sábado, 7 de fevereiro de 2015

Gasto com juros garfa R$ 251,1 bilhões

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Por Altamiro Borges

Nos dois primeiros anos do seu primeiro mandato, a presidenta Dilma Rousseff decidiu enfrentar a poderosa ditadura do capital financeiro e tomou várias medidas contra os especuladores. Fortaleceu os bancos públicos, incentivou o crédito popular e, principalmente, reduziu a taxa básica de juros – a Selic. Em 2012, ela atingiu seu nível mais baixo no período recente – de 7,25% ao ano. Na sequência, sob o violento cerco da oligarquia rentista e da sua mídia, o governo cedeu e a taxa de juros voltou a disparar e hoje está em 12,25%. Atualmente, ela figura outra vez entre os mais altas do mundo. 

Os efeitos deste recuo são destrutivos – redução do crédito, retração da produção e do consumo e queda no ritmo de geração de emprego e renda. Para piorar, o aumento dos juros ainda saqueia os cofres públicos, ao elevar os recursos destinados ao pagamento das dívidas do Estado. Segundo dados oficiais divulgados no final de janeiro,  o governo federal entregou R$ 251,1 bilhões no ano passado aos credores da União, numa expansão de 35,1% em relação aos R$ 185,8 bilhões do ano anterior. O absurdo montante seria suficiente para financiar por quase uma década o programa Bolsa Família, a principal marca das políticas públicas de combate à miséria dos governos Lula e Dilma.

O aumento dos gastos com juros superou os investimentos em infraestrutura e em outros programas mais tradicionais de transferência de renda, como os da previdência, assistência social e amparo ao trabalhador. Além de elevar os juros, a nova equipe econômica da presidenta reeleita pretende agora promover os famosos "ajustes" para reforçar o superávit primário – nome fictício da reserva de caixa dos banqueiros. Esta medida tende a reduzir ainda mais os investimentos nas infraestrutura e a afetar os programas sociais do governo. Ou seja: a ditadura do capital financeiro, que foi derrotada nas eleições de outubro – nunca escondeu a sua torcida pela ex-verde Marina Silva e, na sequência, pelo cambaleante tucano Aécio Neves –, vai impondo a sua agenda política ao novo governo. 

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