Por Altamiro Borges
As próximas semanas prometem ser trágicas e tristes para os brasileiros com o avanço da Covid-19 devido à postura genocida do "capetão" Jair Bolsonaro. Todos os indicadores são assustadores. Neste domingo (7) – quando costuma ocorrer uma queda no registro de óbitos –, o país teve 1.054 mortes.
Segundo o consórcio de veículos de imprensa, a média móvel, que compila os dados dos últimos sete dias, subiu para 1.497 óbitos. É o nono dia seguido em que o país bate recorde nesse quesito macabro. A tendência é que a média móvel siga subindo. Já há quem preveja – inclusive no Ministério da Saúde – até 3 mil mortes diárias.
No pior momento da pandemia em 2020, em julho, a média móvel recorde foi de 1.096 mortes. No mesmo período do ano passado, o pico dos contágios foi de 46 mil. Já este mês de março supera 60 mil contaminados a cada 24 horas e as projeções indicam piora do quadro ao longo do mês.
O colapso do sistema de saúde
O avanço da pandemia resulta no colapso do sistema de saúde. Mato Grosso não tem mais vagas de UTI nem para onde transferir doentes com quadros graves. O governador Mauro Mendes (DEM) apelou por ajuda aos estados do Amapá, Tocantins, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás – que já lamentaram não ter leitos disponíveis.
Já em Santa Catarina, a Justiça determinou que a União transfira para qualquer local do país os 174 pacientes que estão na fila da UTI no oeste do estado. No domingo, segundo fontes oficiais, havia ao todo 373 infectados com a Covid-19 aguardando leitos de terapia intensiva no estado.
O quadro também é dramático no Paraná. Vivian Feijó, diretora do Hospital Universitário de Londrina, o segundo maior do estado, prevê dias trágicos. No fim de semana já eram 60 pacientes na fila por um leito de UTI. Angustiada, ela desabafa: “Há temor de chegar o momento de ter que escolher quem tem mais chance de viver”.
General Pazuello está acuado
O colapso do sistema de saúde pode atingir também São Paulo, estado mais populoso do país – o que aceleraria a tragédia nacional. Neste final de semana, a ocupação das UTIs superou 80% pela primeira vez desde o início da pandemia. Já no Rio de Janeiro, oito municípios não têm mais vagas nas unidades de terapia intensiva.
Diante desse cenário de guerra, até o general Eduardo Pazuello, o desmoralizado "craque em logística", foi obrigado a baixar a bola. O ministro da Saúde agendou reunião com os governadores para finalmente discutir “medidas restritivas conjuntas” contra o avanço da pandemia. O encontro foi articulado pelos presidentes da Câmara Federal e do Senado.
Segundo a Folha, “após dez meses de submissão à cartilha bolsonarista e agora sob investigação, Eduardo Pazuello tem sinalizado com pedido de ajuda a gestores. A costura tem sido feita nos bastidores e com cuidado para não provocar a ira do presidente... Para pessoas que falaram com o general nos últimos dias, a impressão é a de que a sinalização dele agora é reflexo da preocupação com a investigação de que é alvo em meio ao crescente número de mortes, que não para de bater recordes”.
Será que o capitão vai autorizar as conversas do servil general?
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