sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Maia salva Bolsonaro no golpe aos servidores

Por Altamiro Borges

Mais uma vez o 'rentista' Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara Federal, salvou o "capetão" na sua agenda ultraneoliberal na economia. Em sessão na noite desta quinta-feira (20), os deputados mantiveram o projeto de Bolsonaro/Guedes de congelamento dos salários dos servidores públicos de estados e municípios.

A mídia rentista, que espinafrou o Senado que um dia antes havia rejeitado a proposta de arrocho do governo, novamente é só elogios à “seriedade" e à "responsabilidade fiscal” do presidente da Câmara. O incompetente Jair Bolsonaro, que temia a traição do próprio Centrão, deve mais uma ao seu “fiel” aliado na pauta econômica regressiva e destrutiva.

Mídia rentista elogia o líder dos demos 

No jornal Estadão, o chefão do DEM fez questão de cobrar a conta. "Foi a Câmara que construiu a solução. Não tirando a importância do governo, mas foram os líderes que construíram a solução. A Câmara tem tido responsabilidade e trabalhado na pauta de modernização do Estado brasileiro", jactou-se Rodrigo Maia.

O site UOL também realçou a “vitória” do demo: “Às pressas e com Maia, governo consegue reviravolta após Senado ‘rebelde’”. A mídia neoliberal fez questão de destacar que Rodrigo Maia, “que raramente participa das votações do Congresso, esteve no plenário durante toda a sessão e chegou a fazer a orientação de voto pelo seu partido, o DEM”.

O resultado do esforço da cloaca empresarial, da sua mídia e dos seus deputados foi acachapante. Conforme relato do site Congresso em Foco, “em estratégia bem-sucedida, governo e presidente da Câmara conseguem reverter a decisão do Senado e impedir a derrubada do veto” da dupla infernal Bolsonaro/Guedes.

Como votaram os partidos

A maioria dos partidos orientou suas bancadas a aprovar o veto: PSL, MDB, PSD, Republicanos, PSDB, DEM, PSC, Podemos, Cidadania, Novo, Patriota e PV. As siglas do Centrão (PL, PP, Solidariedade, Pros, PTB e Avante) também votaram a favor do governo. Apenas siglas da oposição – PT, PSB, PDT, Psol, PCdoB e Rede – orientaram pela rejeição do veto.

“Ao todo, foram 316 votos favoráveis, 165 contrários e duas abstenções. Houve 29 ausências. Para que um veto seja derrubado, são necessários 41 votos no Senado e 257 votos na Câmara. A votação no Senado, na quarta-feira (19), teve um placar apertado – foram 42 votos pela rejeição e 30 pela manutenção do veto”.

Até aliados do “capetão” tinham votado contra o laranjal, “a exemplo do senador Izalci Lucas (PSDB-DF), vice-líder do governo, e da senadora Soraya Thronicke (PSL-MS). O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez duras críticas ao senadores, afirmando que havia sido cometido um ‘crime’ contra o país”.

Agora, porém, com a ajuda inestimável e inesquecível de Rodrigo Maia, a dupla Bolsonaro/Guedes consegue uma nova vitória na sua agenda econômica neoliberal – como já havia ocorrido na votação da “deforma” da Previdência, que golpeou os aposentados e serviu aos interesses mesquinhos dos banqueiros e rentistas.

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