domingo, 11 de novembro de 2018

Brasil de Bolsonaro: A casa caiu!

Por Hildegard Angel, no site Jornalistas Livres:

A Caixa Econômica já avisou que não assina mais nenhum contrato do programa Minha Casa Minha Vida este ano. É o Brasil Novo sem dó nem piedade.

A mídia corporativa faz cara de paisagem, como se não tivesse nada a ver com esse quadro de pré barbárie que estamos vivendo, de obscurantismo e patrulhamento ideológico e moral. Mas ela foi, e é, a principal responsável. Até porque foi ela que liderou, desde o início, essa campanha de ódio, que se disseminou como bactéria, causando um quadro de septicemia generalizada em nosso povo, dificultando e distorcendo sua percepção da realidade.

A legitimação do fascismo no Brasil

Por Lejeune Mirhan, no site da Fundação Maurício Grabois:

Dizer que esperávamos a vitória do fascismo nas eleições seria um erro. Muito ao contrário. Estávamos confiantes na virada, como apontavam todos os institutos de pesquisa, com a queda de Bolsonaro e a subida de Fernando Haddad. No entanto, a legitimação do fascista veio pelas urnas. Neste primeiro artigo sobre eleições, pretendo apenas apresentar dados numéricos sobre o resultado em si nas eleições presidenciais. Comentar sobre um tema que tenho introduzido na Sociologia que é a relação com a representatividade do eleito/a no conjunto dos eleitores inscritos. Ao final, algumas breves conclusões, tecendo comentários específicos sobre as formas de como um fascista ascende ao poder.


Bolsonaro vira piada na TV da Holanda

sábado, 10 de novembro de 2018

Silvio Santos sempre bajulou os ditadores

Por Altamiro Borges

O mercenário Silvio Santos, que confessadamente construiu seu império midiático graças ao apoio do regime militar, adora bajular os ditadores. Nesta terça-feira (6), o SBT, emissora privada que explora uma concessão pública, passou a exibir várias vinhetas com mensagens fascistoides e as cores da bandeira nos intervalos comerciais da sua programação. Na que repercutiu mais, o hino nacional é tocado enquanto é exibido um dos principais slogans da ditadura, “Brasil, ame-o ou deixe-o”, que foi a marca do governo sanguinário do general Emílio Garrastazu Médici (1969-1974). A vinheta causou imediata indignação nas redes sociais e foi retirada do ar na mesma noite. Mas outras quatro com o mesmo conteúdo seguem na sua programação.

Os trabalhadores e as grandes mudanças

Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:

Os paradigmas das três revoluções industriais que organizaram a vida moderna estão ficando no passado. Há novos modelos surgindo no cotidiano do mundo da produção e do consumo, o que tem alterado o universo do trabalho, os empregos, os salários, os direitos, a proteção trabalhista e social.

As empresas estão mudando de propriedade e de função econômica, priorizando o resultado financeiro. Os estados perdem importância relativa para as empresas multinacionais e grupos econômicos e estes, gradativamente, passam a controlar as escolhas e os destinos das nações. A produção amplia a capacidade de gerar riqueza, mas, de outro lado, os institutos distributivos (organizações e regras) são enfraquecidos, o que faz com que as desigualdades cresçam.

Um chamado para a resistência

Por Marcelo Barros, no jornal Brasil de Fato:

O fato de que, em pleno século XXI, em um país como o Brasil, a maioria do povo possa ter votado em um projeto de governo representado por Jair Bolsonaro, merece estudos e reflexões que não se esgotarão em poucos dias, ou em algumas páginas de artigos. Sem dúvida, se o discurso de ódio e intolerância de um homem como o vencedor dessas eleições foi capaz de germinar e frutificar em uma população tão diversificada é porque o vírus já estava incubado no coração das pessoas e dos grupos sociais. Ele só aproveitou a ocasião propícia para fazer aflorar a revolta sem rumo das massas e conciliá-la com os interesses da elite escravagista.

Bolsonaro é Temer e vice-versa

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

Em 2015, a Fundação Ulysses Guimarães e o MDB lançaram o documento "Ponte para o Futuro", uma espécie de plano de governo (fora de período eleitoral), para sacramentar o compromisso de Temer com o programa neoliberal do ajuste fiscal. No documento, são apontadas diversas medidas que submetem todos os objetivos de política econômica à política fiscal. Previa-se o corte de direitos com uma reforma trabalhista (nos moldes da já realizada), um forte arrocho dos gastos sociais (nos moldes do já realizado pela Emenda Constitucional 95) e uma reforma da previdência draconiana (ainda em debate).

As demolições de Bolsonaro

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Se até o Ministério do Trabalho será esquartejado, embora responda por tantas atividades relacionadas ao emprego, gerindo fundos como o FGTS e o FAT e fiscalizando delitos trabalhistas, não há dúvida de que Bolsonaro levará adiante o plano, anunciado no fechar das urnas, de acabar com a Empresa Brasil de Comunicação, a EBC.

Transpareceu no anúncio sobre o ministério o desejo de castigar as centrais sindicais que não apoiaram Bolsonaro.

A EBC também pode ser extinta pelo capricho revanchista de acabar com uma iniciativa do governo Lula.

Dois Projetos para o Brasil

Por Samuel Pinheiro Guimarães

1. Dois projetos para o Brasil se confrontam desde 1930, se alternaram no Poder desde então, se confrontaram no dia 28 de outubro de 2018 e continuarão a se confrontar após o dia 28, data em que Jair Bolsonaro foi eleito Presidente da República.

2. O primeiro, é o projeto do “Mercado”. É o projeto dos muito ricos, dos megainvestidores, das empresas estrangeiras, dos rentistas, dos grandes ruralistas, dos proprietários dos meios de comunicação de massa, dos grandes empresários, dos grandes banqueiros, e de seus representantes na política, na mídia e na academia. É o projeto de uma ínfima minoria do povo brasileiro.

3. Cerca de 30 milhões de brasileiros apresentam declaração de renda anual onde revelam ter rendimento superior a dois salários mínimos, cerca de 250 dólares por mês. Portanto, dos 150 milhões de brasileiros eleitores, 120 ganham menos de dois salários mínimos por mês.

Bolsonaro desdenha da questão ambiental


O atual quadro de crescimento de mortes em decorrência da intoxicação por agrotóxicos, que faz uma vítima a cada dois dias e meio no Brasil segundo dados do Ministério da Saúde, poderá ser agravado diante das políticas planejadas pelo futuro governo de Jair Bolsonaro (PSL). A análise é da pesquisadora do departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP) Larissa Mies Bombarbi, que vê na nomeação da deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS) como ministra da Agricultura a confirmação de uma "tragédia anunciada".

Pré-sal e o desmonte da educação e saúde

Editorial do site Vermelho:

A riqueza do pré-sal é gigantesca. Segundo cálculos de 2016, é formada por algo entre 80 e 150 bilhões de barris de petróleo; na cotação atual do barril de petróleo (cerca de 80 dólares), isto significa, num cálculo a partir da estimativa mais baixa, algo em torno de 6,56 trilhões de dólares. Considerando-se que o PIB brasileiro hoje alcança cerca de 2,056 trilhões de dólares, o valor de riqueza encontrada no fundo do oceano é três vezes maior produção nacional total.

Bolsonaro, o maestro da violência

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Grande parte dos eleitores votou, em 8 de outubro, contra Jair Bolsonaro. Ele venceu no segundo turno. Poucos brasileiros, os que ganharam e os que perderam, talvez desconheçam o perfil humano do próximo presidente. Pessoa quase desalmada. A cada dia todos vão conhecê-lo melhor.

É um político de extrema-direita. Que seja. Sobre ele, o que importa neste caso, é uma marca assustadora. Bolsonaro é implacavelmente violento. A bandeira dele, por exemplo, será certamente a de impor mais violência para enfrentar a violência. Para isto propõe a liberação da compra de armas de fogo pelos cidadãos. Um faroeste brasileiro.

Bolsonaro paralisará o governo apos posse

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Ou o capitão reformado Jair Bolsonaro não esperava ganhar as eleições ou é um político irresponsável.

Nesses primeiros dez dias após a vitória, o presidente eleito já deu suficientes demonstrações de total despreparo e de falta de um programa de governo.

Atirando balas perdidas para todo lado, Bolsonaro já deixou claro, para quem ainda tinha alguma dúvida, que não tem a menor ideia de como vai governar este país de 208 milhões de habitantes e 12,5 milhões de desempregados.

Bolsonaro ainda é um ponto de interrogação

Por Roberto Requião, no site Carta Maior:

A sociedade brasileira saiu das últimas eleições tão confusa quanto entrou. A campanha foi pobre em termos políticos. A polarização se deu, em muitos casos, em termos de comportamento individual, e não de propostas fundamentais. Nesse aspecto, não houve grandes diferenças entre os candidatos. O tema da corrupção sequestrou o debate. É curioso, mas a poucos ocorreu que corrupção é um tema da polícia e da Justiça, não de Presidência da República. O presidente da República é aquele que traça os grandes rumos do país, a grande estratégia, e não alguém que sai por aí a caçar corruptos. Ele tem mais a fazer.

Fascismo, teu novo nome é Consumismo

Por Fran Alavina, no site Outras Palavras:

Mesmo após sua morte atroz, em novembro de 1975, Pasolini não deixou de incomodar. Uma de suas últimas polêmicas, expressa nos seus textos (Scritti Corsari e Letterre Luterane), bem como no seu último filme Salò, era a afirmação do nascimento de um novo tipo de fascismo. Desta nova forma de totalitarismo disfarçado, o pensador italiano estava bem certo. Exatamente por isso, ocupava uma posição de deslocamento entre os intelectuais de seu tempo. Os contemporâneos viam seu diagnóstico do presente como algo exagerado. Uma visão que, segundo eles, diria muito mais sobre a personalidade de Pasolini, do que sobre seu próprio tempo.

O ‘topa tudo por dinheiro’ de Silvio Santos

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Já saíram do ar, tão subitamente como entraram, as esdrúxulas vinhetas do SBT com evocações aos tempos da ditadura militar.

Montagens grotescas, feitas em cima da perna, desenterrando Don & Ravel, “O Cisne Branco” e o que a gurizada traduzia como “Japonês tem Quatro Filhos”, mandadas fazer pessoalmente por Sílvio Santos e sugerindo o tradicional “ame-o ou deixe-o”.

Sílvio, como se sabe, já nos deixou e mora na Flórida.

A mídia e a imbecilização da nação

Por Adilson Filho, no blog Viomundo:

Cultivar a ignorância como valor social, será essa a contribuição do Brasil recém-saído das urnas para o mundo?

Pior do que a inclinação para se manter afastado do conhecimento e de ostentar a própria burrice por aí, crente que ‘tá abafando’, é a impossibilidade crônica que esse novo perfil nacional tem de pensar por si mesmo.

O nosso tipo de burrice não encontra paralelo.

Não toquem nas reservas internacionais

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Depois de o governo Temer ter detonado com mais de 200 bilhões de reais deixados pelo governo Dilma nos cofres do BNDES, criminosamente esterilizados com sua devolução “antecipada” ao Tesouro - quando havia um prazo de 30 anos para serem pagos - no lugar de tê-los
investido em infraestrutura para a a geração de renda e emprego e a retomada de obras paralisadas - muitas dela pela justiça- chegou a hora do Presidente do Itaú, banco que lucrou mais de 20 bilhões de reais neste ano, propor a “saudável” diminuição das reservas internacionais do país - também economizadas pelo PT - para “diminuir” a dívida pública brasileira, que já é das mais baixas entre as 10 maiores economias do mundo.

O purgatório bolsonariano

Por Wanderley Guilherme dos Santos, no blog Cafezinho:

Transpondo a linguagem truculenta de ideias do século XIX para o reacionarismo megalomaníaco do século XXI, o candidato eleito projeta um governo de ocupação em guerra contra o século XX.

Depois da Segunda Guerra Mundial começou a derrubada de preconceitos contra o voto feminino, a proteção ao trabalho, organizações sindicais, o pluralismo político-partidário, a laicidade do Estado.

Pelo fim do século, a crescente participação extraparlamentar de movimentos em defesa de minorias raciais, religiosas, do meio ambiente, da universalização dos direitos civis, da equiparação profissional entre mulheres e homens, conquistaram legitimidade e proteção constitucional.

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Mulheres ganham espaço na Câmara dos EUA

Ilhan Omar. eleita pelo Partido Democrata. EFE/Archivo
Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

A eleição para o Congresso dos EUA é mais um indício do protagonismo que as mulheres terão na luta contra o fascismo em ascensão no mundo. As novas vozes progressistas ganharam espaço sobretudo na Câmara dos Deputados, como ocorreu no Brasil em 2018: negras, indígenas, latinas e muçulmanas foram eleitas, e a imprensa norte-americana já fala em uma vitória histórica das minorias. Haverá mais mulheres na Câmara (mais de 100) na próxima legislatura do que nunca. Pelo menos 87 delas são democratas.