sábado, 24 de junho de 2017

Meirelles vai assaltar o seu FGTS?

Por Altamiro Borges

Nesta sexta-feira (23), em um evento promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), o czar da economia, Henrique Meirelles, confirmou que o covil golpista já estuda utilizar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço para substituir o pagamento do seguro-desemprego. A ideia seria usar o saldo do FGTS e a multa de 40%, paga nos casos de demissão sem justa causa, para repassar três parcelas ao trabalhador desempregado. O "ministro" jurou que a medida está "em fase embrionária", mas é bom ficar esperto. "Existem discussões na área econômica do governo, seja no Ministério da Fazenda, seja no Ministério do Planejamento, seja em outras áreas em diversos níveis, sobre diversas coisas que possam induzir o país a voltar a crescer", afirmou o cínico Henrique Meirelles diante da eufórica cloaca empresarial presente ao evento – que ainda sonha em ter o rentista como presidente eleito de forma indireta pelo Congresso Nacional no caso do descarte do Judas Michel Temer.

A proposta "embrionária" representa mais um golpe contra os trabalhadores. De imediato, ela gerou o repúdio do sindicalismo. "É uma das maiores perversidades do governo ilegítimo e golpista de Temer. Esse dinheiro não é do governo. É dos trabalhadores. Um país com 14 milhões de desempregados tem de pensar em formas de geração de emprego e renda, de proteção ao trabalhador no momento em que este está mais desesperado e, não, confiscar o FGTS”, reagiu a CUT em nota oficial. A central garante que "tomará todas as medidas de mobilização e legais cabíveis para impedir este novo assalto a um direito do trabalhador". No mesmo rumo, a Força Sindical divulgou uma nota classificando a medida como "um verdadeiro confisco” e anunciou que entrará com ação no Supremo Tribunal Federal. A CTB também reagiu com firmeza e reforçou a convocação da greve geral de 30 de junho.

O rentista Henrique Meirelles está com gosto de sangue na boca. Ele está decidido a agradar a máfia financeira, que orquestrou o "golpe dos corruptos" que alçou a quadrilha de Michel Temer ao poder. Apesar dos protestos e greves dos trabalhadores e até do racha na base governista, que teme os efeitos eleitorais de suas maldades, ele insiste nas contrarreformas trabalhista e previdenciária e já conseguiu impor a terceirização selvagem e o corte por 20 anos nos investimentos na saúde e na educação. Ele parece nem se incomodar com a queda vertiginosa de popularidade do usurpador, colocando-se como alternativa do capital financeiro no caso da sua derrubada.

Recente notinha da revista Época, postada em 12 de junho, confirmou que suas pretensões são bem maiores. "Meirelles garante que fica na Fazenda com qualquer presidente", estampou a publicação da famiglia Marinho. Segundo informa, "mesmo com possibilidade de saída de Temer, o ministro acha que fica no cargo... O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem uma incomum certeza de que fica onde está. A interlocutores na reunião da OCDE, na França, na semana passada, ele afirmou com convicção que a crise é passageira, política e que as reformas vêm aí. Disse que permanece no cargo, não importa quem seja o presidente da República". Não há como ter ilusão com o czar da economia. Daí a importância da greve geral da próxima semana.
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1 comentários:

Anônimo disse...

MEIRELLES GO HOME !!!