Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Uma das queixas mais frequentes entre os simpatizantes de Dilma é esta: onde foram parar as panelas?
A cada denúncia de corrupção, a questão reaparece nas redes sociais: e aquele pessoal que batia panela o tempo todo?
Pois bem.
Houve nas redes sociais registros de panelas no pronunciamento de Temer no Natal.
Mas nada comparável aos panelaços de antigamente.
Que houve com elas, as panelas? O fato é que elas já não são as mesmas.
Os panelaços eram não exatamente contra a corrupção. Eram contra o PT e Dilma. Por isso sumiram.
Qualquer coisa servia de pretexto para ir para a janela do apartamento com uma panela. Os tolos estavam sendo manipulados, mas pensavam estar fazendo história.
Era uma atitude que para sempre estará vinculada a uma classe média reacionária e visceralmente analfabeta política.
É um tipo de gente que aceita corrupção nos outros, e até em si própria. Mas no PT qualquer boato, qualquer suspeita de corrupção é um horror de proporções ciclópicas.
Outra diferença vital entre as panelas está na mídia.
A imprensa decide a repercussão que vai dar a qualquer manifestação. O jornalismo de guerra dá volume máximo para protestos contra o PT, e mínimo ou nenhum para os outros.
Ainda que houvesse uma adesão maciça às panelas na fala televisiva de Temer, isto não teria sido notícia.
Há panelas e há panelas. Aquelas que vinham envoltas em xingamentos contra Dilma e o PT só sairão das cozinhas quando - e se - o PT voltar ao poder.
Até lá, pode esquecer.
2 comentários:
Acho o seguinte: quem tem um pouco de noção não encara bater uma panela. O ato ficou vergonhoso demais, associado ao total analfabetismo político.
Minha camiseta da CBF, que comprei para torcer na Copa, joguei fora. Pra mim ficou marcada pra sempre como um icone coxinha. Na minha casa não.
Sem a saída do PT nada do que vcs estão vendo seria possível, já pensaram nisso ou precisa desenhar.
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