Do blog de Zé Dirceu:
Analistas econômicos do país, articulistas, editorialistas de jornalões, todo aquele pessoal devoto da ortodoxia econômica do neoliberalismo, têm batido na tecla que o governo Dilma e nossa política econômica estão superados. e que o atual salário mínimo e o pleno emprego são fatores inflacionários.
Para eles trata-se de uma herança maldita, acrescida dos programas de transferência de renda que desestimulam a procura de emprego. Daí, a existência de 9,6 milhões de jovens que não trabalham e nem estudam, chamados “os nem-nem”.
Falam dos gargalos de nossa economia como se o capitalismo pudesse crescer sem contradições e sem crises. E falam sem apontar soluções sobre como resolver os pontos de estrangulamento. E sem levar em consideração os 12 anos de avanços e crescimento nos governos do PT.
Assim, temos de lembrá-los que entre 1995-2002, período de governos do PSDB, a taxa de crescimento médio do PIB foi de 2,3% e o IPCA de 9,3%, contra o período de 2003-2013 em que estas taxas foram de 3,5% e 5,9% respectivamente. Isso sem falar na expressiva distribuição de renda e diminuição da pobreza na era Lula-Dilma.
Carga tributária elevada, juro real alto, insuficiência do investimento público, gastos públicos excessivos, superávits maquiados, controle dos preços da energia e gasolina, são alguns dos problemas que eles apresentam, ao lado do que consideram o principal: a quebra da confiança do empresariado no governo. Para eles, isso explica o baixo investimento e um menor crescimento do país. Daí a necessidade de um novo governo. Tucano evidentemente.
Por outro lado, nada falam sobre a campanha insidiosa e permanente promovida no país, quase uma guerra psicológica, apoiada pela mídia, diariamente apresentando o pais como desgovernado, sem rumo e próximo da catástrofe. Um comportamento que até nos lembra a campanha contra o Mundial no Brasil, agora desmascarada e desmoralizada pelo estrondoso sucesso da COPA das COPAS. Um sucesso que o país comemora em meio ao silêncio covarde dos detratores de ontem.
Grandes mentiras podem esconder pequenas verdades
A pergunta a se fazer é: até onde a crítica feita a gestão econômica dos presidentes Dilma e Lula não é uma cópia pior da feita contra a COPA? Até onde não está se repetindo uma crítica, um ataque, onde grandes mentiras podem esconder pequenas verdades, mas algumas capazes realmente de nos colocar perante crises evitáveis?
Estaria o pais condenado a reduzir o valor real dos salários e o nível de emprego para aumentar sua produtividade e reduzir custos, deter inflação e voltar a crescer? Condenado a reduzir o crédito e o consumo para evitar uma inflação descontrolada? Estaríamos condenados a um ajuste a la Europa? Estariam nossa dívida pública e nossas contas externas fora de controle? A Petrobras e a Eletrobras estão inviabilizadas como afirmam estas irmãs siamesas, a mídia e a oposição?
Estaríamos condenados a desindustrialização? À valorização permanente do Real, aos juros altos, com spreads de 32%? Somos nós, enquanto país, condenados a um baixo nível de investimentos público e alta carga tributaria? Qual é a opção oferecida pela oposição e qual é o nosso caminho para retomar o crescimento sem inflação e com distributivo de renda, investimento públicos, o pleno emprego e a melhoria dos serviços públicos de saúde, educação, transporte e justiça? Ela tem políticas para isto?
Qual é a margem de manobra dos nossos governos? Temos condições de fazer as reformas tributária e política, urbana e bancária? Qual e a margem de manobra que temos frente abanca internacional e o quadro de crise mundial? É possível crescer para dentro, apoiado no mercado interno e na integração regional, exportando não apenas commodities e manufaturas mas capitais, tecnologia e serviços? Podemos sustentar nosso crescimento nos próximos anos atendendo a demanda de serviços públicos, de infra estrutura social e econômica e com a exploração do pré-sal?
Para crescer é fundamental não abrir mão do atual modelo
É evidente que o país tem condições de continuar a crescer desde que não abra mão do atual modelo e não regrida às políticas neoliberais e ortodoxas do passado. O Brasil pode e deve continuar a crescer, mas apoiado no mercado interno, no pré-sal e nos investimentos na infraestrutura, inclusive criando as condições para realizar as reformas estruturais.
Nosso país tem mostrado que é importante manter a responsabilidade fiscal e monetária sem abrir mão da distribuição de renda, do papel do Estado e dos investimentos públicos.
De onde virão os recursos para os investimentos e como manter o aumento da renda e do emprego sem inflação e sem aumento da divida pública? A resposta está na redução do custo do capital, dos impostos, da energia e dos transportes. Está no investimento na educação e na inovação. E tudo isso é possível, mediante um acordo ou pacto político para superar a atual fase a partir da vitória em em 5 de outubro de um novo governo. Com uma nova agenda que mantenha o rumo atual de continuidade aos investimentos, via concessões em infra estrutura e em educação e inovação a partir do retorno dos royalties do petróleo do pré-sal.
E que promova uma rápida e drástica redução do custo da logística do país e do custo tributário – via uma reforma tributaria -, mas principalmente dos juros, o que terá um
impacto imediato na diminuição dos custos e no aumento da produtividade, na redução da dívida pública e da inflação.
Não há solução mágica ou saída milagrosa. Não dominamos os fatores externos que atuam sobre nossa economia. O cenário externo é negativo, ainda que o país tenha recursos para ocupar um lugar especial como exportador não somente de commodities e manufaturas, mas de capitais, serviços e tecnologia. É isso, a exportação nessas áreas é que pode fazer a diferença, ao lado de nosso mercado interno em expansão, ainda demandando vultosos investimentos públicos e privados em serviços públicos, saúde, educação, justiça, e na infraestrutura social, saneamento, habitação, transportes e cultura.
Há como resgatar o controle sobre a política de juros?
Nossos bancos públicos, fundos e mercado de capitais, nossos bancos privados, estarão à altura desse desafio? Há como superar os interesses rentistas e do capital financeiro internacional? Há como reduzir a participação deles na renda nacional, via resgate, para nosso controle, da política de juros e da administração da dívida publica, hoje praticamente dirigida pelos interesses rentistas e do capital financeiro?
Esta questão é de difícil solução já que, como outras reformas como a tributária e a urbana, esse resgate depende de consensos – ou maiorias na sociedade, via Parlamento. Ou, ainda, de consultas diretas como plebiscito e referendo. Fazer isso depende de mobilização daqueles que apoiam as reformas e ajudem a superar o bloqueio promovido pelos interesses rentistas e financeiros, ou pior, ajudem a evitar uma regressão a políticas ortodoxas pregadas pela maioria dos bancos, agências de risco, consultorias e grande parte da mídia.
Superar todos os que repetem em uníssono a necessidade de políticas que levarão o país inevitavelmente à recessão e ao desemprego, a privatizações e a mais abertura comercial e financeira. Na atual correlação de forças o desafio é vencer as eleições de outubro e resistir à pressão das forcas internas e externas que buscam nos obrigar, via agravamento da atual situação econômica, a adotar soluções e saídas segundo seus interesses e objetivos.
Vencer porque somente retomando a iniciativa política e a mobilização popular poderemos ter força e liberdade para fazer as reformas e mudanças que o país demanda sem abrir mão do nosso projeto político de desenvolvimento nacional.
Analistas econômicos do país, articulistas, editorialistas de jornalões, todo aquele pessoal devoto da ortodoxia econômica do neoliberalismo, têm batido na tecla que o governo Dilma e nossa política econômica estão superados. e que o atual salário mínimo e o pleno emprego são fatores inflacionários.
Para eles trata-se de uma herança maldita, acrescida dos programas de transferência de renda que desestimulam a procura de emprego. Daí, a existência de 9,6 milhões de jovens que não trabalham e nem estudam, chamados “os nem-nem”.
Falam dos gargalos de nossa economia como se o capitalismo pudesse crescer sem contradições e sem crises. E falam sem apontar soluções sobre como resolver os pontos de estrangulamento. E sem levar em consideração os 12 anos de avanços e crescimento nos governos do PT.
Assim, temos de lembrá-los que entre 1995-2002, período de governos do PSDB, a taxa de crescimento médio do PIB foi de 2,3% e o IPCA de 9,3%, contra o período de 2003-2013 em que estas taxas foram de 3,5% e 5,9% respectivamente. Isso sem falar na expressiva distribuição de renda e diminuição da pobreza na era Lula-Dilma.
Carga tributária elevada, juro real alto, insuficiência do investimento público, gastos públicos excessivos, superávits maquiados, controle dos preços da energia e gasolina, são alguns dos problemas que eles apresentam, ao lado do que consideram o principal: a quebra da confiança do empresariado no governo. Para eles, isso explica o baixo investimento e um menor crescimento do país. Daí a necessidade de um novo governo. Tucano evidentemente.
Por outro lado, nada falam sobre a campanha insidiosa e permanente promovida no país, quase uma guerra psicológica, apoiada pela mídia, diariamente apresentando o pais como desgovernado, sem rumo e próximo da catástrofe. Um comportamento que até nos lembra a campanha contra o Mundial no Brasil, agora desmascarada e desmoralizada pelo estrondoso sucesso da COPA das COPAS. Um sucesso que o país comemora em meio ao silêncio covarde dos detratores de ontem.
Grandes mentiras podem esconder pequenas verdades
A pergunta a se fazer é: até onde a crítica feita a gestão econômica dos presidentes Dilma e Lula não é uma cópia pior da feita contra a COPA? Até onde não está se repetindo uma crítica, um ataque, onde grandes mentiras podem esconder pequenas verdades, mas algumas capazes realmente de nos colocar perante crises evitáveis?
Estaria o pais condenado a reduzir o valor real dos salários e o nível de emprego para aumentar sua produtividade e reduzir custos, deter inflação e voltar a crescer? Condenado a reduzir o crédito e o consumo para evitar uma inflação descontrolada? Estaríamos condenados a um ajuste a la Europa? Estariam nossa dívida pública e nossas contas externas fora de controle? A Petrobras e a Eletrobras estão inviabilizadas como afirmam estas irmãs siamesas, a mídia e a oposição?
Estaríamos condenados a desindustrialização? À valorização permanente do Real, aos juros altos, com spreads de 32%? Somos nós, enquanto país, condenados a um baixo nível de investimentos público e alta carga tributaria? Qual é a opção oferecida pela oposição e qual é o nosso caminho para retomar o crescimento sem inflação e com distributivo de renda, investimento públicos, o pleno emprego e a melhoria dos serviços públicos de saúde, educação, transporte e justiça? Ela tem políticas para isto?
Qual é a margem de manobra dos nossos governos? Temos condições de fazer as reformas tributária e política, urbana e bancária? Qual e a margem de manobra que temos frente abanca internacional e o quadro de crise mundial? É possível crescer para dentro, apoiado no mercado interno e na integração regional, exportando não apenas commodities e manufaturas mas capitais, tecnologia e serviços? Podemos sustentar nosso crescimento nos próximos anos atendendo a demanda de serviços públicos, de infra estrutura social e econômica e com a exploração do pré-sal?
Para crescer é fundamental não abrir mão do atual modelo
É evidente que o país tem condições de continuar a crescer desde que não abra mão do atual modelo e não regrida às políticas neoliberais e ortodoxas do passado. O Brasil pode e deve continuar a crescer, mas apoiado no mercado interno, no pré-sal e nos investimentos na infraestrutura, inclusive criando as condições para realizar as reformas estruturais.
Nosso país tem mostrado que é importante manter a responsabilidade fiscal e monetária sem abrir mão da distribuição de renda, do papel do Estado e dos investimentos públicos.
De onde virão os recursos para os investimentos e como manter o aumento da renda e do emprego sem inflação e sem aumento da divida pública? A resposta está na redução do custo do capital, dos impostos, da energia e dos transportes. Está no investimento na educação e na inovação. E tudo isso é possível, mediante um acordo ou pacto político para superar a atual fase a partir da vitória em em 5 de outubro de um novo governo. Com uma nova agenda que mantenha o rumo atual de continuidade aos investimentos, via concessões em infra estrutura e em educação e inovação a partir do retorno dos royalties do petróleo do pré-sal.
E que promova uma rápida e drástica redução do custo da logística do país e do custo tributário – via uma reforma tributaria -, mas principalmente dos juros, o que terá um
impacto imediato na diminuição dos custos e no aumento da produtividade, na redução da dívida pública e da inflação.
Não há solução mágica ou saída milagrosa. Não dominamos os fatores externos que atuam sobre nossa economia. O cenário externo é negativo, ainda que o país tenha recursos para ocupar um lugar especial como exportador não somente de commodities e manufaturas, mas de capitais, serviços e tecnologia. É isso, a exportação nessas áreas é que pode fazer a diferença, ao lado de nosso mercado interno em expansão, ainda demandando vultosos investimentos públicos e privados em serviços públicos, saúde, educação, justiça, e na infraestrutura social, saneamento, habitação, transportes e cultura.
Há como resgatar o controle sobre a política de juros?
Nossos bancos públicos, fundos e mercado de capitais, nossos bancos privados, estarão à altura desse desafio? Há como superar os interesses rentistas e do capital financeiro internacional? Há como reduzir a participação deles na renda nacional, via resgate, para nosso controle, da política de juros e da administração da dívida publica, hoje praticamente dirigida pelos interesses rentistas e do capital financeiro?
Esta questão é de difícil solução já que, como outras reformas como a tributária e a urbana, esse resgate depende de consensos – ou maiorias na sociedade, via Parlamento. Ou, ainda, de consultas diretas como plebiscito e referendo. Fazer isso depende de mobilização daqueles que apoiam as reformas e ajudem a superar o bloqueio promovido pelos interesses rentistas e financeiros, ou pior, ajudem a evitar uma regressão a políticas ortodoxas pregadas pela maioria dos bancos, agências de risco, consultorias e grande parte da mídia.
Superar todos os que repetem em uníssono a necessidade de políticas que levarão o país inevitavelmente à recessão e ao desemprego, a privatizações e a mais abertura comercial e financeira. Na atual correlação de forças o desafio é vencer as eleições de outubro e resistir à pressão das forcas internas e externas que buscam nos obrigar, via agravamento da atual situação econômica, a adotar soluções e saídas segundo seus interesses e objetivos.
Vencer porque somente retomando a iniciativa política e a mobilização popular poderemos ter força e liberdade para fazer as reformas e mudanças que o país demanda sem abrir mão do nosso projeto político de desenvolvimento nacional.
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