domingo, 12 de abril de 2020

Merval e o Jim Jones da Globo contra o PT

Por Jeferson Miola, em seu blog:                   

Merval Pereira, o porta-voz da Globo, se enquadra na categoria de figuras públicas que [i] manipulam a realidade e os fatos e que [ii] jamais assumem responsabilidade pelas suas escolhas equivocadas. Principalmente quando tais escolhas podem ocasionar, como consequência, catástrofes humanitárias – como é a realidade brasileira atual.

Em artigo no jornal O Globo [11/4] Merval se faz de sonso, como se ele próprio e a Rede Globo não tivessem nenhuma responsabilidade pela eleição do Bolsonaro e pela espiral de barbárie vivida no Brasil.

Merval chama Bolsonaro de “nosso Jim Jones tupiniquim”.

Apesar do pronome possessivo “nosso”, Merval escreve como se o Jim Jones criado por eles tivesse surgido de geração espontânea; como se a aberração monstruosa viabilizada pela oligarquia e seus meios de comunicação tivesse irrompido das profundezas do esgoto espontaneamente.

Merval agora simula surpresa que “As demonstrações diárias de irresponsabilidade acintosa vão ganhando perigosos ares de desequilíbrio comportamental”, como se ele e a Globo não conhecessem desde décadas o perfil sociopata e cruel do Bolsonaro.

Só agora, porém, Bolsonaro passou a ser intolerável para a Globo. Embora tenha a “virtude” de ser antipetista [sic], como escreve Merval, Bolsonaro deixou provado que é “um desequilibrado, técnica e emocionalmente incapaz […], e moralmente corrupto”.

Merval reconhece que Bolsonaro “é incapaz de ser outra pessoa. Já era assim antes da campanha”; e arremata com a confissão: “mas era o que tinham os que queriam alijar o PT”.

Para impedir a qualquer preço um novo governo do PT, a elite não tinha nenhum plano, nenhuma proposta a favor do país e do povo brasileiro, apenas um plano contra o PT!

Como Merval deixa claro, Bolsonaro era a opção que a Globo, a burguesia, os EUA, os militares e as finanças tinham para “alijar o PT”.

Na eleição de 2018, com a “boca-de-urna” do então juiz Sérgio Moro e o ativismo dos lavajatistas de Curitiba, do STJ, do TSE e do STF, a Globo e a elite atuaram para impedir a qualquer preço a candidatura do Lula e a vitória do Haddad.

Eles queriam eleger o sociopata genocida para garantir a continuidade das políticas anti-nação e anti-povo aplicadas continuadamente desde o impeachment fraudulento da presidente Dilma.

A oligarquia não tinha dúvidas e, tampouco, constrangimento ético ou moral acerca desta escolha, porque a demonização do PT passou a ser a ideologia racista dominante.

Eles tinham plena consciência que instalariam no poder um “sociopata sabidamente fascista e corrupto que nunca escondeu sua idolatria por torturadores, o apreço sádico pela tortura e pelo estupro, e seu vínculo com milícias, com paramilitares e com o submundo do crime” [Oligarquia prometeu um presidente mas entregou um Jim Jones].

Merval conclui o artigo dizendo que “Bolsonaro será responsabilizado pessoalmente pelo aumento das mortes. Não é possível ter um presidente que estimula a população a se arriscar numa pandemia, como um líder místico levando seus seguidores para o suicídio coletivo”.

O mesmo critério de responsabilização vale também para quem criou a criatura. Numa futura justiça de transição, Bolsonaro estará no banco dos réus acompanhado dos seus criadores, que fizeram de tudo para “alijar o PT” e jogaram o Brasil no precipício fascista.

2 comentários:

Eliseu Leão disse...

O Merdal além de sonso difunde uma narrativa falsa. Pode ser que ele deseje pro Bolsonaro o mesmo fim do Jim Jones: um tiro na cabeça e todos os bolsominions mortos. Vamos ao verdadeiro Jim Jones.
"O maior suicidio coletivo da historia" "Morreram 918 fiéis, (a maioria) voluntariamente, mas (vários) assassinados (Sic) à bala". Vai dai que não se pode mais falar de suicidio. O suicidio coletivo ocorreu sim mas foi entre os Mervais. Ninguém bebeu algum veveno: o veveno foi injetado com seringas nos corpos previamente deitados de bruços, como ficou posteriormente provado.

Quem desconhece a formação dos militares brasileiros, por exemplo, acredita no absurdo do suicidio coletivo com participantes in-voluntários e voluntários. Isso sem falar na contagem inicial, com helicoptero, de 400 mortos (todos de cara pro chão e bunda pro céu) e descobrir posteriormente outros —514— aqueles que tentaram a fuga nos campos e foram caçados pela milicias. Detalhe: nenhum curioso foi autorizado a aproximar-se do local nos primeiros cinco dias. Outro detalhe: o deputado Leo Ryan que reunira dois cinegrafistas da NBC e dois assistentes para visitar Jonestown e saber se procediam as denúncias contra os fanáticos da seita, foi assassinado com seus acompanhantes (um deles escapou ileso do atentado). Pela primeira vez na história do governo estadunidense um parlamentar em missão oficial, no exterior, foi assassinado; nem assim o governo protestou junto ao governo da Guyana inglesa e nem pediu um inquérito (ao Bolsonero/Sergio Morto da situação). — Mais outro detalhe: na comitiva do Ryan partecipava um tal de Richard Dwer, oficialmente como funcionário do Departamento de Estado (o Itamaraty dos EUA), na verdade ele era um agente da CIA. Isso Ryan não sabia. De fato foi o unico que não estava perto do Ryan na hora do tiroteio.
O videomaker e blogger Massimo Mazzucco escreveu um artigo interessante e fez um video usando documentos preciosos e raros extraídos de uma coletânea chamada Evidence of Revision, coleção de clips históricas que dura cerca de 7 horas expondo os bastidores de todos os casos importantes da história estadunidense: do assassinato de John Kennedy à guerra do Vietnam, do assassinato de Robert Kennedy ao nascimento do progeto MK-ULTRA. Essa coletânea pode ser consultada no Youtube. O massacre de Jonestown tem a ver com a Cia e com o já citado Progeto MK-ULTRA, desmontado no ano anterior, em 1977.
Como diz o autor do artigo e do video, esse massacre por si só é historicamente pouco relevante; passa a ser interessante se foi uma classica operação de depistagem por parte da midia mundial para encobrir o que certamente foi uma operação experimental de controle mental da CIA (MK-ULTRA), abortado por culpa do parlamentar de San Francisco, Leo Ryan.

Eliseu Leão disse...

Para entender esse desfecho é preciso conhecer seis passagenes:
1) Nos anos '70 Jones entra no business como pastor evangélico, funda a igreja chamada Templo do Povo (mas se fosse Templo da Roubada ou Roubada do Povo dava no mesmo). Jones ficara conhecido pelas cestas básicas para crianças pobres. Fez amigos politicos, militares, empresários.
2) Um belo dia o agora famoso reverendo surpreende suas ovelhas: reunidos todos na "casa do Rei" sobe no pulpito e pede para irem com ele para a Guyana inglesa fundar uma comunidade agrícola e juntos viverem felizes, longe dos males da civilização moderna. A Terra Prometida! Muitos aceitaram. Tudo bem. Até que algum fugitivo voltasse e revelasse a familiares que aquele progeto agricola era na verdade um lager, com milicia armada e trabalhos forçados; com autofalantes por todos os lados que difundiam pregações e discursos de Jones 24 horas por dia, sete dias por semana, com volume altissimo, naquele modo obsessivo, exaltado, muito comum no rito evengélico.
3) Como parte dessa ininterrupta lavagem cerebral Jones organizava simulações de suicidio coletivo: as pessoas acordavam improvisamente no meio da noite com Jones gritando nos altofalantes, ordenando que saíssem imediatamente em direção do edificio central porque mercenários estavam chegando para matá-los.
4) Jonestown não era uma comunidade agricola fundada por Jones mas era uma base militar da CIA conhecida como "Progeto Shalom" usada anteriormente no adestramento de mercenários negros para a guerrilha de Angola.
5) Joseph Holsinger (assistente do parlamentar assassinado que escapou ileso) testemunhou numa comissão parlamentar: "minha impressão é que estavam fazendo algum tipo de experimento de controle mental; tinham um hospital modernissimo que fazia controles médicos diariamente, varias vezes por dia a todos os habitantes da colonia. Uma coisa desse tipo tem sentido no âmbito de algum programa experimental, com grupos sob controle e observação; para mim aquelas pessoas eram cobaias; queriam estudar o que é possivel obter com certos tipos de drogas numa situação de isolamento, estavam no meio da floresta, longe de olhos indiscretos.
6) Ryan atrapalhou o programa e a CIA para evitar que seguazes da seita revelassem o que realmente acontecia, despachou antecipadamente todo mundo para junto do Senhor.
Por que é importante voltar a falar desse massacre? Porque oficialmente o programa MK-ULTRA da CIA foi fechado oficialmente em 1974 quando foi descoberto e revelado ao povo estadunidense. O palestino Shiran que atirou em Bob Kennedy, soube-se posteriormente, passara por um programa de controle mental da CIA; de lá pra cá muitos como ele ainda passam por programas desse tipo. O grande John Lennon, entre outras coisas, defendia a causa das Panteras Negras e uniu a CIA e FBI no mesmo ódio contra ele. Minha convicção pessoal (e não estou sozinho) é que o Mark Chapman fosse um desses "programados".

Video de Massimo Mazzucco no Youtube (em italiano):
Il massacro di Jonestown: suicidio di massa, o progetto MK-Ultra?
https://www.youtube.com/watch?v=NqghFMxPNUI