segunda-feira, 1 de junho de 2015

Fusão PTB-DEM melou no oportunismo

Por Altamiro Borges

O site de fofocas da revista "Época" postou na semana passada que a união entre o matreiro PTB e o falido DEM pode melar. Segundo o colunista Leonel Rocha, cinco pontos dificultam a tal fusão – na verdade, a morte não declarada dos demos. "A negociação entre o Partido Trabalhista Brasileiro e o Democratas emperrou por causa de cinco divergências entre deputados, senadores e dirigentes dos dois partidos. A cada encontro entre os representantes das duas siglas as diferenças se acentuam".

Segundo a sua listagem, "o DEM quer que as decisões da executiva do futuro partido sejam tomadas por pelo menos três quintos dos seus membros e o fim do voto de minerva do presidente... A segunda divergência é sobre o número da legenda que sairá da união. Os petebistas querem manter o número 14 e o DEM insiste em continuar com o 25. Os trabalhistas são contra a flexibilização da legislação trabalhista, defendido pelo DEM, que é contra a taxação das grandes fortunas, como quer o PTB. A quinta divergência é sobre quem vai dirigir a futura sigla nos estados e nacionalmente. Uma nova rodada de negociação vai ser aberta, mas a fusão está cada vez mais distante".

No mesmo rumo, a Folha revelou na sexta-feira (29) que "os dirigentes do PTB e do DEM decidiram suspender as negociações para uma fusão das siglas" e acrescentou um sexto ponto de divergência: "a divisão do dinheiro do fundo partidário". Segundo relato de Bernardo Mello Franco, "o divórcio entre os partidos foi discutido no casamento do ex-deputado Roberto Jefferson, que continua a ser a voz mais forte no PTB. O secretário-geral da sigla, Campos Machado, atacou a cúpula do DEM e disse que a tentativa de fusão já pode ser vista como 'página virada'. 'Isso deixou de ser fusão e passou para o Código Penal. Virou estelionato, tentativa de apropriação indébita. A culpa é dos fenícios, que inventaram a moeda', ironizou, referindo-se à disputa pelo fundo partidário".

Diante do frustrante resultado da negociação, os demos correm o sério risco de desaparecer do mapa político sem o recurso da fusão. Principalmente após o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovar que os cargos majoritários não pertencem aos partidos, cresceram os boatos de que o senador Ronaldo Caiado, de Goiás, e o prefeito ACM Neto, de Salvador, podem deixar o DEM. Com isto, a legenda, que já sofreu um duro retrocesso nas eleições de outubro passado – não elegeu nenhum governador e teve sua bancada federal drasticamente reduzida – ficará totalmente inviável. O diabo que se prepare – com todos os cuidados necessários – para receber os demos no inferno!

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