quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Sem reforma agrária não há democracia

Por Gabriella Gualberto, no site da Fundação Perseu Abramo:

Há 35 anos, em 29 de janeiro de 1985, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou seu primeiro Congresso Nacional, em Curitiba (PR), e assumiu uma posição de destaque na luta pela reforma agrária no Brasil. O evento foi um desdobramento do 1º Encontro Nacional, ocorrido no ano anterior, em Cascavel (PR), quando a organização foi oficialmente criada.

O congresso em Curitiba contou com a participação de lavradores e camponeses de diferentes Estados, que contribuíram para a fixação das diretrizes de atuação do MST, resumidas em duas palavras de ordem: “Ocupação é a única solução” e “Sem reforma agrária, não há democracia”. O movimento passou a defender a ocupação de terrenos como legítimo instrumento de luta contra o latifúndio e pelo direito à terra.

O MST tem raízes históricas nas lutas do período pré-1964 pela reforma agrária, uma das reformas de base preconizadas pelo governo João Goulart. Naquela fase, as Ligas Camponesas, lideradas por Francisco Julião, haviam sido o movimento social mais expressivo na luta pela terra.

Nos anos 1980, sob a influência da Pastoral da Terra (CPT) e das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), vinculadas ao setor progressista da igreja católica, surgiram novas lideranças no setor, dando origem ao núcleo original do Master (Movimento dos Agricultores Sem Terra) e depois ao MST. Um impulso decisivo foi dado com a implantação do acampamento de Encruzilhada Natalino (RS), no início da década.

* Este texto é um trabalho do Memorial da Democracia, o museu virtual da Fundação Perseu Abramo e do Instituto Lula.

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