Por Renato Rovai, na revista Fórum:
Há pouco mais de um mês a página da Revista Fórum no Youtube foi impedida de fazer hangouts. O motivo que a plataforma apresentou para a punição, que eles chamam de strike, foi ter divulgado no dia 23 de maio um vídeo no qual o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) aparece de calção.
Vários outros canais divulgaram o mesmo vídeo, registando que ele estava, inclusive, de cueca, e não foram punidos.
O deputado Marquezelli enviou uma carta à redação dizendo que não havia denunciado a Fórum e que não se incomodava com o vídeo. Na mensagem, reafirmou seu compromisso com a liberdade de imprensa.
Fórum notificou o Youtube, enviando a carta do deputado anexada e recebeu uma resposta burocrática. De que isso atentava contra as políticas da comunidade. E nada mais.
No último final de semana, Fórum foi informada que havia levado seu segundo strike. E que se viesse a ser punida mais uma vez teria seu canal cancelado, perdendo todo o conteúdo que nele se encontra e que vem sendo publicado há alguns anos.
O motivo foi a publicação de um vídeo no qual policiais de Minas Gerais agrediam e intimidavam mulheres que buscavam atendimento num Pronto Socorro. O vídeo ilustrava uma matéria publicada em 13 de novembro de 2017. Ou seja, há oito meses.
Era claro conteúdo jornalístico e a restrição à sua veiculação configura censura pela Constituição brasileira.
Na justificativa, o Youtube aponta que o vídeo rompe as regras da comunidade por se tratar de bullying. Nada mais patético.
O resultado do novo strike é que Fórum terá de ficar sem utilizar seu canal até o dia 6 de outubro. Coincidentemente até o final do primeiro turno das eleições.
As quase 20 mil pessoas que curtiram o canal não poderão, por exemplo, assistir ao programa Fórum Onze e Meia, que vem sendo feito neste horário todos os dias da semana e que atinge 20 mil visualizações em algumas de suas edições.
Todo o enredo é bizarro e evidentemente será não só denunciado neste espaço como ensejará uma ação judicial contra o Youtube em defesa da liberdade de imprensa não só da Fórum, como de todo o ecossistema informativo.
A despeito de ser uma empresa privada o Youtube está submetido à legislação brasileira. Da mesma forma que uma padaria não pode deixar de cumprir regras da vigilância sanitária, o Youtube não pode censurar veículos de comunicação.
Enquanto recorre da punição, Fórum criou um novo canal e sugere a todos que nele se inscrevam. Não aceitaremos essa cassação aos nossos direitos de voz e imagem em silêncio. Se mil canais forem fechados, mil serão abertos. Porque não há outra alternativa como o Youtube para a divulgação de vídeos.
E Fórum fará a luta política que for necessária para utilizá-lo em igualdade de condições com outros veículos informativos que com ela concorrem no mercado jornalístico. Disputa que é saudável e base da democracia.
Ainda é cedo para afirmar que essa ação contra a Fórum é parte de uma censura mais ampla, mas já se pode desconfiar disso.
Google e Facebook estão apoiando um projeto liderado por uma entidade americana que convidou só veículos de comunicação da mídia tradicional para qualificar a cobertura das eleições na internet.
Essa entidade já agiu nesses termos em outros países, como a França. E as denúncias que nos chegam é de que lá houve perseguição e tentativa de silenciamento dos dissidentes.
Como Fórum sempre estive na batalha pela democratização das comunicações no Brasil ela é alvo.
Mas não será assim que os grandes grupos nacionais de comunicação e seus subsidiários, que ontem apoiaram a ditadura militar e que hoje rifam o país a preço de banana para o capital internacional, vão nos intimidar.
Fórum não vai se dobrar, custe o que custar. De um lado vai passar a investigar com lupa tudo o que está sendo armado, para ir relatando os abusos. De outro, vai acionar todos os dispositivos legais para defender seus interesses e dos seus milhões de leitores.
Há pouco mais de um mês a página da Revista Fórum no Youtube foi impedida de fazer hangouts. O motivo que a plataforma apresentou para a punição, que eles chamam de strike, foi ter divulgado no dia 23 de maio um vídeo no qual o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) aparece de calção.
Vários outros canais divulgaram o mesmo vídeo, registando que ele estava, inclusive, de cueca, e não foram punidos.
O deputado Marquezelli enviou uma carta à redação dizendo que não havia denunciado a Fórum e que não se incomodava com o vídeo. Na mensagem, reafirmou seu compromisso com a liberdade de imprensa.
Fórum notificou o Youtube, enviando a carta do deputado anexada e recebeu uma resposta burocrática. De que isso atentava contra as políticas da comunidade. E nada mais.
No último final de semana, Fórum foi informada que havia levado seu segundo strike. E que se viesse a ser punida mais uma vez teria seu canal cancelado, perdendo todo o conteúdo que nele se encontra e que vem sendo publicado há alguns anos.
O motivo foi a publicação de um vídeo no qual policiais de Minas Gerais agrediam e intimidavam mulheres que buscavam atendimento num Pronto Socorro. O vídeo ilustrava uma matéria publicada em 13 de novembro de 2017. Ou seja, há oito meses.
Era claro conteúdo jornalístico e a restrição à sua veiculação configura censura pela Constituição brasileira.
Na justificativa, o Youtube aponta que o vídeo rompe as regras da comunidade por se tratar de bullying. Nada mais patético.
O resultado do novo strike é que Fórum terá de ficar sem utilizar seu canal até o dia 6 de outubro. Coincidentemente até o final do primeiro turno das eleições.
As quase 20 mil pessoas que curtiram o canal não poderão, por exemplo, assistir ao programa Fórum Onze e Meia, que vem sendo feito neste horário todos os dias da semana e que atinge 20 mil visualizações em algumas de suas edições.
Todo o enredo é bizarro e evidentemente será não só denunciado neste espaço como ensejará uma ação judicial contra o Youtube em defesa da liberdade de imprensa não só da Fórum, como de todo o ecossistema informativo.
A despeito de ser uma empresa privada o Youtube está submetido à legislação brasileira. Da mesma forma que uma padaria não pode deixar de cumprir regras da vigilância sanitária, o Youtube não pode censurar veículos de comunicação.
Enquanto recorre da punição, Fórum criou um novo canal e sugere a todos que nele se inscrevam. Não aceitaremos essa cassação aos nossos direitos de voz e imagem em silêncio. Se mil canais forem fechados, mil serão abertos. Porque não há outra alternativa como o Youtube para a divulgação de vídeos.
E Fórum fará a luta política que for necessária para utilizá-lo em igualdade de condições com outros veículos informativos que com ela concorrem no mercado jornalístico. Disputa que é saudável e base da democracia.
Ainda é cedo para afirmar que essa ação contra a Fórum é parte de uma censura mais ampla, mas já se pode desconfiar disso.
Google e Facebook estão apoiando um projeto liderado por uma entidade americana que convidou só veículos de comunicação da mídia tradicional para qualificar a cobertura das eleições na internet.
Essa entidade já agiu nesses termos em outros países, como a França. E as denúncias que nos chegam é de que lá houve perseguição e tentativa de silenciamento dos dissidentes.
Como Fórum sempre estive na batalha pela democratização das comunicações no Brasil ela é alvo.
Mas não será assim que os grandes grupos nacionais de comunicação e seus subsidiários, que ontem apoiaram a ditadura militar e que hoje rifam o país a preço de banana para o capital internacional, vão nos intimidar.
Fórum não vai se dobrar, custe o que custar. De um lado vai passar a investigar com lupa tudo o que está sendo armado, para ir relatando os abusos. De outro, vai acionar todos os dispositivos legais para defender seus interesses e dos seus milhões de leitores.
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