Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula |
Estive em Belo Horizonte nesta última sexta feira (6/2) e participei na mesa do ato público organizado pelo PT no dia de seu aniversário de 35 anos de fundação. Fui saudado fraternalmente pelo presidente Rui Falcão do PT, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e especialmente pela Presidenta Dilma Rousseff - e deixo aqui minha saudação ao aniversário do PT:
Temos a destacar que nesta comemoração dos 35 anos do PT, um partido de esquerda no Brasil - relativamente jovem - tenha alcançado imensas conquistas, já conseguindo em síntese, neste ano, a marca de 13 anos à frente do governo nacional, realizando grandes mudanças civilizacionais em nosso país. É um feito imenso!
Um partido que foi capaz dessa grande conquista está à altura sim, de enfrentar um período mais difícil e mais desafiador, resultante da permanência e da afirmação da linha mudancista à altura dos 13 anos de governo.
É uma tarefa gigantesca um Partido de esquerda chegar ao centro do poder político nacional. Sobretudo, se considera as particularidades da formação histórica e do curso político, econômico, social e cultural do Brasil. Mas, é insofismável, que é ainda mais difícil avançar sempre nas mudanças transformadoras, afirmar e consolidar um governo democrático de base popular.
Desse modo, a dimensão do desafio atual é expressão dessa etapa de 13 anos de governo, da exigência essencial da sua afirmação e da sua edificação. Penso que essa é a questão d’agora.
Em suma, onde estamos, qual o rumo a seguir?
Há uma situação real e um curso político de grandes desafios! Que compreende no plano externo uma crise sistêmica do capitalismo global, já caracterizada como Grande Estagnação – que resgatou a oligarquia financeira, sacrificando pesadamente a maioria da população e as economias nacionais.
No plano interno somos atingidos em grande medida por isso (situação externa), potencializada por uma situação objetiva nesses últimos dois anos de seca, sobretudo na importante região sudeste do país, provocando escassez de água, aumento do preço dos alimentos e das tarifas de energia elétrica.
Tudo isso, condiciona em grande medida em nosso país, um quadro nacional de dificuldades econômicas, principalmente premidas pelo baixo crescimento. Essa dura situação econômica e climática se acresce e se relaciona com um curso político de agudos embates, desde a eleição presidencial de 2014 e seu acirrado desdobramento pós-eleitoral, provocando um clima de instabilidade, perigo e incerteza.
A oposição conservadora chegou ao extremo de não aceitar a derrota, tentou impedir a posse da presidenta e contesta ostensivamente a continuidade do governo empossado, assumindo uma orientação e prática antidemocrática e golpista.
No leito dessa intensa luta política, ganha intensa projeção a denominada Operação Lava Jato. Esta Operação policial vai se tornando mais uma peça política com viés de oposição aos governos instalados desde 2003, e o PT, instrumentalizada nesse sentido pela mídia hegemônica.
E, no plano político-econômico verdadeira operação que visa destruir a Petrobras, para “salvá-la”, e liquidar a engenharia nacional. A Presidenta já se colocou a favor de apurar e condenar os corruptores e corruptos, mas, preservando a Petrobras e as empresas nacionais.
O PCdoB tem se manifestado nesse momento e fase especial da nossa história política e compreende que em tal conjuntura singular a premissa é defender o mandato da presidenta da República! A instabilidade política somente serve aos intentos dos pescadores de águas turvas, que chegam à desfaçatez de conjurar o golpismo por meio de peça judicial, como no regime ditatorial dos Atos institucionais, ou a convocação de manifestações extremadas.
E temos a compreensão que é preciso contribuir para três tarefas candentes e impositivas na atual conjuntura, numa relação de confiança mutua com a presidenta: reinício da reestruturação da base parlamentar do governo no Congresso Nacional; união pela retomada do crescimento econômico o mais rápido, “garantindo assim, a continuidade da geração de emprego e renda”, assegurando os direitos sociais; diálogo sistêmico e continuado com a base social que elegeu a presidenta e com as organizações representativas da sociedade.
Consideramos Luis Inácio Lula da Silva como um grande líder do nosso povo - e temos nele o fiador da continuação do novo ciclo aberto em 2003! Ciclo este que é a esperança da perspectiva de um Brasil democrático, soberano e desenvolvido, de justiça social, solidário com nossos vizinhos e os povos do mundo.
A Rui Falcão, o presidente do PT, desejamos que o PT consiga retirar as lições desse denso, exigente e desafiante período de sua maturidade, agora aos 35 anos de existência! Para se renovar, aprimorar sua natureza democrática e popular, para estar ainda mais à altura das agudas exigências dessa etapa de mais mudanças e reformas estruturais. Assim, desejamos pleno êxito no seu 5º Congresso Nacional que deverá se realizar em Salvador, na Bahia.
O PCdoB tem afirmado: não tem ilusões de que a concentração do ataque no Partido dos Trabalhadores, praticado imperativamente pelas forças conservadoras, oligárquicas e neoliberais, e seus sequazes, tem como objetivo nodal desmoralizar, desqualificar a esquerda nos seus propósitos civilizacionais. Isso tudo com o objetivo de preservar os seus privilégios classistas dominantes, e fazer vicejar o preconceito e a intolerância, medrar o obscurantismo.
Afirmamos, com a imensa responsabilidade da hora presente, que é primordial o fortalecimento da unidade do PT.
Vamos resistir juntos e retomar a iniciativa!
O PT pode contar com o PCdoB no trabalho comum pela conjunção de maiores forças políticas e sociais, com base em um programa mínimo, que compreende: pela concretização das reformas estruturais democráticas, pela retomada do crescimento com progresso social, por uma nova ordem mundial de paz e solidariedade entre os povos!
Viva a unidade democrática e popular! Longa vida ao Partido dos Trabalhadores!
* Renato Rabelo é presidente nacional do Partido Comunista do Brasil.
1 comentários:
Parabéns aos dois:PT e PCdoB.
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