Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
A risadinha é a mesma, mas o resto não. E isto me leva, de cara, a perguntar: teria sido Ali Kamel o autor das perguntas que Roberto Dávila fez a Lula na entrevista desta quarta na Globo News?
Foi Mariana Godoy, ex-Globo, quem disse que todas as entrevistas de apresentadores eram feitas, nos bastidores, por Kamel, o que a rigor não o levará ao panteão dos grandes formuladores de perguntas da imprensa brasileira.
Mas veja a diferença.
Começos de entrevistas são uma espécie de aquecimento para as questões mais duras e mais complexas.
Na entrevista que fez há poucas semanas com FHC, Dávila começou com o livro recém-lançado por ele. Fez propaganda ao vivo, segurando-o, e não se constrangeu em dizer que era bom mesmo sem ter lido. “Andei lendo”, disse Dávila, o que em português claro quer dizer: folheei aqui e ali.
Depois, Dávila fez “provocações” – a palavra é dele – a FHC. Uma delas: tendo feito tudo que alguém poderia fazer na vida e na política, ele não se dignaria a sentar com Lula para discutirem saídas para a crise?
Este é o Dávila versão FHC e todo o resto.
O Dávila versão Lula é outro, fora, repito, a risadinha.
O aquecimento foi o panelaço que Dávila disse que alguém lhe disse que iria promover durante a entrevista que acabara de se iniciar.
Para FHC e a humanidade em geral, Dávila oferece afagos no princípio da conversa (durante e depois também). Para Lula, a agressividade sorridente começa já na primeira frase.
Isto posto, pergunto: o que leva Lula a aceitar dar uma entrevista para a Globo News, mesmo se tratando do popular Risadinha?
A resposta é dada pelo próprio Lula no decorrer da conversa. Lula tem um nível de confiança em sua capacidade de debater que o leva a crer que mesmo em situações hostis ele vai acabar se saindo bem.
Foi, aliás, o que aconteceu.
Roberto Dávila não foi páreo para ele. Não houve questionamento para o qual Lula não tivesse resposta imediata e firme.
É verdade que a qualidade dos ataques de Dávila foi baixa. Ele perguntou a Lula quantas vezes ele se arrependera de ter indicado Dilminha.
Até eu me sairia bem desta. Lula jamais poderia rejeitar publicamente – e até privadamente — Dilma até porque ela foi uma escolha pessoal dele. Críticas a ela são, indiretamente, críticas a ele.
Isso não impede que a imprensa viva inventando grandes crises de relacionamento entre os dois, invariavelmente desmentidas pelos fatos e pelas fotos que revelam a amizade, o carinho e o respeito de um pelo outro.
Lula é um pesadelo para a plutocracia porque, como mais uma vez ficou claro na entrevista de outro, ele é um debatedor sem igual na cena política nacional, goste-se ou não dele.
Caso ele realmente se candidate em 2018, quem conseguirá enfrentá-lo diante das câmaras? Aécio, Serra, Alckmin? Bonner?
É isto que realmente assusta os conservadores. Ao comentar na própria Globo News a entrevista, Merval fingiu um ar de superioridade ao falar de Lula. “Ele vive no planeta dele”, disse.
O problema é que o Planeta Lula tem muito mais votos que o planeta do qual Merval é um dos porta-vozes, o Planeta dos Plutocratas.
Quanto ao panelaço de que falou Dávila, bem, parece que as panelas tiveram uma noite de absoluto repouso na noite de ontem nas cidades brasileiras.
Foi Mariana Godoy, ex-Globo, quem disse que todas as entrevistas de apresentadores eram feitas, nos bastidores, por Kamel, o que a rigor não o levará ao panteão dos grandes formuladores de perguntas da imprensa brasileira.
Mas veja a diferença.
Começos de entrevistas são uma espécie de aquecimento para as questões mais duras e mais complexas.
Na entrevista que fez há poucas semanas com FHC, Dávila começou com o livro recém-lançado por ele. Fez propaganda ao vivo, segurando-o, e não se constrangeu em dizer que era bom mesmo sem ter lido. “Andei lendo”, disse Dávila, o que em português claro quer dizer: folheei aqui e ali.
Depois, Dávila fez “provocações” – a palavra é dele – a FHC. Uma delas: tendo feito tudo que alguém poderia fazer na vida e na política, ele não se dignaria a sentar com Lula para discutirem saídas para a crise?
Este é o Dávila versão FHC e todo o resto.
O Dávila versão Lula é outro, fora, repito, a risadinha.
O aquecimento foi o panelaço que Dávila disse que alguém lhe disse que iria promover durante a entrevista que acabara de se iniciar.
Para FHC e a humanidade em geral, Dávila oferece afagos no princípio da conversa (durante e depois também). Para Lula, a agressividade sorridente começa já na primeira frase.
Isto posto, pergunto: o que leva Lula a aceitar dar uma entrevista para a Globo News, mesmo se tratando do popular Risadinha?
A resposta é dada pelo próprio Lula no decorrer da conversa. Lula tem um nível de confiança em sua capacidade de debater que o leva a crer que mesmo em situações hostis ele vai acabar se saindo bem.
Foi, aliás, o que aconteceu.
Roberto Dávila não foi páreo para ele. Não houve questionamento para o qual Lula não tivesse resposta imediata e firme.
É verdade que a qualidade dos ataques de Dávila foi baixa. Ele perguntou a Lula quantas vezes ele se arrependera de ter indicado Dilminha.
Até eu me sairia bem desta. Lula jamais poderia rejeitar publicamente – e até privadamente — Dilma até porque ela foi uma escolha pessoal dele. Críticas a ela são, indiretamente, críticas a ele.
Isso não impede que a imprensa viva inventando grandes crises de relacionamento entre os dois, invariavelmente desmentidas pelos fatos e pelas fotos que revelam a amizade, o carinho e o respeito de um pelo outro.
Lula é um pesadelo para a plutocracia porque, como mais uma vez ficou claro na entrevista de outro, ele é um debatedor sem igual na cena política nacional, goste-se ou não dele.
Caso ele realmente se candidate em 2018, quem conseguirá enfrentá-lo diante das câmaras? Aécio, Serra, Alckmin? Bonner?
É isto que realmente assusta os conservadores. Ao comentar na própria Globo News a entrevista, Merval fingiu um ar de superioridade ao falar de Lula. “Ele vive no planeta dele”, disse.
O problema é que o Planeta Lula tem muito mais votos que o planeta do qual Merval é um dos porta-vozes, o Planeta dos Plutocratas.
Quanto ao panelaço de que falou Dávila, bem, parece que as panelas tiveram uma noite de absoluto repouso na noite de ontem nas cidades brasileiras.
1 comentários:
Como era de se esperar, Lula deu um banho no jornalista risadinha, tal a contundência de suas respostas e colocações. Como um homem que não teve o privilégio de se formar nas melhores universidades pode ter a capacidade de responder com tal precisão, chega-se a conclusão que a inteligência e nata e não adquirida. Lula e um homem acima de seu tempo.
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