quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Mídia é o principal partido de Aécio

Por Victoria Almeida, na Agência PT de Notícias:

No segundo turno das eleições, Aécio Neves (PSDB) conta com um suporte que vai muito além do oferecido pelos integrantes de sua campanha. Segundo o Manchetômetro, site que acompanha diariamente a cobertura das eleições pela grande mídia, em uma semana, foram publicadas 79 manchetes contrárias à reeleição de Dilma Rousseff e apenas 10 negativas ao tucano.

O site levou em consideração as capas dos jornais Folha de São Paulo, O Globo, O Estado de São Paulo e o Jornal Nacional. O viés tendencioso dos veículos também pode ser notado pelo número de capas publicadas favoravelmente ao tucano e à petista.

De acordo com o Manchetômetro, Aécio Neves contou com 19 capas favoráveis a ele, entre 6 a 13 de outubro, enquanto Dilma Rousseff figurou positivamente em apenas sete. O site classificou 65 capas como neutras para ambos os candidatos à Presidência da República, neste período.

A pesquisa também aferiu dados sobre a ex-senadora Marina Silva, que concorreu, sem sucesso, ao pleito do último dia 5 de outubro. Nos periódicos, ela contou com 3 capas favoráveis, uma contrária e 45 neutras a seu respeito.

Para o jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges, a direita é o partido da grande mídia no Brasil. “Esse apoio a Aécio se dá por razões políticas, ideológicas e econômicas”, afirma. Com isso, segundo Borges, o tucano ganha força a passa a utilizar de um horário eleitoral gratuito na imprensa “que dura 24 horas”.

Mídia alternativa

Segundo o jornalista, o contraponto às informações divulgadas diariamente por estes grandes veículos de imprensa é realizado pela mídia independente, comunitária e por meio do ativismo digital. Para ele, esses canais de comunicação são os responsáveis por desmascarar a figura de “bom menino”, do tucano fomentada pela imprensa. “O que a mídia contra-hegemônica faz é o seguinte: mostra o Aécio do “aécioporto”, do mensalão tucano de Minas Gerais, da Lista de Furnas… Faz um contraponto e ajuda a sociedade a se posicionar sem ser manipulada”, explica.

Regulamentação da mídia

Altamiro Borges defende que o Brasil adote a regulamentação da mídia para combater o monopólio nos meios de comunicação e cita como exemplos bem sucedidos as legislações para o setor criadas no Reino Unido, Europa e Estados Unidos da América. “Ou regulamenta esse setor, ou a democracia brasileira está correndo risco”, afirma.

A presidenta Dilma Rousseff se propôs realizar uma regulamentação econômica dos meios de comunicação do país, durante encontro com blogueiros realizado no dia 26 de setembro, no Palácio da Alvorada. A candidata à reeleição afirmou que o tema será uma pauta em seu segundo mandato, caso seja reeleita no próximo dia 26.

“Em qualquer setor que se tem concentração de propriedade cabe regulação porque há uma assimetria imensa entre o proprietário e o resto dos cidadãos. Qualquer regulação tem uma base, que é a econômica. A concentração leva a relações assimétricas. Hoje as pessoas demandam isso”, defendeu.

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