sábado, 13 de abril de 2019

Golpe no Banco Central e a Previdência

Editorial do site Vermelho:

O Projeto de Lei assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, que será enviado ao Congresso Nacional para estabelecer a autonomia do Banco Central (BC), traduz bem a imagem famosa da entrega da chave do galinheiro à raposa. Essa tese é antiga; ela é um dos pontos prioritários da agenda neoliberal, vendida como uma das vacas sagradas da especulação financeira.

A cadeira da presidência do BC, nesse modelo de gestão política, é considerada um dos postos mais importantes entre todos os ocupados na área econômica do governo. Seu ocupante é o responsável por conduzir o processo que transfere renda do orçamento público para os cofres privados em proporções gigantescas, basicamente por meio do controle da taxa básica de juros, a Selic. Deduz-se facilmente que o interesse pela independência do BC vem somente de banqueiros e especuladores.

A alma brasileira está doente

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Tudo que é sadio pode ficar doente. A doença sempre remete à saúde. Esta é a referência maior e funda a dimensão essencial da vida em sua normalidade.

As dilacerações sociais, as ondas de ódio, ofensas, insultos, palavras de baixo calão que estão dominando nas mídias sociais ou digitais e mesmo nos discursos públicos, revelam que a alma brasileira está enferma.

As mais altas instâncias de poder se comunicam com a população usando notícias falsas (fake news), mentiras diretas e imagens que se inscrevem no código da pornografia e da escatologia. Esta atitude revela a falta de decência e do sentido de dignidade e respeitabilidade, inerentes aos mais altos cargos de uma nação. No fundo,perdeu-se um valor essencial, o respeito a si e aos outros, marca imprescindível de uma sociedade civilizada.

Desafio da oposição é repetir 1974 em 2020

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                   

Em 15 de novembro de 1974, o eleitorado brasileiro foi às urnas para escolher os ocupantes das 22 vagas em disputa para o Senado e a totalidade das 364 cadeiras que à época compunham a Câmara dos Deputados. Quatro anos antes, quando boa parte da oposição pregara o bicote às urnas, já que muitos dos seus líderes estavam presos, cassados, banidos ou mortos, a Arena obtivera uma esmagadora vitória.

De onde vem o super-ministro da economia?

Por Ladislau Dowbor, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Ninguém se reinventa. E ninguém é chamado para dirigir a 8ª economia do mundo sem ser apoiado por um conjunto de interesses. Neste país onde se cobra ao mês juros que no resto do mundo se cobra ao ano, e se afundou em dívidas 64 milhões de adultos, mas também as pequenas e médias empresas, e até o Estado com a dívida pública, vale a pena lembrar de quem se trata.

O Economist de 13 de dezembro de 2018, na reportagem “Jair Bolsonaro must tackle Brazil´s soaring pensions spending” apresenta o nosso novo ministro da Economia: “Paulo Guedes, who studied at the University of Chicago and co-founded BTG Pactual, Brazil’s foremost home-grown investment bank”. Portanto, universidade de Chicago, onde se formaram os chamados “Chicago boys” que apoiaram ditaduras e desastres sociais por onde passaram. E no Brasil, co-fundador do Banco BTG Pactual.

Autonomia do BC é a raposa no galinheiro

Por Nelson Marconi, no blog Cafezinho:

O governo enviou esta semana ao Congresso esta semana o projeto de lei que trata da autonomia do Banco Central (BC). Seus principais pontos são a impossibilidade de demissão do presidente do BC pelo Presidente da República (apenas pelo Senado), excetuando-se os casos usuais de improbidade, etc, a definição de um mandato para o presidente do BC que não coincida com o do Presidente da República, e a impossibilidade de responsabilização dos diretores do BC pelos erros na condução da política monetária e cambial e na regulação do mercado financeiro. O projeto pode parecer, à primeira vista, o supra sumo da modernidade, mas não é bem assim, muito pelo contrário. É, inclusive, semelhante ao que foi instituído para as agências reguladoras no passado que, como sabemos, parece que não têm funcionado muito bem. Com um agravante – trata de um assunto que a população não conhece e impacta a todos sem distinção – a política monetária. Vou explicar a seguir.

As dificuldades da luta contra o fascismo

Por Armando Boito Jr., no jornal Brasil de Fato:

Este é o terceiro e último artigo de uma série que estou publicando aqui no portal Brasil de Fato sobre o neofascismo no Brasil de Bolsonaro. Neste último texto, pretendo indicar rapidamente quais são as dificuldades específicas da luta operária e popular diante de um movimento neofascista como esse que enfrentamos no Brasil atual. O tema é complexo e eu pretendo voltar a ele futuramente e em um trabalho mais alentado. Neste pequeno texto irei apenas indicar alguns pontos.

Uma nota sobre ‘o fim da história’

Por Henrique Braga e Caroline Tresoldi, no site Brasil Debate:

Fazer mais uma nota sobre “O fim da história” pode até parecer fora de compasso. Qual interesse poderia despertar o ensaio de Francis Fukuyama, datado de 1989, bicentenário da Revolução Francesa, que foi criticado por todos os lados durante os anos de 1990?

Para tensionar essa questão, tomemos um exemplo de nosso cotidiano. Ao entrar num jogo do Flamengo nas últimas semanas, um psicólogo e professor universitário, trajado com uma camisa com os dizeres “Flamengo Antifascista”, foi barrado pelo fiscal do estádio – aquele que cuida para que objetos facilmente transformáveis em armas não entrem nos estádios. O fiscal fica na dúvida sobre o “perigo” que pode trazer a tal camisa. Ele aciona a gerência do estádio, que, também demonstrando incerteza sobre o “perigo”, convoca um sargento da Polícia Militar. Este último, do mesmo modo, não sabia ao certo se a camisa era permitida. A camisa foi considerada por todos como “suspeita”, porém, depois de interrogado, o torcedor conseguiu entrar no estádio e, na sequência, gravou um vídeo para registrar o desatino, que viralizou nas redes sociais. Ora, por que tanto receio?

Projeto de Moro não convence ninguém

Por Jordana Pereira, no site da Fundação Perseu Abramo:

Bolsonaro se elegeu defendendo porte de armas, “permissão” para policiais e militares matarem e recrudescimento penal. O ministro Sérgio Moro fez disso uma das agendas principais de seu ministério e entregou no início deste ano um projeto de lei, denominado “anti-crime”.

Prontamente, recebeu críticas de movimentos sociais, entidades e associações especializadas no tema Segurança Pública. Depois, o próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia, desdenhou o projeto do ex-juiz dizendo primeiro que a pauta não era prioridade para a Casa (que deveria se concentrar na reforma da Previdência)e, depois, que um outro projeto, o de Alexandre de Moraes, estaria mais adequado para as necessidades do país.

Bolsonaro é engolido pela ignorância

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Sem qualquer constrangimento, o presidente da República do Brasil, Jair Bolsonaro, ao voltar de Israel, comparou a dificuldade de governar à de descascar abacaxi. A fruta é boa, mas é preciso ter conhecimento para liberá-la da carapaça. Não é tão fácil.

Bolsonaro é engolido pela ignorância. Não pelo cansaço dos 100 primeiros dias. Ele voltou para uma tarefa que não conhece, entre tantas outras: fazer política com o Congresso.

Vai ter de ir à luta, enfiar a mão na lama. Trata-se de construir rapidamente o apoio do seu governo, ou melhor, do seu “abacaxi”. O vice-presidente Hamilton Mourão vai ajudar nessa missão. E não esconde o que se faz necessário: abrir espaço para conquistar aliados.

A urgente solidariedade a Julian Assange

sexta-feira, 12 de abril de 2019

"Prisão de Assange é vingança pessoal"

Por Natalia Viana, no site Pública:

Na manhã dessa quinta-feira, o fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange foi retirado à força da embaixada equatoriana em Londres, onde vivia há sete anos, pela polícia britânica. Inicialmente, as autoridades do Reino Unido afirmaram que o motivo seria o fato de Assange ter fugido da sua “liberdade condicional” ao entrar na embaixada em junho de 2012 para receber asilo político. Menos de uma hora depois, a Polícia Metropolitana de Londres emitiu um comunicado reconhecendo que Assange foi preso a pedido do governo americano, que fez um pedido de extradição para os Estados Unidos, onde ele é acusado de “conspirar para hackear” um computador americano. A acusação se refere ao vazamento de 250 mil telegramas da embaixada Americana ocorrido em 2010, que conferiu fama mundial ao Wikileaks. Chelsea Manning, a soldado acusada de ser a fonte dos documentos – assim como de documentos referentes à Guerra do Iraque e do Afeganistão como o vídeo “Collateral Murder” – está presa numa solitária desde 8 de março por negar-se a testemunhar contra Assange no mesmo caso.

Os 100 dias de Bolsonaro na mídia mundial

Por Olímpio Cruz

Os cem dias de Bolsonaro à frente do governo do Brasil é um dos temas da mídia internacional, principalmente europeia, nesta quarta-feira, 10 de abril, assim como as chuvas torrenciais no Rio, com a morte de 10 pessoas, recebem muita atenção no noticiário sobre o país. Reuters fala em “caos” e da tempestade que o prefeito descreveu como “absolutamente anormal”. Outros destaques são o plano de demissões anunciado pela Ford em Camaçari, na Bahia. As declarações de Bolsonaro na Jovem Pan também continuam a repercutir na mídia estrangeira.

O dano irreparável da prisão de Lula

Por Afrânio Silva Jardim

Este dano irreparável, eles vão ter de pagar algum dia!!! O sofrimento do ex-presidente Lula e de sua família jamais será esquecido!!!

Tudo isso é um grande absurdo. Lula e também sua família vivem um inferno. Lula está sendo castigado por ter feito o bem, por ter demonstrado que é possível distribuir renda até no capitalismo !!!

Lula nunca foi dono do triplex. Todos sabem disso.

Não consigo admitir que isto esteja ocorrendo com o maior líder popular de toda a história do Brasil.

O “golden shower” dos bancos no Brasil

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Já virou chover no molhado dizer que os lucros dos bancos no Brasil é obsceno.

Nem o “golden shower” de Jair Bolsonaro é tão chocante.

Desta vez, no ano “mixuruca” de 2018, com a economia estagnada, eles passaram de todos os limites.

R$ 98,5 bilhões de lucro em um ano é acima de qualquer limite compreensível.

É suficiente para cobrir todo o R$ 1 trilhão, em dez anos, que Paulo Guedes diz ser necessário para dar ao país “potência fiscal” para resolver todos os seus problemas

Bolsonaro culpa “deus” por seu “governo”

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O maior pecado de Bolsonaro não é tirar dos pobres e dar aos ricos, entregar riquezas do Brasil aos Estados Unidos, ser racista, homofóbico, misógino, covarde (para debater olho no olho), burro e autoritário. O maior pecado de Bolsonaro, sob a ótica cristã (que prevê pecados), é invocar o nome de Deus como culpado por ele mesmo fazer tudo que você leu acima.

Bolsonaro disse, em evento com evangélicos, que considera um milagre ter sido eleito presidente no ano passado e afirmou que considera sua eleição uma missão recebida de Deus.

A política externa destrutiva de Bolsonaro

Por Samuel Pinheiro Guimarães

“Quando alguns me criticam, falam sobre capacidade. A Bíblia diz que Deus não escolhe os capacitados. Capacita os escolhidos”. Jair Bolsonaro, 02/04/2019, em Jerusalém.

“Formei um ministério nunca visto na história do Brasil”. Jair Bolsonaro, 02/04/2019, em Jerusalém.

“Eu sempre sonhei em libertar o Brasil da ideologia nefasta de esquerda (…). O Brasil não é um terreno onde nós pretendemos construir coisas para o nosso povo. Nós temos é que desconstruir muita coisa.” Jair Bolsonaro, em Washington, 17/03/2019.


1. O Governo do Presidente Jair Bolsonaro, de seu mentor espiritual e político, o Professor Olavo de Carvalho, de seu Ministro do Exterior, Ernesto Araújo, do Super Ministro Paulo Guedes, economista ultra neoliberal, de sua Eminência Parda, o Deputado Eduardo Bolsonaro, está determinado a reorientar radicalmente toda a política externa (e interna) brasileira.

O primitivismo do novo ministro da Educação

Julian Assange é alvo de lawfare como Lula

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, foi preso nesta quinta-feira pela polícia inglesa. Agentes do Serviço de Policia Metropolitana entraram na Embaixada do Equador, em Londres, onde estava refugiado desde 2012.

A prisão foi autorizada pelo embaixador equatoriano, segundo a agência Reuters.

O Equador, que tem um processo de lawfare semelhante ao do Brasil e fez do ex-presidente Rafael Correia um alvo tanto quanto Lula, suspendeu o asilo que concedia a Assange.

Rafael Correia, casado com uma belga, vive em Bruxelas.

TV Brasil e o crime contra a democracia

Por Tereza Cruvinel

Foi Temer que começou a matar a comunicação pública brasileira, debilitando e distorcendo o papel da EBC. Agora o governo autoritariamente aloprado de Jair Bolsonaro dá o golpe letal, com a fusão da TV pública nacional, a TV Brasil, com o canal governamental NBR. Estatizando o que é público, começou a criar o monstro de que fomos acusados de estar gestando com a criação da EBC em 2007: agora sim, vem aí um aparato político-ideológico a serviço da extrema-direita. É triste, é doloroso, deveria dar engulhos nos democratas, se ainda existem.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Chile: capitalização e recorde de suicídios

Por Felipe Bianchi e Leonardo Severo, de Santiago, no site do Centro Estudos Barão de Itararé:

O regime de capitalização da Previdência no Chile, desejado pelo governo Bolsonaro, obriga os aposentados a seguirem trabalhando, muitas vezes, até morrer. É o caso de Mario Enrique Cortes, “jubilado” que, aos 80 anos, padeceu de insolação em pleno inverno, como jardineiro, em frente ao Palácio de La Moneda, em 2014. De lá para cá, o país vem acumulando episódios trágicos como este. Somado à onda crescente de suicídios na terceira idade – com tiro, enforcamento ou envenenamento -, o cenário escancara a realidade sombria de uma terra em que a aposentadoria foi transformada em negócio para benefício das Administradoras de Fundos de Pensão (AFP).