Por Altamiro Borges
As denúncias são antigas. Há muito tempo se especula sobre a relação promiscua entre TV Globo e as corruptas entidades que comandam o futebol, garantindo-lhe o direito de exclusividade na transmissão dos jogos. A mídia nativa – excluindo a própria emissora por razões óbvias – nunca acionou seus “repórteres investigativos” para apurar as denúncias. Já o Ministério Público e a Polícia Federal jamais investigaram o império global. O “justiceiro” Sergio Moro, sempre tão bajulado pela mídia, nunca se acanhou em participar de convescotes na companhia dos filhos de Roberto Marinho. Pelo contrário. Na sua doentia vaidade, ele adora aparecer nas telinhas. Será que agora, com as denúncias expostas no exterior, alguém irá investigar a poderosa Rede Globo?
Como registrou o jornalista Nelson de Sá, na notinha intitulada “Ao vivo, do Brooklin, Twitter transite depoimento contra a Globo”, as denúncias sobre as supostas propinas da emissora só ganharam dimensão graças à internet. “No exterior, a notícia logo ecoou por agências como Bloomberg e jornais como Wall Street Journal e Guardian. Mas foi o passo a passo, pelo perfil de Twitter do jornalista americano Ken Bensinger, que concentrou atenção e emoção. Ele relatou por horas o depoimento de Alejandro Burzaco, ex-executivo de marketing esportivo, ‘testemunha do governo americano’ contra José Maria Marin, ex-CBF, no Brooklyn, em Nova York. Começou em maiúsculas: ‘NOTÍCIA GRANDE: Burzaco disse que Fox Sports, Televisa, Globo e Traffic todas pagaram propina por direitos sobre futebol’”.
O jornalista estadunidense ainda dedicou uma mensagem exclusiva aos internautas brasileiros. “Fãs de futebol do Brasil, não fiquem tristes. Tenho novas informações para vocês”. Segundo descreveu, o delator Alejandro Burzaco afirmou que Ricardo Teixeira recebeu “US$ 600 mil a cada ano” e que Marcelo Campos Pinto, ex-diretor da Globo, participou de um encontro num restaurante de Buenos Aires “para tratar dos mesmos valores para Marin e Marco Polo Del Nero”. Diante do forte impacto das denúncias, que viralizaram nas redes sociais, a própria TV Globo não teve como se fingir de morta – enterrando de imediato as graves acusações. No Jornal Nacional, a famiglia Marinho publicou um comentário lacônico e, ao mesmo tempo, hilário:
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Sobre depoimento ocorrido em Nova York, no julgamento do caso Fifa pela Justiça dos Estados Unidos, o Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina. Esclarece que após mais de dois anos de investigação não é parte nos processos que correm na Justiça americana. Em suas amplas investigações internas, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos. Por outro lado, o Grupo Globo se colocará plenamente à disposição das autoridades americanas para que tudo seja esclarecido. Para a Globo, isso é uma questão de honra. Não seria diferente, mas é fundamental garantir aos leitores, ouvintes e espectadores do Grupo Globo que o noticiário a respeito será divulgado com a transparência que o jornalismo exige.
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“Mais de dois anos de investigação” interna que ninguém conhece nem ouviu falar. “Plenamente à disposição das autoridades americanas”. Nem uma vírgula sobre a mequetrefe autoridade judicial brasileira. Será que agora, abalados em seus brios, o Ministério Público e a Polícia Federal vão tomar alguma atitude? Será que o restante da mídia nativa vai dar destaque para a gravíssima acusação do pagamento de propinas milionárias pelo direito de exclusividade na transmissão das partidas? Ou será que a Globo – que apoiou o golpe militar de 1964 e foi a principal protagonista do golpe parlamentar-judicial-midiático de 2016, manda de fato no Brasil? A conferir os próximos capítulos desta novela que pode abalar o império global.
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Leia também:
- Globo faz a diferença na Justiça
- MPF e PF são cúmplices da Globo
- O suspeito silêncio do MPF no caso Globo
- Como a Globo manteve a Libertadores?
- A trajetória da maior inimiga do Brasil
- A corrupção da Globo no mundo do futebol
- A hora do pânico da Globo
- Corrupção na Fifa e o cinismo da Globo
As denúncias são antigas. Há muito tempo se especula sobre a relação promiscua entre TV Globo e as corruptas entidades que comandam o futebol, garantindo-lhe o direito de exclusividade na transmissão dos jogos. A mídia nativa – excluindo a própria emissora por razões óbvias – nunca acionou seus “repórteres investigativos” para apurar as denúncias. Já o Ministério Público e a Polícia Federal jamais investigaram o império global. O “justiceiro” Sergio Moro, sempre tão bajulado pela mídia, nunca se acanhou em participar de convescotes na companhia dos filhos de Roberto Marinho. Pelo contrário. Na sua doentia vaidade, ele adora aparecer nas telinhas. Será que agora, com as denúncias expostas no exterior, alguém irá investigar a poderosa Rede Globo?
Como registrou o jornalista Nelson de Sá, na notinha intitulada “Ao vivo, do Brooklin, Twitter transite depoimento contra a Globo”, as denúncias sobre as supostas propinas da emissora só ganharam dimensão graças à internet. “No exterior, a notícia logo ecoou por agências como Bloomberg e jornais como Wall Street Journal e Guardian. Mas foi o passo a passo, pelo perfil de Twitter do jornalista americano Ken Bensinger, que concentrou atenção e emoção. Ele relatou por horas o depoimento de Alejandro Burzaco, ex-executivo de marketing esportivo, ‘testemunha do governo americano’ contra José Maria Marin, ex-CBF, no Brooklyn, em Nova York. Começou em maiúsculas: ‘NOTÍCIA GRANDE: Burzaco disse que Fox Sports, Televisa, Globo e Traffic todas pagaram propina por direitos sobre futebol’”.
O jornalista estadunidense ainda dedicou uma mensagem exclusiva aos internautas brasileiros. “Fãs de futebol do Brasil, não fiquem tristes. Tenho novas informações para vocês”. Segundo descreveu, o delator Alejandro Burzaco afirmou que Ricardo Teixeira recebeu “US$ 600 mil a cada ano” e que Marcelo Campos Pinto, ex-diretor da Globo, participou de um encontro num restaurante de Buenos Aires “para tratar dos mesmos valores para Marin e Marco Polo Del Nero”. Diante do forte impacto das denúncias, que viralizaram nas redes sociais, a própria TV Globo não teve como se fingir de morta – enterrando de imediato as graves acusações. No Jornal Nacional, a famiglia Marinho publicou um comentário lacônico e, ao mesmo tempo, hilário:
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Sobre depoimento ocorrido em Nova York, no julgamento do caso Fifa pela Justiça dos Estados Unidos, o Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina. Esclarece que após mais de dois anos de investigação não é parte nos processos que correm na Justiça americana. Em suas amplas investigações internas, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos. Por outro lado, o Grupo Globo se colocará plenamente à disposição das autoridades americanas para que tudo seja esclarecido. Para a Globo, isso é uma questão de honra. Não seria diferente, mas é fundamental garantir aos leitores, ouvintes e espectadores do Grupo Globo que o noticiário a respeito será divulgado com a transparência que o jornalismo exige.
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“Mais de dois anos de investigação” interna que ninguém conhece nem ouviu falar. “Plenamente à disposição das autoridades americanas”. Nem uma vírgula sobre a mequetrefe autoridade judicial brasileira. Será que agora, abalados em seus brios, o Ministério Público e a Polícia Federal vão tomar alguma atitude? Será que o restante da mídia nativa vai dar destaque para a gravíssima acusação do pagamento de propinas milionárias pelo direito de exclusividade na transmissão das partidas? Ou será que a Globo – que apoiou o golpe militar de 1964 e foi a principal protagonista do golpe parlamentar-judicial-midiático de 2016, manda de fato no Brasil? A conferir os próximos capítulos desta novela que pode abalar o império global.
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- A hora do pânico da Globo
- Corrupção na Fifa e o cinismo da Globo
1 comentários:
No que diz respeito à Globo, jamais alimentarei a ilusão de que algo possa lhe acontecer decorrente de uma investigação conduzida pelo MPF brasileiro ou mesmo ianque. A Globo somente cairá quando um movimento revolucionário - ou seja, determinado a transformar radicalmente as instituições existentes no nosso país, entre elas o Poder Judiciário- tomar os destinos de nosso país em suas mãos.
Globo, Ministério Público, STF,STJ, Polícia Federal, intelectuais orgânicos a serviço do Capital financeiro, nacional e internacional (uma divisão apenas retórica, posto que o capital financeiro não tem pátria)tornaram-se visivelmente solidários desde o julgamento do chamado "mensalão do PT" e principalmente nos últimos 4 anos,quando vislumbraram as condições necessárias para a realização do golpe contra Dilma com a eclosão dos movimentos de rua da juventude em junho de 2013. A luta em defesa da democracia, da soberania nacional, da pátria e dos interesses populares pressupõe o enfrentamento dessas forças e instituições a serviço dos interesses do capital financeiro, reclamando a substituição das mesmas por outras, a serviço dos trabalhadores e da maioria do povo. Até lá, restará apenas a denúncia dessas relações promíscuas entre as instituições estatais, a mídia corporativa e os interesses da plutocracia financeira que encomendou o golpe em curso.
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