Charge: Schröder |
Em circunstâncias de normalidade política, que o país desconhece desde os idos de 2016, tratar-se-ia de documento sem maior relevância. O debate que reclama não decorre, portanto, do seu volumoso conteúdo, mas do fato de o “projeto” vir a público respaldado por instituições comprometidas até o gorgomilo com o atual governo, vinculadas que estão à sua gênese, à tomada do poder em 2018 e, agora, ao continuísmo golpista anunciado em prosa e verso pelo capitão, e acolitado pelos seus engalanados. Estamos, pois, diante de uma peça de operação política destinada a engrossar as águas do continuísmo militar. É disto que se trata. No mais, temos um texto muito ruim, confuso na forma, prolixo, repetitivo, ridículo nas proposições; suas análises partem de pressupostos grosseiramente falsos, e as propostas (o “programa de governo”) revelam a paranoia anti-esquerdista, de rendosa indústria, velha mazela que afeta a chamada comunidade militar. O texto ainda fala - pasmem - em “ameaça comunista”.