Por Guadi Calvo, no site Vermelho:
“Os peronistas não são nem bons, nem maus; são incorrigíveis”, Jorge Luis Borges. Certa vez, quando o general Perón estava no exílio, um jornalista lhe questionou sobre o cenário político e o caudilho respondeu: “Na Argentina uns 20% são conservadores, uns 20% liberais, uns 20% democratas cristãos, uns 20% esquerda, e uns 20% direita”. Surpreso o repórter indagou, “mas e os peronistas?”. A resposta de Perón foi contundente: “Ah! Peronistas todos são!”
Talvez esta anedota possa explicar, pelo menos em pate, uma das perguntas mais complexas que se pode fazer um argentino: “O que é o peronismo?”.
Desde seu surgimento, em 1945, o peronismo jamais deixou de ser o protagonista essencial no panorama político do país, sua presença sempre foi fundamental e determinante.
O peronismo, como construção política recém chegada, consolidado sobre os setores mais marginalizados, foi combatido pela esquerda e pela direita. Sua gigantesca base popular, praticamente toda espontânea, diante da figura de um coronel desconhecido que havia desenvolvido uma inédita e monumental tarefa na Secretaria do Trabalho e Previdência, gerou para a esquerda clássica como o Partido Comunista e o Socialismo, e algumas outras pequenas organizações, um profundo ressentimento, já que sentiram que o peronismo havia os “deslocado” de seu mais apreciado objeto de desejo: “o proletariado”.
A esquerda em geral simplificou e fez a soma mais obvia: um militar jovem (Perón) emergente dos setores nacionalistas do exército, com uma visão inovadora sobre a concepção de Estado, das forças armadas, os sindicatos e os industriais nacionais souberam, e em seguida sofreram, que o eixo da distribuição econômica mudaria drasticamente.
Rapidamente foi rotulado como populista. Sentiram que sua chegada iria disputar o poder absoluto de classe que desfrutavam desde a origem do país, um poder que só havia sido compartilhado com a coroa britânica, de quem se sentia parte. Ferrovias, portos, frigoríficos... os britânicos estruturavam a cadeia de exportação desde Londres e só ficavam no país os dividendos dos fazendeiros.
O peronismo mudou este comportamento nacionalizado muitos dos capitais britânicos, e até colocando em prática um princípio de reforma agrária. Perón carregou os rótulos de fascista e populista até o último dia de sua vida e para muitos setores seguirá sendo para sempre.
Liberais, conservadores e marxistas foram ofuscados pelo poder absoluto do “tirano fugitivo” como o chamou a imprensa conservadora durante todo seu exílio.
Na Argetnina, sempre que aconteceram eleições livres, tampouco foram tantas, o peronismo se impôs sem muito esforço, só em duas ocasiões perdeu eleições presidenciais em 1983, quando triunfa Raúl Alfonsín da União Cívica Radical, um partido que representou historicamente a cara “civilizada da direita. Em 1983 o país vinha de uma ditadura selvagem, que havia deixado 30 mil desaparecidos (entende-se por sequestrados, torturados e assassinados), uma monumental Dívida Externa e a guerra das Malvinas. Mas além dos erros próprios do Peronismo, a sociedade argentina não estava em condições para provar, outra vez, com um país que contestasse o establishment e o poder militar, que debilitado seguia tendo suas ações repressivas bem aceitas. A sociedade argentina optou por um político clássico, desajeitado e inoperante, com infinitas limitações morais e técnicas: Alfonsón, que terminou afundando o país em uma crise econômica desconhecida no mundo, com índices de inflação que só aconteceram em Veimar, na Alemanha e teve que abandonar o governo seis meses antes do final de seu mandato.
Quem o sucedeu foi um peronista, Carlos Menem, um peronista ortodoxo, originário do interior profundo, que tampouco tardou em vincular-se aos grandes grupos de poder econômico do país e do exterior, para converter-se em um dos governos mais corruptos da história argentina. Menem adotaria todas as políticas neoliberais em voga nos anos 90 e só terminaria seu mandato depois de dez anos de governo, já que foi reeleito em 1995, com um desprestígio absoluto.
Depois de Menem, outra vez o peronismo volta a perder as eleições, em 1999, dez anos de menemismo haviam sido demais para a sociedade e esta vez triunfa uma aliança formada por setores do peronismo “mais puro”, os grupos de esquerda burguesa e o radicalismo, encabeçada por Fernando de la Rúa. Se é possível, era menos dotado que Alfonsín, absolutamente cercado pelas políticas liberais nomeia como Ministro da Economia, o imprudente Domingo Cavallo. Este era o homem dos bancos estadunidenses, padrinho absoluto da economia dos anos de Menem, e quem termina afogando o governo junto com De la Rúa diante das eclosões sociais de dezembro de 2001 que deixaram 35 mortos pela repressão policial – cifra inédita desde a volta da democracia – e o país literalmente à beira de uma dissolução.
Voltar a Perón
A crise de dezembro de 2001 durou praticamente até o começo de 2003, quando acontece a fuga de Fernando de La Rúa, que empenhado em salvar o poder executivo e a continuidade democrática utiliza diferentes ferramentas constitucionais, sete presidentes, todos peronistas de distintos setores, trocam o cargo em dias. Nenhum conseguia tirar o pé do lamaçal que o radicalismo havia provocado. Até que o poderoso governador da província de Buenos Aires e ex-vice-presidente de Menem, Eduardo Duhalde, assume o poder executivo para chamar as eleições no prazo de um ano. Tempo que utilizou todo o aparado político do peronismo em províncias e municípios e com peronismo puro consegue controlar em partes a economia e entregar, em maio de 2003, um Estado mais ou menos ordenado a outro peronista, Néstor Kirchner, que parecia muito debilitado, por assumir o poder com apenas 25% dos votos. O kirchnerismo, que entraria em cena tão discretamente, se converteria no fenômeno político mais extraordinário desde o surgimento do próprio Perón, em 1945. Com um mandato de Néstor e dois de sua esposa, Cristina Fernández Kirchner, completaria um processo de 12 anos de conquistas que não serão extintas, e se Daniel Scioli triunfar neste domingo (22), no segundo turno, poderia continuar por mais quatro anos.
Seu oponente, Maurício Macri, um representante dos mercados e das multinacionais, que tenta voltar com uma nova roupagem com as propostas politicas liberais dos anos 90 com o trio Menem-Cavallo-De la Rúa como guia espiritual, baseando sua campanha em muita imagem, discursos, tipografias, cores e propostas de um pastor eletrônico. Conta ainda com um monstruoso escudo midiático e judicial que ofusca suas feridas abertas e seus faraônicos atos de corrupção própria, e de seus funcionários e amigos.
Apesar do tal escudo, se o peronismo marchasse unido, as possibilidades do candidato dos mercados seriam paupérrimas, e inclusive teria sido impossível haver chegado ao segundo turno.
O peronismo outra vez desunido pode fazer naufragar o projeto tão trabalhado e desejado pelo general Perón e sua esposa Eva Perón. Projeto este que se centrava na justiça social, na independência econômica e na soberania política.
Nas eleições de 2001, quando Cristina seria eleita pela segunda vez com 54% dos votos, não houve maiores fraturas e o peronismo como movimento e partido se resguardou atrás da candidata. Nestes últimos anos a traição de Sergio Masa, que havia ocupado importantes cargos tanto na administração de Néstor, como de Cristina, golpeou o governo e levou quse 20% dos votos que hoje faltam a Scioli e que teriam feito o peronismo triunfar uma vez mais no primeiro turno, em outubro.
O peronismo tem uma condição natural para segmentar-se e para voltar a se unir, esta não é a primeira vez que acontece e certamente não será a última. Seus dirigentes todavia não conseguiram superar a perda de seu fundador em 1973.
Desde então, ao se tornar nominalmente um partido, mas não ter uma estrutura resistente e ordenada para canalizar as disputas internas, as fugas são tão constantes como os retornos. Qualquer dirigente médio se considera apto para saltar para cima sem respeitar ordens e hierarquias.
A sorte da presidenta, hoje uma figura incontornável na política interna do peronismo, pode perder a totalidade de seu poder apenas ao entregá-lo nas mãos do próximo a ocupar o cargo em 10 de dezembro. Paradoxalmente, perderá mais poder se ganhar o candidato peronista que o opositor. Outra condição natural do peronismo é imediatamente tentar se proteger junto ao vencedor, para em pouco tempo dar início novamente à cerimônia de rancor.
A lógica do peronismo é a de sugar seus chefes, depois de um determinado tempo, já que na realidade o único chefe segue sendo o general Juan Domingo Perón.
Por exemplo, a terceira esposa do general, Isabel Martínez de Perón, que foi presidenta depois da morte do líder e deposta em 1976, e até hoje vive em Madrí, porque não pôde voltar ao país desde que partiu para o exílio em 1981, depois de cinco anos de uma prisão muito cômoda em um dos lugares mais bonitos da Argentina, próximo a Bariloche.
Tanto Carlos Menem, como Eduardo Duhalde que tiveram um poder absoluto, cada um em seu tempo e em seu lugar, hoje nenhum dirigente com ambições se permitiria ser visto em púbico com um deles. Para o bem, Cristina se retira com uma imagem muito melhor que a de seus colegas, apesar de uma monumental campanha midiática que tentou acusá-la até de traidora da pátria, com infinitas conquistas para mostrar, poderia ser obrigada a passar uma boa temporada em quartéis de inverno, se ganha Scioli. Se Macri vencer, este cronista imagina que não demoraria mais que o tempo de retocar a maquiagem para Cristina se converter na líder absoluta da oposição. Talvez neste lugar seja possível unir mais os peronistas, já que como disse Borges, são incorrigíveis.
“Os peronistas não são nem bons, nem maus; são incorrigíveis”, Jorge Luis Borges. Certa vez, quando o general Perón estava no exílio, um jornalista lhe questionou sobre o cenário político e o caudilho respondeu: “Na Argentina uns 20% são conservadores, uns 20% liberais, uns 20% democratas cristãos, uns 20% esquerda, e uns 20% direita”. Surpreso o repórter indagou, “mas e os peronistas?”. A resposta de Perón foi contundente: “Ah! Peronistas todos são!”
Talvez esta anedota possa explicar, pelo menos em pate, uma das perguntas mais complexas que se pode fazer um argentino: “O que é o peronismo?”.
Desde seu surgimento, em 1945, o peronismo jamais deixou de ser o protagonista essencial no panorama político do país, sua presença sempre foi fundamental e determinante.
O peronismo, como construção política recém chegada, consolidado sobre os setores mais marginalizados, foi combatido pela esquerda e pela direita. Sua gigantesca base popular, praticamente toda espontânea, diante da figura de um coronel desconhecido que havia desenvolvido uma inédita e monumental tarefa na Secretaria do Trabalho e Previdência, gerou para a esquerda clássica como o Partido Comunista e o Socialismo, e algumas outras pequenas organizações, um profundo ressentimento, já que sentiram que o peronismo havia os “deslocado” de seu mais apreciado objeto de desejo: “o proletariado”.
A esquerda em geral simplificou e fez a soma mais obvia: um militar jovem (Perón) emergente dos setores nacionalistas do exército, com uma visão inovadora sobre a concepção de Estado, das forças armadas, os sindicatos e os industriais nacionais souberam, e em seguida sofreram, que o eixo da distribuição econômica mudaria drasticamente.
Rapidamente foi rotulado como populista. Sentiram que sua chegada iria disputar o poder absoluto de classe que desfrutavam desde a origem do país, um poder que só havia sido compartilhado com a coroa britânica, de quem se sentia parte. Ferrovias, portos, frigoríficos... os britânicos estruturavam a cadeia de exportação desde Londres e só ficavam no país os dividendos dos fazendeiros.
O peronismo mudou este comportamento nacionalizado muitos dos capitais britânicos, e até colocando em prática um princípio de reforma agrária. Perón carregou os rótulos de fascista e populista até o último dia de sua vida e para muitos setores seguirá sendo para sempre.
Liberais, conservadores e marxistas foram ofuscados pelo poder absoluto do “tirano fugitivo” como o chamou a imprensa conservadora durante todo seu exílio.
Na Argetnina, sempre que aconteceram eleições livres, tampouco foram tantas, o peronismo se impôs sem muito esforço, só em duas ocasiões perdeu eleições presidenciais em 1983, quando triunfa Raúl Alfonsín da União Cívica Radical, um partido que representou historicamente a cara “civilizada da direita. Em 1983 o país vinha de uma ditadura selvagem, que havia deixado 30 mil desaparecidos (entende-se por sequestrados, torturados e assassinados), uma monumental Dívida Externa e a guerra das Malvinas. Mas além dos erros próprios do Peronismo, a sociedade argentina não estava em condições para provar, outra vez, com um país que contestasse o establishment e o poder militar, que debilitado seguia tendo suas ações repressivas bem aceitas. A sociedade argentina optou por um político clássico, desajeitado e inoperante, com infinitas limitações morais e técnicas: Alfonsón, que terminou afundando o país em uma crise econômica desconhecida no mundo, com índices de inflação que só aconteceram em Veimar, na Alemanha e teve que abandonar o governo seis meses antes do final de seu mandato.
Quem o sucedeu foi um peronista, Carlos Menem, um peronista ortodoxo, originário do interior profundo, que tampouco tardou em vincular-se aos grandes grupos de poder econômico do país e do exterior, para converter-se em um dos governos mais corruptos da história argentina. Menem adotaria todas as políticas neoliberais em voga nos anos 90 e só terminaria seu mandato depois de dez anos de governo, já que foi reeleito em 1995, com um desprestígio absoluto.
Depois de Menem, outra vez o peronismo volta a perder as eleições, em 1999, dez anos de menemismo haviam sido demais para a sociedade e esta vez triunfa uma aliança formada por setores do peronismo “mais puro”, os grupos de esquerda burguesa e o radicalismo, encabeçada por Fernando de la Rúa. Se é possível, era menos dotado que Alfonsín, absolutamente cercado pelas políticas liberais nomeia como Ministro da Economia, o imprudente Domingo Cavallo. Este era o homem dos bancos estadunidenses, padrinho absoluto da economia dos anos de Menem, e quem termina afogando o governo junto com De la Rúa diante das eclosões sociais de dezembro de 2001 que deixaram 35 mortos pela repressão policial – cifra inédita desde a volta da democracia – e o país literalmente à beira de uma dissolução.
Voltar a Perón
A crise de dezembro de 2001 durou praticamente até o começo de 2003, quando acontece a fuga de Fernando de La Rúa, que empenhado em salvar o poder executivo e a continuidade democrática utiliza diferentes ferramentas constitucionais, sete presidentes, todos peronistas de distintos setores, trocam o cargo em dias. Nenhum conseguia tirar o pé do lamaçal que o radicalismo havia provocado. Até que o poderoso governador da província de Buenos Aires e ex-vice-presidente de Menem, Eduardo Duhalde, assume o poder executivo para chamar as eleições no prazo de um ano. Tempo que utilizou todo o aparado político do peronismo em províncias e municípios e com peronismo puro consegue controlar em partes a economia e entregar, em maio de 2003, um Estado mais ou menos ordenado a outro peronista, Néstor Kirchner, que parecia muito debilitado, por assumir o poder com apenas 25% dos votos. O kirchnerismo, que entraria em cena tão discretamente, se converteria no fenômeno político mais extraordinário desde o surgimento do próprio Perón, em 1945. Com um mandato de Néstor e dois de sua esposa, Cristina Fernández Kirchner, completaria um processo de 12 anos de conquistas que não serão extintas, e se Daniel Scioli triunfar neste domingo (22), no segundo turno, poderia continuar por mais quatro anos.
Seu oponente, Maurício Macri, um representante dos mercados e das multinacionais, que tenta voltar com uma nova roupagem com as propostas politicas liberais dos anos 90 com o trio Menem-Cavallo-De la Rúa como guia espiritual, baseando sua campanha em muita imagem, discursos, tipografias, cores e propostas de um pastor eletrônico. Conta ainda com um monstruoso escudo midiático e judicial que ofusca suas feridas abertas e seus faraônicos atos de corrupção própria, e de seus funcionários e amigos.
Apesar do tal escudo, se o peronismo marchasse unido, as possibilidades do candidato dos mercados seriam paupérrimas, e inclusive teria sido impossível haver chegado ao segundo turno.
O peronismo outra vez desunido pode fazer naufragar o projeto tão trabalhado e desejado pelo general Perón e sua esposa Eva Perón. Projeto este que se centrava na justiça social, na independência econômica e na soberania política.
Nas eleições de 2001, quando Cristina seria eleita pela segunda vez com 54% dos votos, não houve maiores fraturas e o peronismo como movimento e partido se resguardou atrás da candidata. Nestes últimos anos a traição de Sergio Masa, que havia ocupado importantes cargos tanto na administração de Néstor, como de Cristina, golpeou o governo e levou quse 20% dos votos que hoje faltam a Scioli e que teriam feito o peronismo triunfar uma vez mais no primeiro turno, em outubro.
O peronismo tem uma condição natural para segmentar-se e para voltar a se unir, esta não é a primeira vez que acontece e certamente não será a última. Seus dirigentes todavia não conseguiram superar a perda de seu fundador em 1973.
Desde então, ao se tornar nominalmente um partido, mas não ter uma estrutura resistente e ordenada para canalizar as disputas internas, as fugas são tão constantes como os retornos. Qualquer dirigente médio se considera apto para saltar para cima sem respeitar ordens e hierarquias.
A sorte da presidenta, hoje uma figura incontornável na política interna do peronismo, pode perder a totalidade de seu poder apenas ao entregá-lo nas mãos do próximo a ocupar o cargo em 10 de dezembro. Paradoxalmente, perderá mais poder se ganhar o candidato peronista que o opositor. Outra condição natural do peronismo é imediatamente tentar se proteger junto ao vencedor, para em pouco tempo dar início novamente à cerimônia de rancor.
A lógica do peronismo é a de sugar seus chefes, depois de um determinado tempo, já que na realidade o único chefe segue sendo o general Juan Domingo Perón.
Por exemplo, a terceira esposa do general, Isabel Martínez de Perón, que foi presidenta depois da morte do líder e deposta em 1976, e até hoje vive em Madrí, porque não pôde voltar ao país desde que partiu para o exílio em 1981, depois de cinco anos de uma prisão muito cômoda em um dos lugares mais bonitos da Argentina, próximo a Bariloche.
Tanto Carlos Menem, como Eduardo Duhalde que tiveram um poder absoluto, cada um em seu tempo e em seu lugar, hoje nenhum dirigente com ambições se permitiria ser visto em púbico com um deles. Para o bem, Cristina se retira com uma imagem muito melhor que a de seus colegas, apesar de uma monumental campanha midiática que tentou acusá-la até de traidora da pátria, com infinitas conquistas para mostrar, poderia ser obrigada a passar uma boa temporada em quartéis de inverno, se ganha Scioli. Se Macri vencer, este cronista imagina que não demoraria mais que o tempo de retocar a maquiagem para Cristina se converter na líder absoluta da oposição. Talvez neste lugar seja possível unir mais os peronistas, já que como disse Borges, são incorrigíveis.
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