sábado, 13 de abril de 2019

Uma nota sobre ‘o fim da história’

Por Henrique Braga e Caroline Tresoldi, no site Brasil Debate:

Fazer mais uma nota sobre “O fim da história” pode até parecer fora de compasso. Qual interesse poderia despertar o ensaio de Francis Fukuyama, datado de 1989, bicentenário da Revolução Francesa, que foi criticado por todos os lados durante os anos de 1990?

Para tensionar essa questão, tomemos um exemplo de nosso cotidiano. Ao entrar num jogo do Flamengo nas últimas semanas, um psicólogo e professor universitário, trajado com uma camisa com os dizeres “Flamengo Antifascista”, foi barrado pelo fiscal do estádio – aquele que cuida para que objetos facilmente transformáveis em armas não entrem nos estádios. O fiscal fica na dúvida sobre o “perigo” que pode trazer a tal camisa. Ele aciona a gerência do estádio, que, também demonstrando incerteza sobre o “perigo”, convoca um sargento da Polícia Militar. Este último, do mesmo modo, não sabia ao certo se a camisa era permitida. A camisa foi considerada por todos como “suspeita”, porém, depois de interrogado, o torcedor conseguiu entrar no estádio e, na sequência, gravou um vídeo para registrar o desatino, que viralizou nas redes sociais. Ora, por que tanto receio?

Projeto de Moro não convence ninguém

Por Jordana Pereira, no site da Fundação Perseu Abramo:

Bolsonaro se elegeu defendendo porte de armas, “permissão” para policiais e militares matarem e recrudescimento penal. O ministro Sérgio Moro fez disso uma das agendas principais de seu ministério e entregou no início deste ano um projeto de lei, denominado “anti-crime”.

Prontamente, recebeu críticas de movimentos sociais, entidades e associações especializadas no tema Segurança Pública. Depois, o próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia, desdenhou o projeto do ex-juiz dizendo primeiro que a pauta não era prioridade para a Casa (que deveria se concentrar na reforma da Previdência)e, depois, que um outro projeto, o de Alexandre de Moraes, estaria mais adequado para as necessidades do país.

Bolsonaro é engolido pela ignorância

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Sem qualquer constrangimento, o presidente da República do Brasil, Jair Bolsonaro, ao voltar de Israel, comparou a dificuldade de governar à de descascar abacaxi. A fruta é boa, mas é preciso ter conhecimento para liberá-la da carapaça. Não é tão fácil.

Bolsonaro é engolido pela ignorância. Não pelo cansaço dos 100 primeiros dias. Ele voltou para uma tarefa que não conhece, entre tantas outras: fazer política com o Congresso.

Vai ter de ir à luta, enfiar a mão na lama. Trata-se de construir rapidamente o apoio do seu governo, ou melhor, do seu “abacaxi”. O vice-presidente Hamilton Mourão vai ajudar nessa missão. E não esconde o que se faz necessário: abrir espaço para conquistar aliados.

A urgente solidariedade a Julian Assange

sexta-feira, 12 de abril de 2019

"Prisão de Assange é vingança pessoal"

Por Natalia Viana, no site Pública:

Na manhã dessa quinta-feira, o fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange foi retirado à força da embaixada equatoriana em Londres, onde vivia há sete anos, pela polícia britânica. Inicialmente, as autoridades do Reino Unido afirmaram que o motivo seria o fato de Assange ter fugido da sua “liberdade condicional” ao entrar na embaixada em junho de 2012 para receber asilo político. Menos de uma hora depois, a Polícia Metropolitana de Londres emitiu um comunicado reconhecendo que Assange foi preso a pedido do governo americano, que fez um pedido de extradição para os Estados Unidos, onde ele é acusado de “conspirar para hackear” um computador americano. A acusação se refere ao vazamento de 250 mil telegramas da embaixada Americana ocorrido em 2010, que conferiu fama mundial ao Wikileaks. Chelsea Manning, a soldado acusada de ser a fonte dos documentos – assim como de documentos referentes à Guerra do Iraque e do Afeganistão como o vídeo “Collateral Murder” – está presa numa solitária desde 8 de março por negar-se a testemunhar contra Assange no mesmo caso.

Os 100 dias de Bolsonaro na mídia mundial

Por Olímpio Cruz

Os cem dias de Bolsonaro à frente do governo do Brasil é um dos temas da mídia internacional, principalmente europeia, nesta quarta-feira, 10 de abril, assim como as chuvas torrenciais no Rio, com a morte de 10 pessoas, recebem muita atenção no noticiário sobre o país. Reuters fala em “caos” e da tempestade que o prefeito descreveu como “absolutamente anormal”. Outros destaques são o plano de demissões anunciado pela Ford em Camaçari, na Bahia. As declarações de Bolsonaro na Jovem Pan também continuam a repercutir na mídia estrangeira.

O dano irreparável da prisão de Lula

Por Afrânio Silva Jardim

Este dano irreparável, eles vão ter de pagar algum dia!!! O sofrimento do ex-presidente Lula e de sua família jamais será esquecido!!!

Tudo isso é um grande absurdo. Lula e também sua família vivem um inferno. Lula está sendo castigado por ter feito o bem, por ter demonstrado que é possível distribuir renda até no capitalismo !!!

Lula nunca foi dono do triplex. Todos sabem disso.

Não consigo admitir que isto esteja ocorrendo com o maior líder popular de toda a história do Brasil.

O “golden shower” dos bancos no Brasil

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Já virou chover no molhado dizer que os lucros dos bancos no Brasil é obsceno.

Nem o “golden shower” de Jair Bolsonaro é tão chocante.

Desta vez, no ano “mixuruca” de 2018, com a economia estagnada, eles passaram de todos os limites.

R$ 98,5 bilhões de lucro em um ano é acima de qualquer limite compreensível.

É suficiente para cobrir todo o R$ 1 trilhão, em dez anos, que Paulo Guedes diz ser necessário para dar ao país “potência fiscal” para resolver todos os seus problemas

Bolsonaro culpa “deus” por seu “governo”

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O maior pecado de Bolsonaro não é tirar dos pobres e dar aos ricos, entregar riquezas do Brasil aos Estados Unidos, ser racista, homofóbico, misógino, covarde (para debater olho no olho), burro e autoritário. O maior pecado de Bolsonaro, sob a ótica cristã (que prevê pecados), é invocar o nome de Deus como culpado por ele mesmo fazer tudo que você leu acima.

Bolsonaro disse, em evento com evangélicos, que considera um milagre ter sido eleito presidente no ano passado e afirmou que considera sua eleição uma missão recebida de Deus.

A política externa destrutiva de Bolsonaro

Por Samuel Pinheiro Guimarães

“Quando alguns me criticam, falam sobre capacidade. A Bíblia diz que Deus não escolhe os capacitados. Capacita os escolhidos”. Jair Bolsonaro, 02/04/2019, em Jerusalém.

“Formei um ministério nunca visto na história do Brasil”. Jair Bolsonaro, 02/04/2019, em Jerusalém.

“Eu sempre sonhei em libertar o Brasil da ideologia nefasta de esquerda (…). O Brasil não é um terreno onde nós pretendemos construir coisas para o nosso povo. Nós temos é que desconstruir muita coisa.” Jair Bolsonaro, em Washington, 17/03/2019.


1. O Governo do Presidente Jair Bolsonaro, de seu mentor espiritual e político, o Professor Olavo de Carvalho, de seu Ministro do Exterior, Ernesto Araújo, do Super Ministro Paulo Guedes, economista ultra neoliberal, de sua Eminência Parda, o Deputado Eduardo Bolsonaro, está determinado a reorientar radicalmente toda a política externa (e interna) brasileira.

O primitivismo do novo ministro da Educação

Julian Assange é alvo de lawfare como Lula

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, foi preso nesta quinta-feira pela polícia inglesa. Agentes do Serviço de Policia Metropolitana entraram na Embaixada do Equador, em Londres, onde estava refugiado desde 2012.

A prisão foi autorizada pelo embaixador equatoriano, segundo a agência Reuters.

O Equador, que tem um processo de lawfare semelhante ao do Brasil e fez do ex-presidente Rafael Correia um alvo tanto quanto Lula, suspendeu o asilo que concedia a Assange.

Rafael Correia, casado com uma belga, vive em Bruxelas.

TV Brasil e o crime contra a democracia

Por Tereza Cruvinel

Foi Temer que começou a matar a comunicação pública brasileira, debilitando e distorcendo o papel da EBC. Agora o governo autoritariamente aloprado de Jair Bolsonaro dá o golpe letal, com a fusão da TV pública nacional, a TV Brasil, com o canal governamental NBR. Estatizando o que é público, começou a criar o monstro de que fomos acusados de estar gestando com a criação da EBC em 2007: agora sim, vem aí um aparato político-ideológico a serviço da extrema-direita. É triste, é doloroso, deveria dar engulhos nos democratas, se ainda existem.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Chile: capitalização e recorde de suicídios

Por Felipe Bianchi e Leonardo Severo, de Santiago, no site do Centro Estudos Barão de Itararé:

O regime de capitalização da Previdência no Chile, desejado pelo governo Bolsonaro, obriga os aposentados a seguirem trabalhando, muitas vezes, até morrer. É o caso de Mario Enrique Cortes, “jubilado” que, aos 80 anos, padeceu de insolação em pleno inverno, como jardineiro, em frente ao Palácio de La Moneda, em 2014. De lá para cá, o país vem acumulando episódios trágicos como este. Somado à onda crescente de suicídios na terceira idade – com tiro, enforcamento ou envenenamento -, o cenário escancara a realidade sombria de uma terra em que a aposentadoria foi transformada em negócio para benefício das Administradoras de Fundos de Pensão (AFP).

Danilo Gentili e a liberdade de expressão

Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual:

A condenação do humorista Danilo Gentili a seis meses e 28 dias de prisão por ofender a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) acendeu um debate nas redes sociais sobre os limites da liberdade de expressão. Defensores dele alegam que a decisão da juíza federal Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo, é um ato de censura. A secretária-geral do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé, Renata Mielli, discorda dessa avaliação. “A liberdade de expressão está garantida pela Constituição Federal e declarações internacionais. Mas ela não é um guarda-chuva para cometimento de crimes, discurso de ódio, machismo e racismo”, disse.

TV Brasil: EBC viola a Constituição

Do site do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC):

A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) formalizou nesta terça-feira (9) a unificação da TV Brasil, principal canal público de televisão do país, com a emissora estatal NBR, que veicula atos e informações do governo federal. A medida consta na Portaria nº 216, assinada pelo presidente da empresa pública de comunicação, Alexandre Graziani Jr. O ato, que já havia sido anunciado pelo governo há algumas semanas, constitui-se numa flagrante violação do princípio constitucional da complementaridade entre os sistemas público, privado e estatal de comunicação, expresso no artigo 223 da Carta Magna, e pode indicar prevaricação da direção da empresa. Trata-se de um verdadeiro aparelhamento da emissora pelo governo Jair Bolsonaro, na intenção de criar uma mera agência de propaganda governamental.

Assange, o prisioneiro que não cede

Por John Pilger, no site Outras Palavras:

Sempre que visito Julian Assange, nos encontramos em uma sala que ele conhece bem. Há uma mesa vazia e fotos do Equador nas paredes. Uma estante sempre com os mesmos livros. As cortinas estão sempre fechadas e não há luz natural. O ar é abafado e fétido.

Trata-se da Sala 101.

Antes de entrar na Sala 101, devo entregar meu passaporte e meu telefone. Meus bolsos e pertences são revistados. A comida que levo é fiscalizada.

O lumpesinato no poder: Bolsonaro, 100 dias

Por Gilberto Maringoni e Artur Araújo, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

O governo de Jair Messias Bolsonaro representa um feito inédito em termos mundiais. Trata-se da primeira vez em que o lumpesinato, de forma organizada, chega ao poder de Estado. Não existe experiência semelhante em países da dimensão do Brasil.

O lumpesinato (ou lumpemproletariado) não é exatamente uma classe. O conceito inicial referia-se a uma fração de classe constituída por trabalhadores muito pobres sem qualquer lugar ou vínculo com a produção ou com o mercado de trabalho formal. Sobrevivem à custa de pequenos expedientes e atividades intermitentes. Por sua própria fragmentação, é uma camada que tende a realizar ações individuais em detrimento de iniciativas coletivas. Raramente atua de forma organizada.

Golpe da Previdência só vai agravar a crise

Por Juliane Furno, no jornal Brasil de Fato:

Você nem precisa ser um assíduo acompanhador dos telejornais para já ter decorado o argumento de Bolsonaro e de toda a sua equipe neoliberal sobre a necessidade de fazer a reforma da previdência.

O argumento, basicamente, é o seguinte: “O gasto previdenciário tem crescido anualmente. Isso faz com que o governo tenha que cobrir o deficit com dinheiro público; como ele não tem esse dinheiro precisa aumentar a sua dívida pública vendendo títulos. Se a dívida pública fica muito alta os agentes vão começar a duvidar da capacidade do governo pagar e exigirão taxas de juros mais altas para seguir comprando títulos. Taxas de juros mais altas inibem o consumo e o investimento; se não tem investimento não tem emprego”.

Bolsonaro e o fim da comunicação pública

Por Theo Rodrigues, no blog Cafezinho:

“A comunicação pública não será a prioridade do presidente Bolsonaro”. Essa foi a avaliação que muitos analistas fizeram logo que se iniciou o atual governo. A manutenção da fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) sob as mãos do neófito Marcos Pontes demonstrava que as políticas públicas de comunicação seriam rebaixadas para a periferia da agenda governamental. Passados os 100 primeiros dias de governo, constata-se que o cenário é bem pior do que imaginavam os analistas.