domingo, 21 de abril de 2019

Sites bolsonaristas e liberdade de expressão

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Os dias não andam fáceis. Defensores da ditadura e do golpe se fazem agora de paladinos da liberdade de expressão. Em alguns casos, são os mesmos que mandam recados para ministros do Supremo: `Não ousem soltar Lula´” (Reinaldo Azevedo, na Folha).

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No Brasil virado de ponta cabeça, um dia nunca é igual ao outro, mas todos são esquizofrênicos.

O que valia num dia já não vale no outro, canalhas viram heróis, grandes defensores dos direitos humanos e da liberdade de expressão, as leis mudam de acordo com os interesses e o humor de quem julga, o que era proibido está liberado e vice-versa.

Entre a censura e a indignação seletiva

Por Luis Felipe Miguel, no Jornal GGN:

Não tenho, evidentemente, nenhuma simpatia pelos pasquins de direita que sofrem a censura imposta pelo STF. Mas se trata de uma grave restrição à liberdade de expressão – que, pelas repetidas declarações de Dias Toffoli nos últimos dias, está longe de ser um valor importante para nossa corte suprema.

A seletividade da indignação dos ministros do Supremo com a levianidade da mídia e o vazamento de informações judiciais é gritante. No processo de derrubada da presidente Dilma Rousseff e de perseguição ao ex-presidente Lula, foram cometidos abusos reais, de enorme gravidade, com a conivência menos ou mais ativa de todos eles. Agora, em episódio bem mais ambíguo, parte-se direto para a intimidação.

Ainda vivemos em uma democracia?

Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:

Depois do que acompanhamos na seara política em 2018, da prisão política de Lula à vitória de Jair Messias Bolsonaro, será possível dizer que vivemos em plena democracia no Brasil?

Esta foi uma das questões discutidas pelos professores André Singer (USP-CENEDIC), Marcos Nobre (Unicamp-Cebrap) e Sebastião Velasco (Unicamp, Cedec, PPG San Tiago Dantas) no debate As eleições de 2018 e o futuro da democracia no Brasil, ocorrido em 12 de abril, na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).

Sim, o lavajatismo quer o poder!

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Insuspeito de simpatias ideológicas pelo petismo, Demétrio Magnoli, na Folha de hoje, faz excelente análise daquilo que cada vez mais pessoas percebem, embora há tempos seja óbvio: que o “Governo Bolsonaro é só uma escala técnica na rota do Partido dos Procuradores”, uma organização "que alastrou suas bases pelo Ministério Público, extravasou para setores da Polícia Federal e da Receita e se disseminou entre militares da reserva e políticos (tanto governistas como de oposição)".

Hoje, o projeto de poder tem seu próprio candidato presidencial, que atende pelo nome de Sergio Moro, e seu veículo oficioso de mídia, que é o site censurado pelo ato ilegal do STF.

sábado, 20 de abril de 2019

Aécio Neves foge dos holofotes e da Justiça

Por Altamiro Borges

Em uma nota minúscula publicada nesta sexta-feira (19), a revista Época tratou do sumiço de Aécio Neves, o grão-tucano que ajudou a atolar o Brasil na instabilidade política após perder as eleições presidenciais de 2014, sendo um dos responsáveis pela cavalgada golpista que derrubou Dilma Rousseff, alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer e permitiu a ascensão fascista no país com a vitória do miliciano Jair Bolsonaro. Segundo revelou o jornalista Guilherme Amado:

“Fugindo de qualquer holofote, Aécio tem recorrido a uma passagem discreta para entrar no plenário da Câmara Federal. Ele atravessa uma copa de cozinha e passa por dentro da TV Câmara para alcançar uma pequena escada em espiral que dá no plenário. Assim, não tem de pisar no lotado Salão Verde, onde ficaria exposto ao público”.

Militarização e retrocessos na Educação

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Os primeiros 100 dias de governo Bolsonaro foram catastróficos para o setor da educação. A pasta vive estado de caos, com troca de ministros que competem em termos de ideias absurdas e intolerantes. Para piorar, governos estaduais estão respondendo à falta de investimento, ao déficit de professores e às obras inacabadas nas escolas com uma solução que vem sendo muito criticada pela sociedade civil organizada, por juristas, sindicatos e parlamentares: a militarização.

Bolsonaro caminha de sandice em sandice

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

A cada passo que dá, Jair Bolsonaro tropeça em uma bobagem qualquer. Ou melhor, em sandices. Algumas delas insuportáveis, como esta, expelida a propósito dos 80 tiros disparados por militares para matar um inocente e ferir outros dois. “Quando eles começaram a atirar, não pararam”, nem mesmo sob os gritos de socorro, disse um parente das vítimas.

Jair Bolsonaro, vagaroso no passo, entrou em cena dias depois. Assim falou o presidente da República: “O Exército não matou ninguém. Houve um incidente, uma morte”. Ele está sempre disposto a contar a história a seu modo, em português elementar e contradições explícitas.

Brasil cai no ranking da economia mundial

Do site Vermelho:

Dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que o Brasil completou, em 2018, o sétimo ano consecutivo de perda de participação na economia global. A fatia do país na produção de bens e serviços do mundo, que era de 4,4% em 1980, chegou, entre altos e baixos, a 3,1% em 2011 e, desde então, caiu sem parar, atingindo 2,5% no ano passado, o nível mais baixo ao longo das quase quatro décadas na série histórica que mostra as trocas realizadas entre Brasil e o resto do mundo.

Caos institucional e derrocada da democracia

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Se há algo característico da quebra do frágil equilíbrio que existia antes do golpe de 2016 contra Dilma, essa é a verdadeira Casa da Mãe Joana institucional em que se transformou o país com os sucessivos e permanentes embates entre evangélicos, olavistas e militares, caminhoneiros, ruralistas, entreguistas a serviço dos EUA, do "mercado" e de banqueiros, astrólogos, terraplanistas, oportunistas, pseudo anticomunistas que acham que Hitler era socialista, milicianos, bolsominions, coxinhas e petistas.

Débitos à Previdência superam R$ 1 trilhão

Por Anelise Manganelli e Daniela Sandi, no site Brasil Debate:

A PEC 06/2019 encaminhada pelo governo Bolsonaro ao Congresso Nacional apresenta justificativa enviesada, uma vez que ignora um conjunto de elementos que determinam a capacidade de manter a Seguridade Social, uma das políticas públicas mais antigas e que já passou por inúmeros ajustes se adequando ao perfil populacional. A proposta é fundamentada em dados contestáveis, e um deles refere-se à questão relativa à dívida das empresas junto à previdência. Essa dívida totaliza 1,055 trilhão de reais.

Direita não vai fazer o serviço da esquerda

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Tudo leva a acreditar que governo Bolsonaro está com os dias contados. Afinal, a equipe de governo bate cabeça o tempo todo, desagrada os próprios aliados e não consegue articular nenhuma votação no Congresso com o mínimo de competência. Vem colecionando desgastes até mesmo com parceiros de primeira hora, como empresários, religiosos e imprensa, além de começar a desagradar a classe média com os seguidos vexames na franja, digamos, mais ilustrada da direita.

O que significa Lula voltar a dar entrevistas

Por Renato Rovai, em seu blog:

Lula está há um ano silenciado em Curitiba. Tem escrito apenas cartas e bilhetes, que o PT não conseguiu transformar em um modelo de comunicação mais massivo e de caráter político.

Mas seria possível ter feito isso? Sim, evidente que sim. As cartas do subcomandante Marcos, por exemplo, espalhavam-se mundo afora. Suas análises sobre o neoliberalismo e a realidade dos povos tocavam fundo. Eram um misto equilibrado de emoção e razão. Eram manifestos.

Lula poderia ter seguido este caminho produzindo comunicados articulados ao povo brasileiro. Nos quais apontasse caminhos às organizações populares para enfrentar o sequestro da democracia brasileira cujo elemento mais cruel é a sua injusta prisão.

O troca-troca de generais na pasta do Esporte

Por Altamiro Borges

Há algo de muito misterioso, típico das casernas militares, ocorrendo na chamada Secretaria Especial de Esporte do Ministério da Cidadania. Para a frustração ainda não confessada de muitos "atletas de elite" que fizeram campanha para Jair Bolsonaro, o governo atual tem adotado inúmeras medidas de enfraquecimento da área. O "capetão" extinguiu o Ministério do Esporte, cortou vários programas de apoio aos esportistas e reduziu drasticamente a verba do setor. Para complicar ainda mais a situação, ele transformou a pasta em um quartel, controlado por generais que batem cabeça e não têm qualquer transparência em suas iniciativas. Nesta semana, mais uma alteração sinistra ocorreu na secretaria.

Bolsonaro acelera privatização dos Correios

Por Altamiro Borges

Para agradar o "deus-mercado", que ajudou a aplainar o terreno para sua chegada à presidência e que ainda lhe dá sustentação no poder, o "capetão" Jair Bolsonaro decidiu acelerar a entrega da fatura. Com a acelerada queda de popularidade, que inclusive abortou a "lua de mel" dos 100 primeiros dias, o valentão teme ser esfaqueado e traído pelos seus volúveis apoiadores.

Como está difícil aprovar a contrarreforma da Previdência, que novamente teve sua votação adiada na Comissão de Constituição e Justiça, o presidente decidiu entregar de vez as estatais – para o desespero dos otários dessas empresas que acreditaram na "redenção" com o "mito". Nos últimos dias, a mídia privatista especulou alegremente que a Petrobras já estaria na linha do tiro. 

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Golpe na Previdência afetará municípios

Por Ronnie Aldrin Silva, no site da Fundação Perseu Abramo:

Em quase metade dos municípios do Ceará (44%) e da Bahia (43,8%) os benefícios que a população recebe da Previdência são superiores à receita total dos municípios. Em consequência, caso a Reforma da Previdência atual seja aprovada, é praticamente inevitável um forte abalo na economia destes dois estados.

O mapa a seguir também permite perceber que além de Bahia e Ceará, os estados de Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul possuem mais de um terço de seus municípios na mesma situação.

Assange e a ameaça à liberdade de expressão

Por Glenn Greenwald e Micah Lee, no site The Intercept-Brasil:

O conteúdo da acusação contra Julian Assange, revelado nessa semana pelo Departamento de Justiça de Trump, representa grande ameaça à liberdade de imprensa, não apenas nos EUA, mas em todo o mundo. O documento de denúncia, acompanhado do pedido de extradição pelo governo dos EUA, que foi usado pela polícia do Reino Unido para prender Assange tão logo o Equador suspendeu oficialmente o asilo diplomático, pretende criminalizar diversas atividades que fazem parte da essência do jornalismo investigativo.

Lula ficou um pouco livre

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A autorização para Lula dar entrevistas a Monica Bergamo e Florestan Fernandes Junior, bloqueada por uma decisão do Supremo desde outubro de 2018, tem uma importância que não pode ser desprezada.

Reafirma a liberdade de expressão como um direito absoluto dos brasileiros, assegurado pelo inciso IX do artigo 5o. da Constituição: "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença".

No prazo de 72 horas, o país assistiu a uma mudança importante nesse terreno.

O massacre de Eldorado do Carajás

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

Preso por policiais militares que, tal jagunços, escondiam a própria identidade, Oziel Alves Pereira foi espancado, arrastado pelos cabelos, algemado com as mãos para trás e então assassinado com quatro tiros, três na cabeça e um no peito. Aos 17 anos, o garoto foi o mais jovem dos 19 mortos em ataque na Curva do S, no Pará, naquilo que a história registra como o Massacre de Eldorado de Carajás.

Ocorrido em 17 de abril de 1996, o crime foi transformado em motivo de resistência e luta para o movimento popular - em especial o movimento camponês - no mundo inteiro, que hoje celebra o Dia de Luta pela Reforma Agrária.

O avanço autoritário no Brasil

Bandido bom é bandido crucificado

Por José Barbosa Junior, no site Jornalistas Livres:

Relembrar esta data traz consigo significados para além da espiritualidade, transpondo a barreira religiosa do fato. Jesus foi morto por desafiar um sistema perverso, que aliou um Império cruel e genocida a uma religião vendida e ameaçada pela mensagem de libertação do profeta galileu.

Reforçando a ideia defendida por Marx, de que a história acontece “primeiro como tragédia, depois como farsa”, não tenho dúvidas em denunciar que vivemos uma farsa terrível, fantasiada de moralismo e que insiste em fazer alusão à fé cristã.

Nada mais mentiroso! Nada mais falso! Nada mais perverso.