Presidentes Azali Assoumani, Joe Biden, Lula e o primeiro-ministro Justin Trudeau em sessão de trabalho no G7 |
A mídia hegemônica brasileira sempre teve complexo de vira-lata. Colonizada, ela repete acriticamente tudo o que a imprensa ianque publica. Até parece uma sucursal rastaquera do Departamento de Estado dos EUA em defesa dos interesses do império. Nos últimos dias, jornalões, revistonas e emissoras de tevê e rádio atacaram duramente o presidente Lula por sua postura soberana na Cúpula do G7, em Hiroshima, no Japão.
O jornal O Globo, por exemplo, publicou nesta terça-feira (23) um editorial hidrófobo afirmando que o governo brasileiro saiu humilhado do fórum. “Lula, que meses atrás acalentava o plano de negociar a paz entre Rússia e Ucrânia, nem conseguiu uma reunião bilateral com Zelensky. Até o presidente americano, Joe Biden, evitou um encontro a dois com Lula... As potências ocidentais que saudaram sua chegada ao poder como um vento benfazejo depois do furacão Jair Bolsonaro já não parecem encará-lo com a mesma deferência”, esbravejou.
Totalmente servil às nações imperialistas, a famiglia Marinho ainda criticou Lula por tentar “manter vivo um dos temas prediletos da diplomacia brasileira: a necessidade de reforma do Conselho de Segurança da ONU. Como em todas as outras vezes em que o assunto foi levantado, o resultado foi inócuo”. Para o jornal O Globo, “a viagem do presidente Lula ao Japão como convidado do encontro do G7, grupo que reúne as sete maiores economias democráticas, foi um exemplo pedagógico das limitações da política externa brasileira”.
O oligárquico Estadão e a colonizada Folha
No mesmo rumo, o oligárquico Estadão publicou o editorial intitulado “O simbolismo de um chá de cadeira”, em que bajula o nazistinha ucraniano e ataca o líder petista. “Ao faltar a encontro com Lula no G7, Zelensky sugere que, por ora, não considera o Brasil confiável para mediar o conflito com a Rússia; para EUA e Europa, este não é o momento para paz... O fato é que a diplomacia presidencial de Lula por ora obteve alcance raso e respostas vagas. No G7, tornou-se claro que sua insistência na neutralidade e na criação de um grupo de paz tem escassa chance de sucesso”.
Outro jornalão que criticou a política externa altiva e ativa do Brasil, propondo sua total submissão às ordens do império no atual conflito, foi a Folha. Em editorial também nesta terça-feira (23), o diário da famiglia Frias afirmou arrogantemente que o governo brasileiro “demorou a entender” as mudanças na geopolítica mundial. “Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se viu deslocado dos eixos das conversas na cidade japonesa, foi por não ter compreendido essa transformação geopolítica a tempo de evitar dizer e fazer as bobagens que cometeu na campanha e no início do governo... As trapalhadas do passado dificultam o credenciamento brasileiro como um ator importante no encaminhamento da paz”.
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