Foto: Juliano Vieira/Brasil de Fato |
“O segredo das redes sociais” foi tema de debate no segundo dia do curso A comunicação para enfrentar os retrocessos, promovido pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, entre 26 e 29 de março. A mesa de debates contou com a presença de Laura Capriglione, uma das idealizadores dos Jornalistas Livres, além do publicitário e consultor de marketing digital Thallis Cantizani.
Ministrada para um público com mais de 100 dirigentes sindicais, comunicadores e midiativistas de 15 estados do país, a palestra discutiu experiências locais de ativismo midiático e a criação de uma base de mídia forte, contra-hegemônica, que invista na disputa de ideias não só digitalmente, mas também nas ruas
Sobretudo em um período político instável, pós-golpe e com uma série de agendas retrógradas sendo colocadas em vigência, Laura Capriglione destacou a importância de narrativas alternativas e não burocráticas.
“Antes de mais nada o golpe foi um golpe midiático e a mídia independente faz contra-narrativa”, afirma Capriglione, lembrando do caráter tendencioso da grande mídia. Capriglione lembra do apoio da grande mídia aos atos que catalisaram o impeachment de Dilma Rousseff, turbinados pela cobertura empolgada e insuflada pelo monopólio midiático.
Thallis Cantizani, que também atua com marketing parlamentar, endossa a narrativa de Capriglione e ressalta dados importantes sobre o uso das redes sociais no mundo, mostrando o quanto elas são poderosas nesta disputa de ideias. “As redes sociais servem para municiar a militância de argumentos sólidos e para mobilizar à ação”, afirma.
No mundo, cerca de 2,46 bilhões de pessoas usam as redes sociais, que como Cantizani identifica não se reduzem ao Facebook. “O Facebook é apenas mais uma ferramenta num universo maior de possibilidades”, destaca.
Ele expôs vídeos e campanhas de internet bem sucedidas que conquistam a opinião pública e que trabalham com o tripé das redes sociais: o conteúdo dinâmico, a oportunidade, o momento para emplacar o que se quer e a questão do patrocínio.
As falas finais convergiram para uma ação mais direta nas redes sociais, mas que emplaquem suas pautas nas ruas, com o povo e a militância.
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