A tragédia social brasileira, decorrente dos efeitos das crises sanitária e econômica, atingiu dimensões insuportáveis. E não há como negar que o governo Bolsonaro é o grande responsável por ela. Além de não fazer o necessário para enfrentar a pandemia, não coordena uma ação nacional contra a Covid-19, deixa milhões de brasileiros vivendo o drama até da falta de oxigênio e vacina, estimula o desrespeito às medidas de prevenção, debocha das mortes de milhares de pessoas e do sofrimento de seus familiares.
É preciso saudar as iniciativas conjuntas de gestores – governadores, prefeitos e secretários de Saúde – para enfrentar a crise de forma solidária entre si; e do Congresso Nacional, que tomou decisões para atender às necessidades do povo, dos estados, dos municípios e das empresas. Mas é preciso constatar que Bolsonaro tem criado dificuldades para implementá-las, como foi o caso mais recente da compra de vacinas.
Diante dessa realidade, impõe-se a urgência de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), proposta e defendida por amplas setores, entre eles o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e a bancada do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) na Câmara dos Deputados. É preciso ir à raiz do problema, diagnosticando suas causas e responsabilizando quem de direito.
Ao mesmo tempo, a realidade exige mais ações concretas para enfrentar e estancar essa tragédia. O país não pode suportar, por tempo indefinido, as tristes cenas mostradas diariamente na mídia, com vidas ceifadas numa escala assustadora, famílias desoladas e unidades hospitalares e de saúde abarrotadas de vítimas do descontrole da pandemia. Sem falar na penúria econômica, que leva muitos trabalhadores e se exporem na busca de meios de sobrevivência.
Todas as formas de ações precisam ser mobilizadas. No âmbito institucional, as iniciativas conjuntas de vários entes podem ser um importante catalizador de movimentos mais amplos. A CPI seria outro importante instrumento de combate às irresponsabilidades de Bolsonaro e sua trupe. Há ainda o potencial de mobilização social pelos movimentos populares e outras organizações da sociedade, que podem dar grande contribuição para a tarefa urgente de salvar o país e seu povo das mãos desse governo genocida.
Nesta hora crítica que se anuncia uma tragédia sem precedentes por responsabilidade direita do presidente da República, cresce mais ainda a necessidade de um movimento de frente ampla, abarcando governadores, parlamentares, sociedade civil, autoridades sanitárias, entidade e movimentos do povo para conter o bolsonarismo e salvar vidas.
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