segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Por que o impeachment desandou nas ruas?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

As manifestações de ontem a favor do impeachment foram um anticlímax. Estão aí os dados do Datafolha mostrando a curva descendente de participação e uma retração superior a 70% em relação a março. É claro que isso pode mudar, tudo pode mudar no processo social. Mas por que, justamente agora, com o processo aberto, a ideia do impeachment desandou nas ruas?

Por vários motivos, quase todos representados por erros da oposição.

O ódio no ato pró-golpe em Brasília

Por Najla Passos, no site Carta Maior:



Cerca de seis mil pessoas participaram da manifestação pró-impeachment na capital federal, neste domingo (13), conforme levantamento da Polícia Militar. Os organizadores estimaram em 30 mil. O protesto, marcado para às 10h, demorou para pegar porque, com a organização descentralizada, parte dos manifestantes acabou indo direto para o Congresso Nacional e outra parte se concentrou em frente ao Museu da República. Os dois grupos se encontraram em frente ao Congresso por volta das 11h30, mas, logo em seguida, uma chuva rápida dissipou os presentes. Às 13h, o protesto já havia terminado.

Tinha mais "pato" que gente em Curitiba

Por Esmael Morais, em seu blog:

O leitor Maurício Pina, comentarista deste blog, contou mais “patos” do que gente no protesto contra a democracia neste domingo, 13, em Curitiba.

A manifestação pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff reuniu apenas 300 pessoas na capital de todos os paranaenses.

A passeata de hoje foi a primeira após o anúncio do apoio do governador Beto Richa (PSDB) ao golpe contra Dilma. Portanto, foi um verdadeiro fiasco nacional que o tucano até passou ser chamado de Mick Jagger na Boca Maldita, local onde foi encerrado o ato.

O chororô dos golpistas gaúchos

Por Marco Weissheimer, no site Sul-21:



O ato “Esquenta para o Impeachment”, promovido pelo Movimento Brasil Livre na tarde deste domingo (13), no Parque de Redenção, reuniu entre 300 e 500 pessoas, segundo estimativas da Brigada Militar. Segundo os organizadores, mais de 5 mil pessoas teriam participado da manifestação em defesa da derrubada da presidenta Dilma Rousseff. No entanto, os próprios promotores do ato admitiram que a presença de público ficou abaixo do esperado e colocaram a culpa no “boicote da mídia comprada e no Facebook, que, segundo eles, teriam “boicotado” a manifestação. Além dos integrantes do Movimento Brasil Livre e da banda loka liberal, três parlamentares participaram do ato: o deputado estadual Marcel van Hattem (PP) e os deputados federais Darcisio Perondi (PMDB) e Marchezan Junior (PSDB).

A escaramuça pós-eleitoral na Venezuela

Ilustração: http://www.aporrea.org/
Por Max Altman, no site Opera Mundi:

Poucos dias se passaram após a severa derrota de Maduro e da revolução bolivariana e as primeiras escaramuças já se configuram.

A batalha não será fácil para nenhum dos lados. A oposição conquistou importante bastião. Embora em seu conjunto, sob uma única bandeira a da MUD, tenha alcançado maioria qualificada com seus 112 deputados, aí incluídos os três indígenas, de um total de 167 cadeiras, esses deputados estão fragmentados em 14 distintas organizações partidárias que vão da extrema-direita com o Voluntad Popular, passando pela direta como Primera Justicia, pela ‘soi-disant’ social-democracia, a Ação Democrática até siglas outrora consideradas de esquerda como Causa R e a ultra-esquerdista Bandera Roja. Do outro lado, mais de 97% dos votos dados ao Gran Polo Patriotico destinaram-se ao PSUV.

A matemática (imperfeita) do impeachment

Por Theófilo Rodrigues, no blog O Cafezinho:

A votação realizada na Câmara dos Deputados na última terça-feira em torno da conformação da Comissão Especial foi seguramente o primeiro round da batalha do impeachment. A tensa votação terminou com os defensores da presidenta Dilma Rousseff tendo 199 votos e os opositores 272.

Um olhar superficial para esse resultado poderia indicar que a oposição foi vitoriosa e que o governo foi derrotado. E é verdade em parte. Mas não é toda a verdade...

O que fazer com o fracasso dos coxinhas?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Com todo o “banho” de mídia que recebem – a Globonews chegou a deixar de lado o grave acidente com um ônibus, com cinco mortes, no Rio de Janeiro para ficar totalmente dedicada a mostrar as manifestações – a direita mostrou, hoje, que já não arrasta multidões.

E como isso, infelizmente, não se deu por que o Governo tem melhorado seu desempenho ou mesmo sua popularidade, o mais provável é ter se evidenciado quem são os promotores da ideia do impeachment – dos quais Eduardo Cunha tornou-se o principal símbolo – são praticantes, com muito mais “currículo”, dos mesmos desvios que usam para justificar sua gritaria.

Oposição agora tenta contrabando

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Em dificuldade para encontrar um crime de responsabilidade que poderia vir a ser usado para acusar Dilma Rousseff, a oposição tenta mudar os termos do debate.

Num país onde a Constituição define nos artigos 85 e 86 que o impeachment só pode ocorrer a partir de um crime de responsabilidade, procura-se dizer que a decisão de afastar um presidente não passa de um conflito político – naquela visão simplória e rebaixada da palavra, segundo a qual é um vale-tudo parlamentar a ser vencido no corpo-a-corpo de quem tem mais votos.

domingo, 13 de dezembro de 2015

Frota e outros patos na Avenida Paulista

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:


Kim Kataguiri estava com sono, mas ficou firme

Os organizadores do protesto anti Dilma na Avenida Paulista estão escondendo o fiasco atrás de uma estranha tese de que se trata de um “esquenta” e não da coisa para valer.

Foram apenas oito dias de organização, alegou um dos líderes (é impressionante como essas milícias têm apenas líderes). Foi frustrante, especialmente, quando se sabe que agora existe, em tese, uma cenoura à frente deles - ou uma mandioca atrás, dependendo do ângulo -, que é o acolhimento do pedido de impeachment por Eduardo Cunha.

Apesar da mídia, protesto é um fracasso

Do blog Viomundo:






As manifestações em defesa do impeachment da presidenta Dilma Rousseff foram um fracasso neste domingo 13, dia em que se “comemora” a implantação do AI5 na ditadura militar.

Um fracasso numérico relativamente aos protestos anteriores, especialmente agora que Eduardo Cunha abriu o processo de impeachment na Câmara e elegeu uma chapa majoritariamente da oposição para conduzí-lo.

Mini-festação vira piada no twitter

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

O novo AI-5, puxado pelo PSDB e a turma de Eduardo Cunha, não deu certo. Se FHC queria multidões nas ruas pelo golpe, vai ter que mandar buscar na Ucrânia…

Mas as marchas dos gatos pingados geraram um festival de respostas bem-humoradas.

13 de dezembro de 2015 foi o dia em que o pato dos tucanos virou mico. O zoológico do golpe vai fechar por falta de povo.



Um pato a favor do impeachment: coxinhas desmoralizam até o golpismo

O impeachment será derrotado nas ruas

Editorial do site Vermelho:

Na reunião golpista ocorrida na quinta-feira (10), com lideranças e os seis governadores do PSDB, o cardeal tucano Fernando Henrique Cardoso fez uma declaração de inusitada sinceridade que exprime bem o significado da ação da direita contra a presidenta Dilma Rousseff. Insistindo na tecla, contestada por grande número de juristas, da existência de alegadas “razões jurídicas” para o impeachment, FHC reconheceu: “é preciso se formar o clima político. Se esse clima político não se formar não há nada que derrube um presidente, que foi eleito”.

Porque não se deve levar Serra a sério

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Tempos atrás encontrei um alto quadro do governo Alckmin em um evento em Santos. Nele, teceu críticas a José Serra. No almoço, voltamos a conversar sobre Serra, ele sempre muito crítico. Na despedida, pediu: "Pelo amor de Deus, não coloque nada disso no Blog, senão Serra vai me retaliar através dos jornais".

O mesmo me disse um alter ego de Aécio Neves durante a campanha de 2014. Serra não desperta nem respeito nem paixão política, mas ódio e medo.

O golpe está em marcha no Brasil

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Ganhou velocidade e vida própria esta semana a marcha batida para o golpe civil contra o governo de Dilma Rousseff, reeleita pouco mais de um ano atrás. A senha para desencadear o movimento, que ganhou força nas últimas horas, foi a "carta-desabafo" do vice Michel Temer .

Num primeiro momento, não entendi o sentido e o objetivo daquela esdrúxula correspondência sentimental vazada em termos carregados de rancor, no melhor estilo Lupicínio Rodrigues, mas agora ficou claro: a indicação oficial do rompimento de Temer com Dilma era só o que estavam esperando os lideres da oposição para desencadear o processo iniciado no dia mesmo da derrota que sofreu nas eleições presidenciais de 2014.

PSDB oficializa sua ação golpista

Por Renato Rabelo, em seu blog:

Os tucanos entram céleres na contramão da historia da luta democrática em nosso país. A base do pedido de impedimento da presidenta da República é do PSDB. Agora, em termos oficiais, o PSDB carimba com todos os seus lideres e grão lideres a defesa do impeachment, sem base legal, sem base jurídica.

Estão na linha de que o impeachment é mais um processo politico que jurídico. Justificativa rala, disparatada, para fazer valer um golpe “institucional”, à moda do atual pensamento antidemocrático e autoritário no Continente. Sim, o substantivo é o golpe com todas as letras. Querem antecipar a tomada do poder central de qualquer modo. Se pudessem instigariam hoje os militares como as vivandeiras de quarteis faziam no passado.

Michel Temer é cúmplice do golpismo

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Durou tempo demais o silêncio adotado pelo vice Michel Temer a respeito do golpe tramado, e desfechado agora, contra a presidenta Dilma Rousseff.

Silêncio suspeito e também, até prova em contrário, silêncio cúmplice de um impeachment inconstitucional.

O vice-presidente é contra ou a favor? Ele não se definiu de forma clara. Foi, no entanto, informado antecipadamente por Eduardo Cunha da decisão de acolher o pedido de impeachment com a assinatura indelével do ex-petista Hélio Bicudo. Ao saber disso, calou-se e traiu o princípio de fidelidade a Dilma.

A saída de Levy já é tratada no Planalto

Por Renato Rovai, em seu blog:

A declaração do ministro Joaquim Levy dizendo que “está fora” se o Congresso cortar a zero a meta fiscal de 2016 foi recebida no Palácio do Planalto como uma chantagem. E também como uma traição.

Sua saída do governo que nunca foi tratada de forma concreta, porque não autorizada pela presidenta Dilma, agora entrou na pauta.

A presidenta ainda não autorizou seus ministros mais próximos a procurar um nome para operar a mudança, mas já estaria convencida que de a posição assumida por seu pupilo não lhe dá tranquilidade para fazer o caminho da superação do impeachment. E que precisará de um novo rumo na economia e de mais unidade do governo se quiser ultrapassar esse momento.

Janot recebe representação contra Cunha

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Demorou de quarta-feira da semana passada até o último sábado para que vários e importantes juristas escrevessem pedido ao procurador-geral da República, doutor Rodrigo Janot, para que promova medidas judiciais e/ou administrativas cabíveis ao afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

Ao longo dos últimos dias, o Blog da Cidadania dedicou-se exclusivamente a colher “assinaturas” virtuais de leitores ao documento reproduzido abaixo. Até o momento em que este post está sendo publicado, quase 1,7 mil cidadãos brasileiros manifestaram intenção de figurarem como signatários.

As tempestades que rondam a América Latina

Por Raúl Zibechi, no site Outras Palavras:

O fim do ciclo progressista implica na dissolução de hegemonias e no início de um período de dominação, de maior repressão aos setores populares organizados. Até agora, temos comentado as causas do fim desse ciclo; agora é preciso começar a compreender as consequências – tremendas, pouco atraentes, demolidoras em muitos casos.

A recente eleição de Mauricio Macri na Argentina é uma guinada à direita que reacende a chama do conflito social. A resposta dos editores do conservador jornal La Nación, na forma de um editorial que defende abertamente o terrorismo de Estado é uma amostra do que está por vir, mas também das resistências que o projeto da direita tradicional terá de enfrentar.

Impunidade alimenta crimes cibernéticos

Por Helder Lima, na Rede Brasil Atual:

“Grava mais vídeos, Emerson. Rio muito quando assisto, finalmente você começou a meter a real de verdade. Grava sobre a Lola e mostra o quanto você tá bem aí nas Filipinas, comendo prostitutas a preço de banana e sendo cobiçada (sic) por várias”, afirma um post colocado na quinta-feira (10) no site anônimo Dogolachan, no endereço dogolachan.org.

A Lola em questão é Dolores Aronovich Aguero, ou Lola Aronovich, professora de Literatura e Língua Inglesa na Universidade Federal do Ceará (UFC), e que há oito anos escreve um dos blogs de maior audiência na rede, o Escreva Lola Escreva, comprometido com o feminismo e causas sociais.