Por Luiz Manfredini, no site Vermelho:
O que está em jogo, na atual crise política brasileira, não é apenas a sorte do governo, do principal partido que o sustenta ou desta ou daquela liderança. Está em jogo a própria democracia.
Porque o golpismo que norteia a direita mais extremada, desde que não se conformou com a derrota em outubro último, implica propostas não apenas conservadoras, mas amplamente restritivas dos direitos humanos e da democracia política, econômica e social. Propostas fundadas num brutal retrocesso civilizatório, na intolerância e no preconceito. Um regime do poder absoluto do capital em sua feição mais dura, ou seja, bem mais excludente e perversa do que o habitual.
Para a esquerda e as demais forças democráticas e progressistas, portanto, o essencial, o irrenunciável, o que une a todos na atual (e dramática) circunstância política é a defesa da democracia. É o centro da tática, para usar uma expressão própria da política. E a defesa da democracia significa, neste momento, precisamente a defesa da inviolabilidade do mandato presidencial. Isto não implica, como pensam alguns, aceitar e defender todas as medidas do governo. Daí porque a defesa da legalidade é capaz de atrair certos setores conservadores, que sequer apóiam as propostas governamentais, mas não sendo golpistas, não caem na falácia do “impeachment” e em outras condutas de desestabilização política.
Não é apenas possível, como necessário, que a esquerda, as forças democráticos e progressistas e ainda o conjunto do movimento social a um só tempo defendam o mandado da presidente Dilma e façam a crítica de uma série de medidas, no âmbito do ajuste fiscal, que violam direitos fundamentais dos trabalhadores. É preciso vincar a idéia de que o ajuste, naquilo que for imprescindível, seja pago principalmente pelas elites que detém o grande poder econômico e as polpudas fortunas, tradicionalmente menos exigidas. Ou mesmo uma alteração de rumo econômico, como pedem a Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, e mais três instituições, em documento lançado na última terça-feira, em São Paulo, e como vem insistindo o PCdoB
Reside nessa articulação entre apoio e crítica a dificuldade que enfrentam de certos setores. Quando se afirma que o centro da tática é a defesa da democracia, isto significa que tal bandeira subordina as demais. Portanto, quem aceita tal premissa, mas acaba por conferir prioridade às críticas, muitas vezes com ironia ou acidez, outras com franco sentido de ataque, está invertendo, objetivamente, o centro da tática, está se confundindo e, assim, cometendo equívocos. Equívocos que, independentemente da intenção de quem os comete, jogam água no moinho da direita.
A situação é, de fato, bastante complexa, e não raro muitos se confundem. Sem unidade mínima, ou seja, sem unidade ao menos quanto ao centro da tática, a esquerda e as forças democráticas e progressistas não obterão sucesso em sua resistência ao golpismo e às ameaças retrógradas da direita. A Frente Brasil Popular, já lançada em vários estados, é um caminho unitário na defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores.
Em circunstâncias políticas como a que vive o Brasil atual, os que se confundem, os que perdem o rumo, geralmente descambam para o esquerdismo (um extremismo voluntarista de esquerda), onde se exilam num discurso dogmático e principista descompromissado com a dinâmica da realidade, ou para a apatia e, não raras vezes, para a capitulação, sem falar naqueles que se acomodam uma adesão acrítica ao governo. Frases como a pronunciada pelo senador petista Jorge Viana de que melhor seria ter perdido a eleição e estar agora na cômoda oposição a Aécio Neves, expressam não apenas perda de lucidez e rumo político, como da coragem tão necessária para enfrentar os duros embates do presente. Espero que tal espírito derrotista não tenha contaminado o conjunto do PT.
O que está em jogo, na atual crise política brasileira, não é apenas a sorte do governo, do principal partido que o sustenta ou desta ou daquela liderança. Está em jogo a própria democracia.
Porque o golpismo que norteia a direita mais extremada, desde que não se conformou com a derrota em outubro último, implica propostas não apenas conservadoras, mas amplamente restritivas dos direitos humanos e da democracia política, econômica e social. Propostas fundadas num brutal retrocesso civilizatório, na intolerância e no preconceito. Um regime do poder absoluto do capital em sua feição mais dura, ou seja, bem mais excludente e perversa do que o habitual.
Para a esquerda e as demais forças democráticas e progressistas, portanto, o essencial, o irrenunciável, o que une a todos na atual (e dramática) circunstância política é a defesa da democracia. É o centro da tática, para usar uma expressão própria da política. E a defesa da democracia significa, neste momento, precisamente a defesa da inviolabilidade do mandato presidencial. Isto não implica, como pensam alguns, aceitar e defender todas as medidas do governo. Daí porque a defesa da legalidade é capaz de atrair certos setores conservadores, que sequer apóiam as propostas governamentais, mas não sendo golpistas, não caem na falácia do “impeachment” e em outras condutas de desestabilização política.
Não é apenas possível, como necessário, que a esquerda, as forças democráticos e progressistas e ainda o conjunto do movimento social a um só tempo defendam o mandado da presidente Dilma e façam a crítica de uma série de medidas, no âmbito do ajuste fiscal, que violam direitos fundamentais dos trabalhadores. É preciso vincar a idéia de que o ajuste, naquilo que for imprescindível, seja pago principalmente pelas elites que detém o grande poder econômico e as polpudas fortunas, tradicionalmente menos exigidas. Ou mesmo uma alteração de rumo econômico, como pedem a Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, e mais três instituições, em documento lançado na última terça-feira, em São Paulo, e como vem insistindo o PCdoB
Reside nessa articulação entre apoio e crítica a dificuldade que enfrentam de certos setores. Quando se afirma que o centro da tática é a defesa da democracia, isto significa que tal bandeira subordina as demais. Portanto, quem aceita tal premissa, mas acaba por conferir prioridade às críticas, muitas vezes com ironia ou acidez, outras com franco sentido de ataque, está invertendo, objetivamente, o centro da tática, está se confundindo e, assim, cometendo equívocos. Equívocos que, independentemente da intenção de quem os comete, jogam água no moinho da direita.
A situação é, de fato, bastante complexa, e não raro muitos se confundem. Sem unidade mínima, ou seja, sem unidade ao menos quanto ao centro da tática, a esquerda e as forças democráticas e progressistas não obterão sucesso em sua resistência ao golpismo e às ameaças retrógradas da direita. A Frente Brasil Popular, já lançada em vários estados, é um caminho unitário na defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores.
Em circunstâncias políticas como a que vive o Brasil atual, os que se confundem, os que perdem o rumo, geralmente descambam para o esquerdismo (um extremismo voluntarista de esquerda), onde se exilam num discurso dogmático e principista descompromissado com a dinâmica da realidade, ou para a apatia e, não raras vezes, para a capitulação, sem falar naqueles que se acomodam uma adesão acrítica ao governo. Frases como a pronunciada pelo senador petista Jorge Viana de que melhor seria ter perdido a eleição e estar agora na cômoda oposição a Aécio Neves, expressam não apenas perda de lucidez e rumo político, como da coragem tão necessária para enfrentar os duros embates do presente. Espero que tal espírito derrotista não tenha contaminado o conjunto do PT.
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