Por Altamiro Borges
Para o diretor do departamento de infraestrutura da
Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Carlos Cavalcanti, o corte da
tarifa de energia elétrica é uma antiga bandeira dos setores produtivos para
aumentar a competitividade das empresas. “A presidenta seguiu a cartilha da
Fiesp”, argumentou, para justificar os anúncios publicitários de página inteira
publicados em vários jornais. Sem criticar os que se opõem ao projeto, ele condenou
o “terrorismo” da campanha contra a MP que difunde que haverá colapso no setor.
A guerra travada em torno da medida provisória 579, que altera
as regras das concessões públicas no setor de energia elétrica e reduz o valor
das contas de luz para consumidores e empresas, ganhou novos atores nesta
semana. Antes, a mídia privada e o PSDB, tendo a frente o cambaleante Aécio
Neves, uniram-se para defender as empresas e derrubar a MP do governo
Dilma. Agora, setores da indústria entraram na briga para defender a aprovação
do projeto e até divulgaram anúncios pagos na imprensa com este objetivo.
“Cavalcanti argumenta que estudos do próprio setor elétrico
comprovavam, há pelo menos um ano, que as tarifas deveriam cair, dos atuais R$
96 para R$ 30, ao se descontar a amortização de investimentos. ‘Os
investimentos já foram amortizados há anos e as tarifas não foram reduzidas’,
reclama. Os estudos da Fiesp sugeriam que as tarifas, descontada a amortização
que já ocorreu, cairiam para R$ 21. O governo aponta para R$ 27”, relata
matéria do jornal Valor. O PSDB e a mídia “privada” perderam um importante
aliado!
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