quinta-feira, 28 de julho de 2022

Terrorista bolsonarista de MG segue preso

Charge: Junião
Por Altamiro Borges


Até a Procuradoria-Geral da República (PGR), tão conivente com o neofascista no poder, solicitou a manutenção na cadeia do terrorista que ameaçou “pendurar de cabeça para baixo” os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e atacou Lula e outras lideranças de esquerda no país. Ivan Rejane Pinto, conhecido como Ivan Papo Reto, foi detido em Belo Horizonte na sexta-feira (22), após pedido de prisão temporária expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, e segue no xilindró.

Para a PGR, o “influenciador digital” deve continuar preso enquanto a Polícia Federal investiga se ele teve cúmplices ao fazer suas ameaças terroristas. Em vídeos divulgados pelas redes sociais, Ivan Papo Reto bravateou: “Anda de segurança armada na rua que nós, da direita, vamos começar a caçar você [Lula]. Caçar Gleisi Hoffmann [deputada e presidenta do PT] e Freixo [candidato do PSB ao governo do Rio de Janeiro], frouxo do caralho. Todos eles que te cercam, vagabundo”.

"Prende minha rola", debocha o fascista

Ele também convocou seus seguidores para as manifestações golpistas no 7 de Setembro e, após citar nominalmente os ministros do STF, ameaçou: “Sumam do Brasil. Nós vamos pendurar vocês de cabeça para baixo”. Antes de ser preso na capital mineira, o panaca postou outro vídeo debochando do ministro Alexandre de Moraes: “Prende minha rola”.

A princípio, a detenção seria por apenas cinco dias. Mas a Polícia Federal solicitou ao Supremo uma prorrogação para concluir a perícia do material apreendido na casa do terrorista. “A liberdade do custodiado pode causar sérios prejuízos à investigação, com possível supressão de provas, que podem ser localizadas com o término do exame do material apreendido ou mesmo a comunicação com outros membros do grupo, ainda não identificados, acarretando a ineficácia das medidas investigativas”, argumentou a PF.

A PGR foi então acionada a se manifestar e concordou com a Polícia Federal, em ofício protocolado na segunda-feira (25). “A autoridade policial apresentou, de maneira fundamentada, as razões que demandam a prorrogação excepcional da medida cautelar, com o escopo de assegurar a devida identificação de outros membros de possível grupo criminoso e de evitar destruição de provas”, avaliou a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, que responde na ausência do titular da PGR, Augusto Aras, que está em férias.

“Assim, considerando que a conclusão da perícia técnica pode ensejar a necessidade de novas diligências investigativas urgentes para a coleta de elementos de informação e que a liberdade do custodiado representa concreto risco para a investigação, afigura-se ainda existente o ‘periculum libertatis’, pelo que a prorrogação da prisão temporária é imprescindível para a eficácia da investigação”, concluiu o despacho da PGR.

Candidato a vereador do PSL em 2020

O patético influenciador digital foi candidato a vereador na capital mineira em 2020, usando o apelido de Ivan Papo Reto, pelo PSL, então partido de Jair Bolsonaro. Ele obteve somente 189 votos. Todo metido a valentão, ele fazia provocações para se projetar politicamente. Agora, ele está na cadeia. O ministro do STF também determinou ao Twitter, YouTube e Facebook que bloqueiem as redes sociais do terrorista e que o Telegram encerre um grupo que ele administra.

Para Alexandre de Moraes, as atitudes de Ivan Boa Pinto podem ser enquadradas nos crimes de associação criminosa e abolição violenta das instituições democráticas. Seus posts, afirma o ministro, “se revestem de convocação de terceiros não identificados, com união de desígnios, para utilização abusiva dos direitos de reunião e liberdade de expressão, para atentar contra a democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, ignorando a exigência constitucional das reuniões serem lícitas e pacíficas”.

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