domingo, 9 de outubro de 2022

Bolsonaro corta verba para tratamento de Aids

Por Altamiro Borges

Na propaganda eleitoral de rádio e televisão, Jair Bolsonaro aparece travestido de presidente preocupado com os dramas sociais e bravateia sobre o seu “pacote de bondades” – como o Auxílio Brasil e outros vales demagógicos e eleitoreiros. Distante dos holofotes, porém, o “capetão” segue cortando verbas para programas vitais.

O jornal Estadão informa, por exemplo, que “o corte de verbas do Ministério da Saúde, promovido pelo governo Jair Bolsonaro para reservar dinheiro ao orçamento secreto, em 2023, atingiu 12 programas da pasta, entre eles o que distribui medicamentos para tratamento de Aids, infecções sexualmente transmissíveis e hepatites virais”.

Somada, a redução de recursos nestes 12 programas atinge R$ 3,3 bilhões. “O tamanho da tesourada varia, como indica o Boletim de Monitoramento do Orçamento da Saúde... No custeio de bolsas para residentes em medicina ‘Pró-Residência Médica e em Área Multiprofissional’, por exemplo, o impacto foi de R$ 922 milhões”.

O programa de “Atendimento à População para Prevenção, Controle e Tratamento de HIV/AIDS, outras Infecções Sexualmente Transmissíveis e Hepatites Virais Total” faz parte da assistência farmacêutica no SUS. A verba banca a produção e distribuição de medicamentos voltados ao tratamento de pessoas com HIV e demais doenças.

Como lembra o Estadão, “desde os anos 1980, o país nunca conseguiu acabar com essa epidemia. Houve registro de 1.045.355 casos de Aids, sendo 13.501 no ano passado. Em 2020, 10.417 pessoas morreram da doença e o número total de vítimas chegou a 291.695”. Apesar da gravidade, o “capetão” corta as verbas para o tratamento.

A lista das reduções criminosas

Em outras matérias, o Estadão já revelou mais cortes criminosos na área da saúde, como nas verbas do programa Médicos Pelo Brasil, sucessor do Mais Médicos; da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e da Atenção à Saúde de Populações Ribeirinhas e de Áreas Remotas na Amazônia, uma parceria com o Exército e a Marinha.

A série de reportagens também identificou cortes no Farmácia Popular e nas verbas para equipar e reformar os hospitais especializados no tratamento de câncer. Como apontam entidades da área de saúde, se esses cortes não forem revertidos, eles “poderão gerar agravos a ações fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS)”.

Abaixo, a lista das perdas motivadas por estes cortes orçamentários impostos pelo genocida Jair Bolsonaro:

- Implementação de Políticas de Promoção à Saúde e Atenção a Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) - R$ 3,8 milhões

- Programa Médicos pelo Brasil - R$ 366 milhões

- Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação em Saúde - R$ 297 milhões

- Alimentação e Nutrição para a Saúde - R$ 43 milhões

- Educação e Formação em Saúde - R$ 76 milhões

- Pró-Residência Médica e em Área Multiprofissional - R$ 922 milhões

- Sistemas de Tecnologia de Informação e Comunicação para a Saúde (e-Saúde) - R$ 206 milhões

- Implantação e Funcionamento da Saúde Digital e Telessaúde no SUS - R$ 26 milhões

- Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde Indígena e Estruturação de Unidades de Saúde e Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) para Atendimento à População Indígena - R$ 910 milhões

- Atenção à Saúde de Populações Ribeirinhas e de Áreas Remotas da Região Amazônica - R$ 10 milhões

- Atendimento à População para Prevenção, Controle e Tratamento de HIV/AIDS, outras Infecções Sexualmente Transmissíveis e Hepatites Virais Total - R$ 407 milhões

- Implementação de Políticas para a Rede Cegonha e Implementação de Políticas para Rede de Atenção Materno Infantil - R$ 28 milhões

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