Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Com Eduardo Cunha encurralado por denúncias de cinco delatores da Lava Jato e o governo Dilma trazendo boa parte do PMDB de volta para a base aliada, com a reforma ministerial em curso, o grande derrotado é o PSDB, carregando junto setores da mídia e os movimentos golpistas que jogaram todas suas fichas no impeachment, e agora ficaram sem rumo e sem discurso.
Para uma oposição que tinha como único projeto de vida derrubar a presidente reeleita um ano atrás, como ficou claro no programa de televisão dos tucanos levado ao ar em cadeia de rádio e TV na segunda-feira, os acontecimentos dos últimos dias não poderiam ser mais desalentadores.
Por maiores que sejam as dificuldades enfrentadas pelo governo central na política e na economia, as oposições comandadas pelo PSDB vão ter que recolher suas bandeiras incendiárias do quanto pior melhor e os pareceres dos seus juristas de plantão, pelo menos por algum tempo, pois não conseguiram se apresentar à sociedade como real alternativa de poder dentro das regras constitucionais.
Enquanto o governo ganha tempo, depois de enfrentar nove meses de artilharia pesada, em que a oposição andou a reboque do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e do ministro Gilmar Mendes, do STF, o PSDB terá que encontrar um novo discurso para disputar as eleições municipais do próximo ano. Só bater no governo e no PT já não basta. Por enquanto, o partido não tem sequer um candidato competitivo em São Paulo, a maior cidade do país e o principal reduto tucano.
A não ser que surjam fatos novos na Lava Jato, no TSE ou no TCU, a tendência é que o tema do impeachment fique em banho maria, sem prazo para voltar às manchetes. Ao perceber a mudança do vento, até a empresária e socialite Rosângela Lyra, uma das estrelas dos movimentos organizados contra o governo, já caiu fora, depois de brilhar semanas atrás ao organizar um encontro entre o vice-presidente Michel Temer e empresários críticos do governo
"As pessoas acham que a corrupção está só em Brasília, mas está em todo o Brasil. A minha bandeira não é do impeachment. É de transformação do Brasil. Prefiro estar associada ao combate à corrupção", disse ela, ao justificar a sua saída do movimento "Acorda Brasil". Pode ser uma boa dica para os caciques tucanos empenhados na busca de um novo rumo.
Quem saiu ganhando, mais uma vez, foi o PMDB, o verdadeiro partido do poder desde a redemocratização. Além de manter os seis ministérios que já tinha, ainda ficou com o poderoso Ministério da Saúde e conseguiu, finalmente, tirar o seu desafeto Aloizio Mercadante da Casa Civil. Nem PT nem PSDB, os partidos que se revezaram no Palácio do Planalto nos últimos 20 anos: a bola agora está com o PMDB. Alguma surpresa?
Vida que segue.
Com Eduardo Cunha encurralado por denúncias de cinco delatores da Lava Jato e o governo Dilma trazendo boa parte do PMDB de volta para a base aliada, com a reforma ministerial em curso, o grande derrotado é o PSDB, carregando junto setores da mídia e os movimentos golpistas que jogaram todas suas fichas no impeachment, e agora ficaram sem rumo e sem discurso.
Para uma oposição que tinha como único projeto de vida derrubar a presidente reeleita um ano atrás, como ficou claro no programa de televisão dos tucanos levado ao ar em cadeia de rádio e TV na segunda-feira, os acontecimentos dos últimos dias não poderiam ser mais desalentadores.
Por maiores que sejam as dificuldades enfrentadas pelo governo central na política e na economia, as oposições comandadas pelo PSDB vão ter que recolher suas bandeiras incendiárias do quanto pior melhor e os pareceres dos seus juristas de plantão, pelo menos por algum tempo, pois não conseguiram se apresentar à sociedade como real alternativa de poder dentro das regras constitucionais.
Enquanto o governo ganha tempo, depois de enfrentar nove meses de artilharia pesada, em que a oposição andou a reboque do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e do ministro Gilmar Mendes, do STF, o PSDB terá que encontrar um novo discurso para disputar as eleições municipais do próximo ano. Só bater no governo e no PT já não basta. Por enquanto, o partido não tem sequer um candidato competitivo em São Paulo, a maior cidade do país e o principal reduto tucano.
A não ser que surjam fatos novos na Lava Jato, no TSE ou no TCU, a tendência é que o tema do impeachment fique em banho maria, sem prazo para voltar às manchetes. Ao perceber a mudança do vento, até a empresária e socialite Rosângela Lyra, uma das estrelas dos movimentos organizados contra o governo, já caiu fora, depois de brilhar semanas atrás ao organizar um encontro entre o vice-presidente Michel Temer e empresários críticos do governo
"As pessoas acham que a corrupção está só em Brasília, mas está em todo o Brasil. A minha bandeira não é do impeachment. É de transformação do Brasil. Prefiro estar associada ao combate à corrupção", disse ela, ao justificar a sua saída do movimento "Acorda Brasil". Pode ser uma boa dica para os caciques tucanos empenhados na busca de um novo rumo.
Quem saiu ganhando, mais uma vez, foi o PMDB, o verdadeiro partido do poder desde a redemocratização. Além de manter os seis ministérios que já tinha, ainda ficou com o poderoso Ministério da Saúde e conseguiu, finalmente, tirar o seu desafeto Aloizio Mercadante da Casa Civil. Nem PT nem PSDB, os partidos que se revezaram no Palácio do Planalto nos últimos 20 anos: a bola agora está com o PMDB. Alguma surpresa?
Vida que segue.
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