Por Manuel Domingos Neto
O general Pazuello não ocupou o Ministério da Saúde por indicação de uma corrente política. Não foi nomeado por afinidades com a pasta. Sequer foi escolha do Presidente, que, aliás deve o cargo ao amparo assegurado pelas corporações militares, em particular ao comandante do Exército, conforme reconheceu publicamente.
Pazuello e seus coronéis-acompanhantes foram cumprir missão atribuída por hierarquia superior. Talvez o único momento em que o ex-ministro falou com justeza foi quando explicou a razão de sua demissão: “missão cumprida”.
sexta-feira, 21 de maio de 2021
A estratégia do partido dos generais na CPI
Por Jeferson Miola, em seu blog:
“O SR. RENAN CALHEIROS – Quem indicou o seu nome, Ministro, para o Presidente Bolsonaro?
O SR. EDUARDO PAZUELLO – Eu acredito que as indicações vieram dos oficiais generais ... Eu não sei qual deles, mas acredito que veio do grupo de oficiais que trabalhavam com o Presidente”.
Sessão da CPI da Pandemia no Senado, 19/5/2021.
A CPI da Pandemia está acertando nos alvos secundário e terciário, que são o presidente Jair Bolsonaro e o general Eduardo Pazuello. Mas, até aqui, na sua 3ª semana de funcionamento, a Comissão está tangenciando o alvo principal da cadeia de responsabilidades pelo genocídio de quase 500 mil brasileiros e brasileiras, que é o partido dos generais.
PSDB, um partido sem futuro
Por Luis Felipe Miguel, no site A terra é redonda:
O processo de desconstrução da ordem constitucional brasileira teve como alvo privilegiado a esquerda e, em particular, o Partido dos Trabalhadores. O PT perdeu a presidência da República em 2016, com o golpe que depôs Dilma Rousseff, e foi impedido de voltar a ela em 2018, com o veto à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. Juízes, procuradores, policiais, empresas de mídia e, quando necessário, chefe militares se uniram na conspiração conhecida como Operação Lava Jato, com o objetivo de criminalizar o PT. Foram anos de perseguição intensa, sem tréguas.
O processo de desconstrução da ordem constitucional brasileira teve como alvo privilegiado a esquerda e, em particular, o Partido dos Trabalhadores. O PT perdeu a presidência da República em 2016, com o golpe que depôs Dilma Rousseff, e foi impedido de voltar a ela em 2018, com o veto à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. Juízes, procuradores, policiais, empresas de mídia e, quando necessário, chefe militares se uniram na conspiração conhecida como Operação Lava Jato, com o objetivo de criminalizar o PT. Foram anos de perseguição intensa, sem tréguas.
Ação solidária, o MST e o sindicalismo
Foto: Ana Olívia Godoy/MST-PE |
Nas grandes tragédias a solidariedade social é um indicador relevante do grau de coesão de um país. O povo brasileiro tem demonstrado ao longo de sua história que, à comoção, segue-se a solidariedade e isto nos une.
Na emergência da pandemia o MST, como vem fazendo em seus quase 40 anos, deu um novo exemplo de ação pertinente, persistente e efetiva de solidariedade humana.
Organizou a ponte entre os produtores rurais familiares e os necessitados que sofrem as agruras da fome e transformou isto em uma política permanente da entidade e de seus apoiadores.
O exemplo do MST tem sido seguido pelo movimento sindical dos trabalhadores até mesmo com suas implicações internacionais.
Mentira e covardia: marcas do bolsonarismo
Por Bepe Damasco, em seu blog:
Diante do festival de mentiras grosseiras protagonizado por pessoas que até pouco tempo ocupavam altos cargos na administração pública federal, me veio à cabeça uma analogia anedótica, mas que faz sentido. Imaginei o ex-presidente Fernando Collor de Mello no banco de uma CPI :
Senador 1 – O senhor apareceu na cena política nacional com o epíteto de “caçador de marajás”...
Collor – Desculpe interromper Vossa Excelência, mas eu nunca fui chamado de caçador de marajás.
Senador 2 – O que Vossa Excelência tem a dizer sobre a relação fora das regras republicanas que mantinha com o empresário Paulo Cesar Farias, o PC?
Collor – Deve haver algum engano, pois eu jamais ouvi falar deste tal de Paulo Cesar Farias que o senhor mencionou.
Diante do festival de mentiras grosseiras protagonizado por pessoas que até pouco tempo ocupavam altos cargos na administração pública federal, me veio à cabeça uma analogia anedótica, mas que faz sentido. Imaginei o ex-presidente Fernando Collor de Mello no banco de uma CPI :
Senador 1 – O senhor apareceu na cena política nacional com o epíteto de “caçador de marajás”...
Collor – Desculpe interromper Vossa Excelência, mas eu nunca fui chamado de caçador de marajás.
Senador 2 – O que Vossa Excelência tem a dizer sobre a relação fora das regras republicanas que mantinha com o empresário Paulo Cesar Farias, o PC?
Collor – Deve haver algum engano, pois eu jamais ouvi falar deste tal de Paulo Cesar Farias que o senhor mencionou.
Das ruas às urnas: uma lição chilena
Por Roberto Amaral, em seu blog:
O continente americano, que se via, até há pouco, imerso em tempos de pesar político, flagelado por golpes de Estado e regressões econômicas, parece retomar as rédeas de seu próprio destino, quando o povo-massa volta a desempenhar o papel de sujeito histórico e agente de transformações. De uma forma ou de outra, a centro-esquerda se consolida na Argentina; a esquerda acaba de recuperar o governo na Bolívia e conquistar a maioria parlamentar no Equador; avança a olhos vistos no Peru, e a comoção social toma corpo na Colômbia, desestabilizando o governo de Luis Arce, mero títere dos interesses geopolíticos dos EUA na América do Sul, qualquer que seja o inquilino da Casa Branca.
O continente americano, que se via, até há pouco, imerso em tempos de pesar político, flagelado por golpes de Estado e regressões econômicas, parece retomar as rédeas de seu próprio destino, quando o povo-massa volta a desempenhar o papel de sujeito histórico e agente de transformações. De uma forma ou de outra, a centro-esquerda se consolida na Argentina; a esquerda acaba de recuperar o governo na Bolívia e conquistar a maioria parlamentar no Equador; avança a olhos vistos no Peru, e a comoção social toma corpo na Colômbia, desestabilizando o governo de Luis Arce, mero títere dos interesses geopolíticos dos EUA na América do Sul, qualquer que seja o inquilino da Casa Branca.
O show inútil do general kamikaze
Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:
No depoimento à CPI da Covid, o general Pazuello candidatou-se a ser chamado de tudo, menos de não ser caninamente leal a Jair Bolsonaro.
Para blindar o chefe, assumindo o papel de bode expiatório que lhe foi reservado, mentiu, tergiversou, distorceu fatos e manipulou a história em curso do morticínio por Covid19.
A história que ele contou não bate com a que foi vivida e sofrida pelos brasileiros.
Jurou que fez tudo certo, tudo por conta própria e nunca recebeu ordens de Bolsonaro, embora tenha dito “um manda e o outro obedece”.
Inútil, porque as digitais de Bolsonaro estão bem gravadas.
Ele mesmo registrou, por todos os meios, sua pregação contra as medidas de isolamento e proteção, como o uso da máscara, contra a compra de vacinas e a favor da cloroquina e de outros emplastos inúteis, dando uma ilusão de segurança aos seguidores de seu apelo para levarem uma “vida normal”, ao encontro da doença e da morte.
No depoimento à CPI da Covid, o general Pazuello candidatou-se a ser chamado de tudo, menos de não ser caninamente leal a Jair Bolsonaro.
Para blindar o chefe, assumindo o papel de bode expiatório que lhe foi reservado, mentiu, tergiversou, distorceu fatos e manipulou a história em curso do morticínio por Covid19.
A história que ele contou não bate com a que foi vivida e sofrida pelos brasileiros.
Jurou que fez tudo certo, tudo por conta própria e nunca recebeu ordens de Bolsonaro, embora tenha dito “um manda e o outro obedece”.
Inútil, porque as digitais de Bolsonaro estão bem gravadas.
Ele mesmo registrou, por todos os meios, sua pregação contra as medidas de isolamento e proteção, como o uso da máscara, contra a compra de vacinas e a favor da cloroquina e de outros emplastos inúteis, dando uma ilusão de segurança aos seguidores de seu apelo para levarem uma “vida normal”, ao encontro da doença e da morte.
Malafaia só deve ir à CPI se fizer exorcismo
Por Moisés Mendes, no Diário do Centro do Mundo:
O bolsonarismo não consegue mais oferecer grandes surpresas, porque tudo passou a ser possível nas falas e nas atitudes da extrema direita.
Mas a informação de Flavio Bolsonaro sobre o pastor Silas Malafaia tem o poder de nos inquietar, pelo menos isso. Flavio disse na CPI que o pastor é conselheiro diário do pai dele.
Um país devastado por uma pandemia, com um governante incapaz, com ações deliberadas que matam mais gente, com um ministro da Fazenda medíocre, com desalento, desespero, fome e miséria, esse país pode estar tendo seus rumos orientados por um pastor fundamentalista.
Um sujeito que odeia gays, comunistas e feministas deve estar dizendo a Bolsonaro o que ele deve fazer.
Flavio sugeriu que os senadores devem ouvir Malafaia.
O conselheiro de Bolsonaro não é Armínio Fraga, não é um sábio da FGV ou um banqueiro.
O bolsonarismo não consegue mais oferecer grandes surpresas, porque tudo passou a ser possível nas falas e nas atitudes da extrema direita.
Mas a informação de Flavio Bolsonaro sobre o pastor Silas Malafaia tem o poder de nos inquietar, pelo menos isso. Flavio disse na CPI que o pastor é conselheiro diário do pai dele.
Um país devastado por uma pandemia, com um governante incapaz, com ações deliberadas que matam mais gente, com um ministro da Fazenda medíocre, com desalento, desespero, fome e miséria, esse país pode estar tendo seus rumos orientados por um pastor fundamentalista.
Um sujeito que odeia gays, comunistas e feministas deve estar dizendo a Bolsonaro o que ele deve fazer.
Flavio sugeriu que os senadores devem ouvir Malafaia.
O conselheiro de Bolsonaro não é Armínio Fraga, não é um sábio da FGV ou um banqueiro.
Anticorpos contra o vírus golpista
Foto: Ricardo Stuckert |
Em condições normais, muito pouco valor teria a imagem do cumprimento trocado entre os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso.
Talvez, até, fosse eleitoralmente negativo, mas, ao contrário do que sugere a foto, creio que o eleitoral é o menos importante no gesto.
Penso que se ela merece um adjetivo, é o de ser um elemento profilático, a afastar a ideia de que o retorno de Lula à presidência poderia justificar vetos militares, judiciais e/ou empresariais.
Ou, para cunhar uma frase-síntese: como voto, é nada; contra vetos, é muito.
Afinal, FHC sempre foi uma espécie de “vaca sagrada”, como as indianas, para essa turma e o ruminar manhoso das ideias do ex-líder do tucanato certamente há de irritar mais os que se agarram à esperança da tal “3ª via” do que aos que ainda não se vergaram à ideia de que, em nome da “extinção dos bolsonaros” tudo deve ser feito.
A pandemia favorece os mais ricos
Por Frei Betto, em seu site:
O Brasil, terra dos paradoxos, regrediu quanto às condições econômicas da população durante a pandemia e, no entanto, aumentou o número de bilionários. O empresariado industrial cede lugar à burguesia financeira. O dinheiro se desloca da propriedade imóvel (agropecuária e industrial) para a propriedade móvel (ativos financeiros).
Segundo Oded Grajew, da Oxfam Brasil, aqui os 5% mais ricos concentram em mãos 95% da renda nacional, e 10% possuem 74% das riquezas.
O Brasil, terra dos paradoxos, regrediu quanto às condições econômicas da população durante a pandemia e, no entanto, aumentou o número de bilionários. O empresariado industrial cede lugar à burguesia financeira. O dinheiro se desloca da propriedade imóvel (agropecuária e industrial) para a propriedade móvel (ativos financeiros).
Segundo Oded Grajew, da Oxfam Brasil, aqui os 5% mais ricos concentram em mãos 95% da renda nacional, e 10% possuem 74% das riquezas.
quinta-feira, 20 de maio de 2021
Bolsonaro impõe privatização da Eletrobrás
Por Altamiro Borges
Apesar do desgaste causado pela CPI do Genocídio, o fascista Jair Bolsonaro, "laranja" do deus-mercado, segue "passando a boiada". Na noite desta quarta-feira (19), a Câmara Federal aprovou, por 313 votos favoráveis e 166 contrários, o texto-base da MP-1031/21, que prevê a privatização da Eletrobrás.
A base governista – que na agenda econômica privatista junta a ultradireita bolsonarista, os fisiológicos do Centrão e o tal "centro civilizado" – passou o trator na votação do parecer do relator Elmar Nascimento (DEM-BA). A oposição esperneou e tentou obstruir a pauta, mas foi esmagada sem dó nem piedade.
Apesar do desgaste causado pela CPI do Genocídio, o fascista Jair Bolsonaro, "laranja" do deus-mercado, segue "passando a boiada". Na noite desta quarta-feira (19), a Câmara Federal aprovou, por 313 votos favoráveis e 166 contrários, o texto-base da MP-1031/21, que prevê a privatização da Eletrobrás.
A base governista – que na agenda econômica privatista junta a ultradireita bolsonarista, os fisiológicos do Centrão e o tal "centro civilizado" – passou o trator na votação do parecer do relator Elmar Nascimento (DEM-BA). A oposição esperneou e tentou obstruir a pauta, mas foi esmagada sem dó nem piedade.
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