo real da sua decisão, devido às imposições de seu cargo e, também, em função do injusto assédio que ele sofre da ala aecista do partido do judiciário. Todavia, qualquer pessoa mais atenta pode compreender, que, mesmo em uma polícia muito superior em qualidade e eficiência às da maioria dos estados brasileiros, inclusive São Paulo, há núcleos aecistas e bolsonaristas fortemente incrustados na segurança pública. Mesmo minoritários, esses grupos podem aproveitar a questão salarial para jogar Minas Gerais no caos. Um exemplo disso ocorreu quando um pequeno, mas articulado e agressivo grupo de policiais civis e militares, invadiu o Palácio da Liberdade, há poucas semanas.
Uma crise caótica de segurança será um “prato feito” para Temer e os aecistas, que poderão assim invocar motivos para decretar uma intervenção militar no estado, que seria muito mais rigorosa que a do Rio de janeiro.
Temer e os aecistas atacam trincheira contra o golpe
A liminar pedida pelo deputado estadual aecista tucano, Gustavo Valadares, ao TCE é parte da sabotagem a Minas Gerais, que nunca parou um dia sequer, desde o primeiro em que Fernando Pimentel chegou ao Palácio da Liberdade.
Os aecistas pretendem retomar Minas Gerais, para que Minas Gerais volte a ser um território livre para as suas pilhagens.
Na outra ponta da aliança perversa estão os tucanos neoliberais e o grupo de Temer, que pretendem desarticular o governo do mais rico e populoso estado oposicionista ao golpe, que está destruindo o Brasil.
O episódio do TCE, envolvendo o aecista Gustavo Valadares, pelo menos teve o mérito de denunciar para a população mineira até que ponto pode chegar a irresponsabilidade dos golpistas. Os aecistas são insensíveis ao fato de que, ao tentarem atacar o governador, eles estão atingindo cruelmente mais de 20 milhões de mineiros.
Minas Gerais é uma das principais trincheiras contra o golpe, que abalou a democracia do Brasil, está destruindo a nossa economia e levando o povo brasileiro à desesperança do desemprego e trazendo de volta a miséria.
Dessa forma, minhas amigas e meus amigos, apoiar a reeleição de Fernando Pimentel é uma atitude importante contra o golpe. Além disso, para nós mineiros, eleger Fernando Pimentel significa impedir a volta daqueles que destruíram nosso estado. Com certeza, o retorno do aecismo comandado por Anastasia vai trazer dias muito piores para os mineiros.
A esperança de virar o jogo é reeleger Pimentel. Um novo governo, organizado sem as amarras das alianças que tanto prejudicaram o PT e tendo na bagagem o aprendizado das duras experiências que a vida nos ensina a todos, terá força e sabedoria para superar as dificuldades e avançar. É dessa forma que vamos conquistar uma Minas Gerais muito melhor e mais forte contra o golpe.
* Roberto Carvalho é administrador de empresas, funcionário de carreira do DER-MG, foi presidente do Sindicato dos Servidores do Estado de MG, vereador em BH, deputado estadual e vice-prefeito da capital mineira, nas gestões Fernando Pimentel e Márcio Lacerda.
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