Por Tadeu Porto, na revista Fórum:
Conforme noticiou a Fórum, o secretário de governo e dono da Localiza, Salim Mattar, atacou gratuitamente uma das categorias mais relevantes para a industria brasileira: os trabalhadores e trabalhadoras do petróleo. Mattar argumenta que os petroleiros são “privilegiados” por trabalhar em uma estatal e agride, de maneira anti-republicana e desrespeitosa, um movimento popular histórico e regularização pela nossa constituição.
É importante destacar que essas falas não condizem com as condições reais que o movimento grevista foi construído. Dessa maneira, o multibilionário se posiciona como um cidadão comum e não um agente público.
Em outra palavras, Salim se posiciona da mesma maneira que o seleto grupo de integrantes do governo que parecem querer um cargo público para virar um digital influencer e fazer da política nacional um grande BBB, colocando seus interesses pessoais, curtidas e visualizações acima de uma política de Estado.
Por exemplo, estamos assistindo atônitos uma das gestões mais incompetentes que a educação do Brasil já viu e, nesse caminho, Salim caminha para se tornar o grande Weintraub das privatizações.
Destaco, abaixo, alguns dados reais sobre a greve dos petroleiros e petroleiras:
A greve é legítima e necessária
Como destacou a FUP, Federação Única dos Petroleiros, a greve é para assegurar empregos, baseados no Acordo Coletivo que rege as relações de trabalho dos petroleiros há décadas. A verdade factual é que os petroleiros pedem o cumprimento da cláusula 26 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa) e da própria Petrobras.
O texto negociado e assinado por ambas as partes não deixa dúvidas: qualquer demissão coletiva de trabalhadores tem de ser negociada e acordada com os respectivos sindicatos. O que, de fato, não ocorreu.
Direitos relacionados a proteção a vida dos trabalhadores são essenciais para a economia do país, afinal, sem um povo assalariado e disposto a consumir, a economia não consegue girar e atender a todos e todas.
A título de exemplo, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), entre 2013 e 2018 a Petrobras registrou a maior queda no número de trabalhadores entre as grandes petroleiras do mundo. O número de trabalhadores da companhia caiu 26,4%, de 86.108 para 63.361 trabalhadores enquanto, no mesmo período, a francesa Total elevou em 5,7% seu quadro profissional, passando de 98.799 para 104.406 trabalhadores (lembrando que na França não tem Pré-Sal).
A luta também é por empregos e investimentos na indústria
Outro ponto que a categoria petroleira sempre reivindica é a volta do fortalecimento do setor de petróleo do país, mercado mais importante do mundo.
A destruição da cadeia produtiva de óleo e gás é um dos principais motivos pelos quais a economia do país segue estagnada. A Petrobras, que era uma das locomotivas do desenvolvimento nacional, reduziu em mais de 50% os investimentos no Brasil.
Os R$ 104,4 bilhões investidos pela empresa em 2013 despencaram para R$ 49,3 bilhões, em 2018. Sem os investimentos da Petrobras, o setor deixou de gerar mais de R$ 100 bilhões para o PIB nesse período. Como consequência, 2,5 milhões de postos de trabalho foram fechados ao longo deste período, o que representa 19% da atual taxa de desemprego.
Cada R$ 1 bilhão que a Petrobras investe em exploração e produção de petróleo gera R$ 1,28 bilhão para o PIB e 26.319 empregos.
Cada R$ 1 bilhão que a Petrobras investe em refino gera R$ 1,27 bilhão para o PIB e 32.348 ocupações.
Portanto, ao se comunicar como um multibilionário e não um agente público, Mattar parece atender a um interesse pessoal de enfraquecimento dos trabalhadores para que possa, como empresário multibilionário, explorar cada vez mais a classe que gera a riqueza responsável pela sua fortuna.
Vale salientar, por fim, que um secretário do governo deveria respeitar os trabalhadores e trabalhadoras que, tanto legalmente quanto moralmente, se organizam para negociar com a empresa um acordo que valorize nossas vidas, desde nossa saúde e segurança, até o ambiente de trabalho onde possamos gerar capital produtivo – tecnologia e valor – para a população brasileira.
Conforme noticiou a Fórum, o secretário de governo e dono da Localiza, Salim Mattar, atacou gratuitamente uma das categorias mais relevantes para a industria brasileira: os trabalhadores e trabalhadoras do petróleo. Mattar argumenta que os petroleiros são “privilegiados” por trabalhar em uma estatal e agride, de maneira anti-republicana e desrespeitosa, um movimento popular histórico e regularização pela nossa constituição.
É importante destacar que essas falas não condizem com as condições reais que o movimento grevista foi construído. Dessa maneira, o multibilionário se posiciona como um cidadão comum e não um agente público.
Em outra palavras, Salim se posiciona da mesma maneira que o seleto grupo de integrantes do governo que parecem querer um cargo público para virar um digital influencer e fazer da política nacional um grande BBB, colocando seus interesses pessoais, curtidas e visualizações acima de uma política de Estado.
Por exemplo, estamos assistindo atônitos uma das gestões mais incompetentes que a educação do Brasil já viu e, nesse caminho, Salim caminha para se tornar o grande Weintraub das privatizações.
Destaco, abaixo, alguns dados reais sobre a greve dos petroleiros e petroleiras:
A greve é legítima e necessária
Como destacou a FUP, Federação Única dos Petroleiros, a greve é para assegurar empregos, baseados no Acordo Coletivo que rege as relações de trabalho dos petroleiros há décadas. A verdade factual é que os petroleiros pedem o cumprimento da cláusula 26 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa) e da própria Petrobras.
O texto negociado e assinado por ambas as partes não deixa dúvidas: qualquer demissão coletiva de trabalhadores tem de ser negociada e acordada com os respectivos sindicatos. O que, de fato, não ocorreu.
Direitos relacionados a proteção a vida dos trabalhadores são essenciais para a economia do país, afinal, sem um povo assalariado e disposto a consumir, a economia não consegue girar e atender a todos e todas.
A título de exemplo, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), entre 2013 e 2018 a Petrobras registrou a maior queda no número de trabalhadores entre as grandes petroleiras do mundo. O número de trabalhadores da companhia caiu 26,4%, de 86.108 para 63.361 trabalhadores enquanto, no mesmo período, a francesa Total elevou em 5,7% seu quadro profissional, passando de 98.799 para 104.406 trabalhadores (lembrando que na França não tem Pré-Sal).
A luta também é por empregos e investimentos na indústria
Outro ponto que a categoria petroleira sempre reivindica é a volta do fortalecimento do setor de petróleo do país, mercado mais importante do mundo.
A destruição da cadeia produtiva de óleo e gás é um dos principais motivos pelos quais a economia do país segue estagnada. A Petrobras, que era uma das locomotivas do desenvolvimento nacional, reduziu em mais de 50% os investimentos no Brasil.
Os R$ 104,4 bilhões investidos pela empresa em 2013 despencaram para R$ 49,3 bilhões, em 2018. Sem os investimentos da Petrobras, o setor deixou de gerar mais de R$ 100 bilhões para o PIB nesse período. Como consequência, 2,5 milhões de postos de trabalho foram fechados ao longo deste período, o que representa 19% da atual taxa de desemprego.
Cada R$ 1 bilhão que a Petrobras investe em exploração e produção de petróleo gera R$ 1,28 bilhão para o PIB e 26.319 empregos.
Cada R$ 1 bilhão que a Petrobras investe em refino gera R$ 1,27 bilhão para o PIB e 32.348 ocupações.
Portanto, ao se comunicar como um multibilionário e não um agente público, Mattar parece atender a um interesse pessoal de enfraquecimento dos trabalhadores para que possa, como empresário multibilionário, explorar cada vez mais a classe que gera a riqueza responsável pela sua fortuna.
Vale salientar, por fim, que um secretário do governo deveria respeitar os trabalhadores e trabalhadoras que, tanto legalmente quanto moralmente, se organizam para negociar com a empresa um acordo que valorize nossas vidas, desde nossa saúde e segurança, até o ambiente de trabalho onde possamos gerar capital produtivo – tecnologia e valor – para a população brasileira.
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