A vaidade de Fernando Henrique Cardoso retira-lhe, de forma crônica, a prudência de quem se dedica a política, mais ainda quando sua formação intelectual deveria ensinar-lhe que as superfícies da opinião pública, como o mar nas tempestades, agitam-se, fluem e refluem.
No seu artigo de ontem, FHC, tal como sentou-se na cadeira de Prefeito de São Paulo às vésperas de ser derrotado por Jânio Quadros, já convida a oposição - embora não deixe claro qual é seu conceito de oposição e se ele inclui Renan Calheiros e Eduardo Cunha, cabeças do controle conservador do Congresso, embora lhes estenda um dedinho, ao dizer que o PMDB, “também tem propostas a serem consideradas”) - a já preocupar-se com a “reconstrução” da política e da economia do país.