sábado, 14 de abril de 2018

‘O Mecanismo’ e sua leitura da corrupção

Por Henrique Braga e Caroline Tresoldi, no site Brasil Debate:

Lançada em março com oito episódios em sua primeira temporada, O Mecanismo, série da Netflix assinada por José Padilha, tem causado um razoável debate em torno de sua forma e de seu conteúdo. Por um lado, alguns sugerem que os assinantes boicotem a provedora do seriado, uma vez que a série não é fidedigna aos “fatos” que são narrados, colocando a culpa dos males do país em um partido e, mais especificamente, em um político. Outros afirmam, por outro lado, que estórias são produtos da ficção, de modo que a dramatização estar “baseada em fatos reais” não implica segui-los à risca, pois os produtores têm “liberdade” para criar.

Desafios da esquerda após a prisão de Lula

Por Renato Rabelo, no site da Fundação Maurício Grabois:

Lula está preso. O eco de Lula Livre, Lula liberdade se dissemina em todos os Estados da Federação, ultrapassando fronteiras nacionais e repercutindo em muitos países de vários continentes. Agora, a sua ausência repõe com imensa força a sua presença, o seu legado, as suas ideias e projeta mais o simbolismo da sua existência fecunda.

A força da narrativa de que Lula foi arrebatado do âmago e dos braços do povo ganha maior dimensão. A “Liberdade para Lula” é o lema que deve mover o espírito democrático e o anseio de liberdade política em ondas mais largas reforçando a luta pela democracia. Volta à tona o que relembra de forma luminosa o jornalista Wilson Gomes: “O cárcere nunca significou fim, perda ou morte da esquerda. Ao contrário, representou batismo de sangue e fogo, coerência e autenticidade”. Ou a imagem revelada pela história afirmada por Lula antes de sua prisão: “Eu não sou mais um ser humano, eu sou uma ideia. E uma ideia não vai para prisão”.

Para 73%, elite quer tirar Lula das eleições

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Quem ainda tem dúvidas sobre a perda de credibilidade da Lava Jato e a crescimento da visão de que ela realiza um trabalho seletivo contra Lula precisa prestar atenção aos números recentes de um levantamento do Instituto Ipsos. Pelos ângulos relativo ou absoluto, os números falam por si.

Para 55% dos entrevistados "a Lava Jato faz perseguição política contra Lula". Para 73%, "os poderosos querem tirar Lula da eleição". Enquanto 41% acham que a Lava Jato "está investigando todos os políticos", 52% dizem o contrário.

Joaquim Barbosa e o 'novo' na praça

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Com Lula preso e fora do páreo, o tucano Geraldo Alckmin e outros candidatos de direita empacados e Ciro Gomes tamponado, como ele diz, pelo drama do PT, Jair Bolsonaro nada de braçadas. A candidatura do ex-presidente do STF Joaquim Barbosa pelo PSB pode finalmente tornar-se a variável tão buscada pelos caçadores do “novo”. “Ele só não será candidato se não quiser, porque 98% dos problemas internos já foram superados”, garante o deputado Júlio Delgado, líder do PSB, ao qual Barbosa se filiou no dia 7. Compreendendo isso, ontem o ex-deputado Aldo Rebelo anunciou sua desfiliação do partido, onde passou sete meses tentando se viabilizar como alternativa. Os mais entusiasmados com a candidatura de Barbosa sonham ainda com uma aliança que faria de Marina Silva sua vice.

Síria: Mas míssil não mata igual?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

John Reed, em seu fantástico “Mexico Rebelde” conta que Pancho Villa, durante a Revolução Mexicana, no início do século 20, foi informado por um oficial norte-americano de que convenções internacionais proibiam o uso de balas de ponta oca (as dum-dum, criadas pelos ingleses para conter rebeliões na Índia) . Villa, espantado, perguntou: mas qual é a diferença, se as outras matam do mesmo jeito?

O “ataque humanitário” dos EUA a Síria, conquanto tenha casusado menos danos do que seria de esperar, dada a presença de baterias antimísseis russas ao redor de damasco e outras cidades, lembra essa perplexidade de Villa.

"Só eleições livres pacificam o Brasil"

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

“Vivemos uma situação muito difícil. Mas o povo brasileiro, o Brasil é maior do que isso”, diz o jornalista Franklin Martins, ministro da Comunicação no governo Lula, em entrevista ao Tutaméia.

Ao longo de pouco mais de uma hora de conversa, Franklin analisou as motivações do golpe que derrubou a presidenta Dilma e a perseguição sem tréguas a Lula. Denunciou o oligopólio da mídia no país, demonstrou a falência da política golpista e apontou caminhos para a reconstrução nacional.

“Existe um sentimento crescente de que nada funciona e que não há saída. Isso é um equívoco”, disse ele. E continuou: “Nada funciona no país, a primeira parte está correta. Mas que não tem saída, não, está errado. A saída está na realização de eleições livres para que o povo, através do voto e do debate público, defina o rumo para o país”.

Trump, o homem-bomba, cria a guerra

Por Haroldo Lima

O espírito belicoso acompanha a história americana desde que os Estados Unidos surgiram no século XVIII. Nenhum país usou tão intensamente a força militar em todos os cantos do mundo. A razão mais alegada sempre foi a defesa da democracia. Na verdade, razões geopolíticas eram determinantes. Tratava-se de aumentar a influência imperialista americana e atender sua indústria armamentista, sedenta por usar armas, produzir armas, vender armas.

Estudos dão conta de que somente depois da II Guerra Mundial os americanos fizeram ou participaram de 201 guerras, uma média de três guerras por ano durante 70 anos ininterruptos. Átila, Rei dos Hunos, o Flagelo de Deus, ficaria envergonhado com suas duas décadas de guerras.


Quando o comando de guerra vem pelo Twitter

Por Ana Prestes

Um governo americano eleito em grande medida via fraudes sobre dados de usuários de redes sociais (caso Cambridge Analytica) usa as mesmas redes para colocar o mundo em grande risco. Alia-se a outro governo, do Reino Unido, que transita na instabilidade de um Brexit referendado por um processo igualmente desmoralizado pelo escândalo de vazamento de dados. O outro aliado dos ataques bélicos é a França comandada por um outsider que veio mais do mundo empresarial do que do político/diplomático. O aliado informal é Israel.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Defender a Síria é defender a humanidade!

Do blog Resistência:

O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) repudia o criminoso ataque dos EUA, França e Reino Unido contra a República Árabe da Síria, perpetrado na noite (horário brasileiro) desta sexta-feira (13).

Tal agressão viola flagrantemente a legalidade internacional, pois três poderosas nações atacam um outro país soberano, sem declaração de guerra e autorização do Conselho de Segurança da ONU, sob o falso pretexto, já usado na agressão contra o Iraque, do uso de armas químicas.

Sindicato dos Jornalistas de SP sob ataque

Do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo:

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) vê-se sob intenso ataque público, desde a última segunda-feira (9/4), realizado por importantes empresas de comunicação – como o jornal O Estado de S. Paulo, a rádio Jovem Pan, a TV Bandeirantes e o site de Veja – e alguns de seus porta-vozes. Seu grande objetivo é afastar os jornalistas do Sindicato, para, dessa forma, enfraquecer a ação coletiva da categoria em defesa de seus salários e condições de trabalho, seriamente ameaçados pelas empresas, que se apoiam para isso na reforma trabalhista de Temer.

Por que Aécio Neves foi parar no hospital

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Aécio Neves sucumbiu à pressão e deu entrada no hospital Santa Lúcia, em Brasília, na manhã desta quinta, dia 12.

Em nota, o nosocômio (adoro esse termo) informou somente que o senador fez exames de rotina e foi para casa por volta das 15h. Não se tem ideia de que medicação tomou para se acalmar.

Aécio é um homem que sente a água batendo na bunda. A coragem nunca foi, como se sabe, uma marca do tucano.

O mundo à beira de um ataque de nervos

Por Flávio Aguiar, na Rede Brasil Atual:

Decididamente vivemos momentos agônicos e carregados de adrenalina.

Assistimos a um aperitivo verbal do que pode ser a promessa do Apocalipse.

Os Estados Unidos acusaram o regime de Bashar al Assad de atacar civis com armas químicas na região de Douma, aglomerado (não dá mais para dizer “cidade”, tamanha a destruição) perto de Goutha, outro aglomerado em disputa entre as forças de Damasco e os rebeldes apoiados pelo Ocidente.

Era Temer: mais 1,5 milhão de miseráveis

Do site Vermelho:

Em 12 meses, o Brasil ganhou 1,5 milhão de miseráveis. Sob o governo de Michel Temer - que alardeia ter encerrado a recessão e reduzido a inflação -, entre 2016 e 2017, a pobreza extrema aumentou 11,2%. Se antes eram 13,34 milhões de brasileiros que viviam nessa situação, no ano passado, esse número aumentou para 14,83 milhões, o que significa mais de duas vezes a população total da Bulgária.

Há um vazio de poder no Brasil

'Justiça' já tirou Alckmin da Lava-Jato

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Título do post anterior publicado no Balaio na manhã desta quarta-feira:

“Alckmin, Aécio e Paulo Preto: Lava Jato agora tem pressa para pegar tucanos”.

Ainda bem que fiz uma ressalva logo no início do texto dizendo que não acreditava nisso.

Pois agora, no início da noite, apenas algumas horas depois de publicar minha coluna, leio a manchete do UOL:

“STJ tira Alckmin da rota da Lava Jato em São Paulo”.

Os comitês de luta pela democracia

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Os dados secos do tabuleiro político não desmentem quem enxergar no Brasil atual o ocaso de uma nação.

Assaltada por assustadora fragmentação de interesses, seu sistema democrático carece de instrumentos, lideranças, projeto e credibilidade para repactuar a sociedade e o desenvolvimento.

Pior que isso.

A peça mais representativa dos interesses populares, indispensável a um mutirão reordenador, foi tirada do jogo em mais um degrau do golpe parlamentar de 2016.

Xadrez do passaralho dos tucanos

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – a lógica do golpe

A lógica do golpe é simples e objetiva.

Há dois focos centrais.

O primeiro, o aprofundamento do desmonte do Estado brasileiro, com as reformas liberais, privatização, destruição do precário Estado de bem-estar construído na última década.

O segundo, a garantia de um presidente de direita nas próximas eleições - ou, na ausência de um candidato competitivo, até mesmo o adiamento das eleições.

Esses são os fios condutores para entender toda a lógica da turma do impeachment.

Por que tenta-se vender a Eletrobrás a galope

Por José Álvaro de Lima Cardoso, no site Outras Palavras:

“O Novo Grande Jogo do século XXI continua a ser, sempre e ainda, sobre energia”. (Pepe Escobar, em Império do Caos).

A privatização do setor elétrico no Brasil, encaminhada de forma apressada pelo governo golpista, será útil para ajudar a resolver os problemas das multinacionais do setor e dos grupos que vão ganhar dinheiro com a privataria, que caracteriza sempre os processos de privatização em todo o mundo. Pretendem privatizar o sistema elétrico brasileiro porque ele é filé mignon e proporcionará muitos lucros aos grupos econômicos que o arrematarem a preço de banana.

Geraldo Alckmin, "santo" para a Justiça?

Do blog: A justiceira de esquerda
Da revista CartaCapital:

Geraldo Alckmin deixou o cargo de governador em São Paulo para disputar as eleições presidenciais pelo PSDB. Ao abrir mão de seu mandato, ele tornou-se potencial alvo da Lava em São Paulo, pois perdeu o foro privilegiado. O Superior Tribunal de Justiça tirou, porém, o tucano do alvo dos investigadores da operação no estado.

A investigação contra Alckmin teve início em novembro de 2017. Ele foi apontado por delatores da Odebrecht como beneficiário de 10 milhões de reais em caixa dois nas campanhas ao governo paulista em 2010 e 2014. O nome do tucano chegou a ser associado ao apelido "santo" presente em uma planilha da empreiteira como destinatário de recursos ilegais.

E pra não dizer que não falei de Lula!

Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:

Cada dia na cadeia era mais um dia que eu queria lutar por meus direitos. Devo esclarecer, de logo, que esta frase não fora pronunciada por Frei Caneca, Gandhi, Graciliano, Gramsci, Malatesta, Mandela, Prestes, Tiradentes ou qualquer outro prisioneiro liberto das grades para correr livre no mundo da história. Mas, confesso, que ela ficou gravada e cravada em minha memória e a escuto como mantra reativo, constantemente, quando me deparo com argumentos punitivistas e moralistas que apontam a prisão como solução para todos os males do mundo. A prisão do outro, é claro!