domingo, 22 de dezembro de 2019

Bolsonaro e o medo da verdade

Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:

Reflexo de um país traumatizado por 21 anos de ditadura, a Constituição reserva um espaço generoso para defender a liberdade de expressão e denunciar a censura.

No artigo 5o., se diz que "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença." No parágrafo XIV do mesmo artigo se assegura "a todos o acesso a informação" e a proteção do "sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional".

Já no artigo 220, a Constituição reforça: "nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço a plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social".

Há um cheiro de Collor no ar

Por Fernando Brito, em seu blog:

É difícil não ver semelhanças, para quem viveu os dois tempos, entre a situação que enfrenta o senhor Jair Bolsonaro e aquela que levou à demolição o governo de Fernando Collor de Mello.

Às vezes, tantas semelhanças que a gente teme que, por não se repetir, a história possa ser outra, que não a réplica daqueles tempos.

Também Collor não consumou a formação de uma base de direita que, depois de sua vitória eleitoral, parecia fácil e inevitável.

Também Collor deixou que as intrigas de governo entrassem e se espalhassem em seu ambiente familiar.

A resiliência da direita na América Latina

Por Kjeld Jakobsen, na revista Teoria e Debate:

O segundo semestre foi pródigo na América Latina e Caribe quanto aos resultados eleitorais que demonstraram a vitalidade da esquerda e em mobilizações populares em diversos países contra as políticas neoliberais que em alguns países molestam suas populações por décadas, além de um quadro de aumento da pobreza em quase todo o continente desde 2015, segundo a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal). No entanto, também ficou claro que o imperialismo e a direita não estão dispostos a ceder poder e modificar suas políticas econômicas com facilidade. Aliás, há sinais visíveis de que estão dispostos a levar seu projeto adiante, inclusive, por meios autoritários.


Votos de resistência e esperança para 2020

Por Jessy Dayane, no jornal Brasil de Fato:

Quando me recordo de dezembro de 2018, penso que chegamos ao final de 2019 melhor do que imaginávamos, já que, mesmo acumulando derrotas, tivemos algumas importantes vitórias. No final do ano passado, o natal era uma zona de tensão nas famílias que se dividiram nas eleições. Na militância de esquerda, havia uma preparação para atuar num cenário de mais prisões arbitrárias, da manutenção da prisão política Lula. Seria preciso enfrentar um ano sem mobilização e com muito mais criminalização e isolamento da esquerda em relação à classe trabalhadora, diante de um governo composto por uma fração neofascista.

'Fascismo não se debate. Fascismo se destrói'

Por Wander Wilson, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

O livro Antifa: o manual antifascista, de Mark Bray, publicado no Brasil pela editora Autonomia Literária se inicia com uma epígrafe do revolucionário anarquista espanhol Buena Ventura Durruti: “Fascismo não se debate, fascismo de destrói”. Mark Bray é historiador e investiga neste livro as práticas antifascistas do passado e do presente, assim como seus vínculos temporais como a reutilização de símbolos, técnicas, atualizações e dificuldades.

A popularidade em queda de Bolsonaro

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

A nova pesquisa CNI/Ibope, divulgada nesta sexta-feira, segundo a qual 56% dos brasileiros não confiam no presidente Jair Bolsonaro, parece mostrar não só que a maior parte da população está desconfiada do chefe de governo, mas também que ele hoje tem o apoio apenas daquele um terço do eleitorado brasileiro chamado de “eleitor de raiz”, mais próximo do ideário de Bolsonaro, que analistas apontam como sendo em torno de 30% , na opinião da cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos. Segundo a pesquisa, 29% dos brasileiros consideram o governo ótimo ou bom.

O nazismo miliciano e a covardia da guerra

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Luiz Sérgio Metz (o “Jacaré”) – morto há quase 25 anos – escreveu um dos contos mais importantes da literatura gaúcha de todos os tempos. Às vezes ele repetia, nos universos alcoólicos de julho nas madrugadas frias do pampa, que o “nazismo era a elegância no poder”. O conto a que me refiro “O primeiro e o segundo homem” relata um duelo à faca, assistido pela infância no precário esconderijo das guanxumas. Neste duelo dois gaúchos travam uma luta justa, certeira, combinada, escondida do mundo estrelado das madrugadas, pelo qual se medem como indivíduos, para os quais só interessa suas próprias virtudes isoladas do mundo real. Uma escolha entre alternativas de sobrevivência ou morte.

O Natal dos Herodes de hoje

Por Leonardo Boff, em seu blog:

O Natal sempre possui o seu idílio. Não pode haver tristeza quando nasce a vida, especialmente quando vem ao mundo o puer aeternus, o Divino Infante, Jesus. Há anjos que cantam, a estrela de Belém que brilha, os pastores que velam à noite o seu rebanho. Mas lá estão principalmente Maria, o bom José e o Menino deitado numa manjedoura, “porque não havia lugar para eles na hospedaria”. E eis que apareceram também vindo do Oriente, uns sábios, chamados magos, que abriram seus cofres e ofereceram ouro, incenso e mirra, símbolos misteriosos.

O gigantesco triunfo dos ricos

Por Greg Sargent, no site Carta Maior:

O triunfo dos ricos, uma das questões que definem nosso tempo, é geralmente descrito como sendo o reflexo de dois fatores. O primeiro, é claro, é a explosão da renda daqueles que ganham mais, em que uma minúscula minoria sugou uma parte crescente dos ganhos das últimas décadas de crescimento econômico.

O segundo fator – que será central para a corrida presidencial de 2020 – foi o declínio oculto da progressividade do código tributário para o topo da pirâmide, garantindo que os mais ricos tivessem, nestas mesmas décadas, seus impostos continuamente reduzidos.

Some esses dois fatores e está explicada a crescente desigualdade nos EUA que, de certa forma, é ainda mais dramática do que cada um por si.

As duas faces do processo contra Trump

Por Paul Street, no site Outras Palavras:

O processo de impeachment contra Donald J. Trump está aberto. O que fazer dele? É difícil não gostar de ver o Perverso contorcer-se e atacar como uma fera ferida. Não há humilhação pública suficiente para essa caricatura patética de ser humano, esse ser racista, sexista, ecocida e fascista que coloca o mundo em risco com sua presença no cargo mais poderoso. O regime racista, sexista, xenófobo e plutocrático de Trump causou grandes danos às regras básicas democráticas e humanas, à decência civilizacional, à justiça social e perspectivas de um futuro decente. Tudo isso torna impossível a qualquer pessoa de esquerda ou progressista que se preze não querer vê-lo cair em desgraça e ser removido do poder. O regime Trump-Pence deve ser forçado a deixar o cargo o mais rápido possível.

sábado, 21 de dezembro de 2019

A ofensiva de Moro contra a OAB

O inferno astral do clã Bolsonaro

A influência de Bolívar na América Latina

O Estado Policial no Brasil

A tarifa zero no transporte público

Queiroz é o... Papai Noel!

Flávio Bolsonaro: reputação rachadinha...

2019, o ano da expansão das trevas

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Estado de exceção na Bolívia e no Brasil

Editorial do site Vermelho:

Fatos como a ordem de prisão imediata contra o ex-presidente da Bolívia Evo Morales e a denúncia de um procurador do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília contra o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, por suposta calúnia ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, são episódios que atestam a gravidade da ofensiva da extrema direita na região. São subprodutos da cadeia de golpes que engolfou o Brasil e levou à fraude do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff em 2016.

Marielle, sempre Marielle

Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:

Apurar os vínculos entre os operadores do gabinete do então deputado Flavio Bolsonaro e os mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes devem ocupar a prioridade absoluta nas investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro.

É aqui que se encontra o passo decisivo para vencer uma situação inaceitável de incerteza política, que envergonha o país e ameaça o futuro de 210 milhões de brasileiros e brasileiras.

Desvios de dinheiro, "rachadinhas", investimentos-fantasma e cobrança de propina constituem práticas que acompanham os esquemas de poder de muitas décadas, em toda parte, ou quase.

Devem ser apurados, investigados e punidos porque constituem uma força corrosiva que sabota a democracia e corrompe os valores da cidadania.