quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Pulso firme, tato delicado

Por João Guilherme Vargas Netto


Retomo esta expressão do Libertador Simon Bolívar para advertir as direções sindicais (principalmente aquelas diretamente relacionadas no dia-a-dia com as bases do movimento) sobre suas dificuldades, preocupações e necessidades.

A conjuntura econômica e social é muito desfavorável e a resistência torna-se uma tarefa complexa que exige unidade, inteligência, empenho e proximidade com os trabalhadores.

Os números da economia que se recupera seguindo a letra K, ou seja, com ganhadores em cima e perdedores embaixo, não mexem na curva do desemprego e do desalento que continuam altos e são o primeiro obstáculo à ação sindical.

Bolsonaro ainda ameaça a democracia

Editorial do site Vermelho:

O processo de derretimento do governo Jair Bolsonaro ganhou capítulos emblemáticos nos últimos dias, a ponto de culminar, nesta quarta-feira (11), com a notícia de que a CPI da Covid-19 vai sugerir o indiciamento do presidente por “charlatanismo”, “curandeirismo” e “propaganda enganosa”. Embora possa parecer o desfecho natural para um governante eleito no rastro de uma campanha de fake news e desinformação, a decisão da Comissão Parlamentar de Inquérito deve fragilizar ainda mais um governo já em crise crônica.

Um Raio X da bancada ruralista

Liberdade para Paulo Galo, Danilo e Thiago

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Bolsonaro dependente de Lira e do Centrão

Por Jeferson Miola, em seu blog:


Para ser aprovada, a proposta de emenda constitucional do voto impresso [PEC-135] precisava de 308 votos de deputados [3/5], mas recebeu apenas 229 votos favoráveis, contrapostos por 218 contrários, 1 abstenção e 65 ausências.

No total, portanto, a PEC foi reprovada por 284 deputados/as, ou seja: 218 contra + 1 abstenção + 65 ausentes.

Para o governo, a derrota não representou exatamente uma surpresa, pois já estava politicamente contabilizada. E, aliás, com este revés previsível, Bolsonaro e os chefes-generais do governo militar ganharam a retórica que queriam para barbarizar a eleição e o clima político do país em 2022 [aqui].

Rejeição do voto impresso não cala Bolsonaro

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:


Foi uma derrota acachapante, uma resposta eloquente ao desfile dos tanques com intenção intimidatória: na noite dessa terça-feira, a emenda do voto impresso obteve apenas 229 favoráveis

Bem menos que os 308 necessários. Votaram contra 218 deputados e 64 se ausentaram para não melindrar Bolsonaro com um voto contrário.

Ele vai respeitar o resultado, como teria prometido a Arthur Lira? Claro que não.

Era isso mesmo que ele queria, a manutenção do voto eletrônico para poder falar em fraude quando for derrotado, criar confusão e, se puder, dar seu sonhado golpe. Desacreditar o sistema eleitoral é sempre um recurso dos que procuram a ditadura.

O aparato sucateado que desfilou ontem, e o mal estar no alto comando do Exército, informam que não será tão fácil arrastar as Forças Armadas para a aventura, mas o plano segue adiante.

Bolsonaro perde, mas mostra estar vivo

Por Fernando Brito, em seu blog:

O resultado da votação da Câmara que derrubou a Proposta de Emenda Constitucional é, certamente, uma derrota para Jair Bolsonaro por ter ficado longe de não ter alcançado os 308 votos necessários para a sua aprovação.

Mas a pseudomaioria de 229 votos – 79 a menos que o necessário -, ultrapassando em 11 o número de votos “não” mostra quão grande foi e é a pressão do governo sobre o Legislativo, mais ainda porque 50 deputados deixaram de votar, obviamente, por conta da pressão governamental.

Ao contrário do que diz o presidente da Câmara, a questão não está “encerrada” e ele próprio, ao final da votação disse que há ainda “possibilidade de entendimento entre os poderes”.

Difícil, porque não houve entendimento nem mesmo no núcleo do “Centrão”, o PP, que deu 13 “não” entre os 30 dos 41 deputados do partido que votaram.

A conta simplista do apoio ao voto impresso

Por Moisés Mendes, no Diário do Centro do Mundo:


Todos os 229 deputados que apoiaram a proposta de emenda do voto impresso são defensores da tese bolsonarista ou são próximos ou seguidores incondicionais de Bolsonaro?

Não. Claro que não.

A indução a esse erro, que se dissemina em algumas análises apressadas, só contribui para a confusão a serviço de Bolsonaro.

São conclusões simplistas que tentam fazer também uma conexão entre a votação de ontem e os indícios (que teriam saído dessa votação) de que se reduziu a possibilidade de impeachment de Bolsonaro.

A proposta de voto impresso não era, para a maioria dos que a apoiaram, uma ideia comprometedora.

Ah, dizem, mas era defendida por Bolsonaro. Sim, o grande defensor do voto impresso é Bolsonaro.

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Os tanques e a masculinidade de Bolsonaro

Por Altamiro Borges

O patético desfile de tanques desta terça-feira (10) – que visava intimidar os deputados, mas não conseguiu impedir a derrota do projeto diversionista do voto impresso – serviu para desmoralizar ainda mais Jair Bolsonaro. Ele virou motivo de chacota no Brasil e no exterior. Há comentários para todos os gostos – dos mais sérios aos mais hilários.

Aqui vale registrar a análise do renomado psicanalista Christian Dunker, postada pelo jornalista Leonardo Sakamoto no site UOL. Para ele, o desfile revelou a frágil masculinidade do fascista. "Quando o governante vê o seu poder e, logo, a sua virilidade ameaçada (porque faz essa circulação libidinal de uma coisa com outra), inventa um ritual de exibição pública... A 'bravata' pode ter efeitos reais, mas vai se mostrando ridícula porque todos percebem o que ela significa".

terça-feira, 10 de agosto de 2021

Indígenas denunciam Bolsonaro no TIP em Haia

Por Altamiro Borges

No Dia Mundial dos Indígenas, lembrado em 9 de agosto, entidades brasileiras apresentaram ao Tribunal Penal Internacional (TIP), em Haia (Holanda), mais uma denúncia contra o "capetão" Jair Bolsonaro por crimes contra a humanidade e genocídio. O documento tem 150 páginas e lista uma série de atrocidades cometidas no Brasil nestes tempos de fascismo e obscurantismo.

A denúncia foi elaborada pela Apib (Articulação de Povos Indígenas do Brasil), que reúne entidades como a Apoinme (Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo), o Conselho do Povo Terena e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira. Ela expressa a opinião da quase totalidade das comunidades indígenas organizadas no país.

A fila do osso de boi e a fila do Porsche

Por Altamiro Borges

O Brasil é mesmo o país dos contrastes. Em um extremo, o da maioria da população, pessoas na fila de um açougue por ossos de boi, 19 milhões de brasileiros com fome crônica, 50 milhões em insegurança alimentar e 15 milhões de desempregados. No outro extremo, o da minoria burguesa egoísta, uma fila de 1.500 ricaços para comprar um carro Porsche a partir de R$ 508 mil.

Segundo relato da Folha, "parte dos showrooms da Stuttgart, revendedora de carros Porsche que responde pela maior parte do mercado da marca no Brasil, foi completamente esvaziado. A fila de espera pelos veículos tem, hoje, 1.500 compradores, e a entrega pode levar de seis a oito meses, dependendo do modelo".

Projeto entreguista une as Forças Armadas

Forças Armadas foram levadas ao ridículo